Buenos Aires, 24 de julho (Prensa Latina) Cuba agradece hoje aos artistas, escritores e intelectuais argentinos que durante anos contribuíram para denunciar e romper o cruel bloqueio estadunidense, afirmou o embaixador da ilha neste país, Pedro Pablo Prada.
Por meio de seu perfil na rede social Twitter, o diplomata reconheceu o apoio prestado por profissionais argentinos ao ensino e à produção artística, espetáculos, cinema, música e literatura.
Nada é aleatório. O bloqueio dos Estados Unidos a Cuba causa sérios danos: subfinancia a produção e as indústrias culturais, força o fechamento de instalações, reduz o acesso a recursos editoriais e de educação artística e impede o acesso de artistas aos circuitos internacionais, afirmou.
Por sua vez, o cientista político deste país sul-americano, Atilio Borón, qualificou de lamentáveis as recentes declarações do cantor e compositor Fito Páez sobre o cerco imposto à maior das Antilhas por mais de seis décadas:
"Chega, por favor, Fito! Como você teria reagido se não pudesse substituir uma peça do seu teclado eletrônico por apenas 64 dias? Você ficaria louco, fazendo um escândalo em todo o mundo. Os cubanos suportam isso há 64 anos, disse o renomado sociólogo em um vídeo publicado em suas redes sociais.
Você não pode ser tão irresponsável porque é uma figura de extraordinária e merecida gravitação, um grande artista. Pense um pouco antes de falar de política e não se deixe manipular pelas gravadoras ou pela máfia de Miami, acrescentou".
Referindo-se aos comentários de Páez sobre a morte do revolucionário Camilo Cienfuegos (1932-1959), Borón o convidou a buscar informações sobre aviões perdidos e nunca recuperados.
" Você encontrará uma lista de quase 200, incluindo os 68 cadetes da escola de aviação argentina que desapareceram em um Douglas C-54 em 1965. Estava em terra, na cordilheira de Talamanca e nunca foram encontrados. Por favor, seja um pouco sério. Na verdade, seria bom se você corrigisse. O que você diz é um absurdo", ele ressaltou.
Por sua vez, o Coordenador da Solidariedade Multissetorial com Cuba e Pátria Grande, Norberto Champa Galiotti, apoiou as palavras de Borón.
A vaidade e o egocentrismo são características de alguns artistas famosos, que os fazem perceber-se como imaculados e portadores de palavras sagradas, principalmente quando sentem que algo está sendo questionado, disse.
Enquanto isso, a trovadora Paula Ferré garantiu que continuará apoiando Cuba e expressando sua rejeição ao bloqueio econômico, comercial e financeiro de Washington.
O filósofo mexicano Fernando Buen Abad também se juntou aos pronunciamentos de artistas e intelectuais argentinos.
“Fito Páez: Não é preciso cair em bobagens e falácias para defender seu negócio com a máfia do verme de Miami. Seu talento não precisa se humilhar para mendigar fama ou dólares. O bloqueio imperial contra Cuba é um crime contra a humanidade. Toque música", escreveu ele.
Vim
para vender meu coração:
Paula Marconi
De roqueiro pseudo-rebelde a
mercador agourento de decepções.
Os falsos amigos de Cuba são perigosos,
porque as raízes de sua amizade são tão frágeis quanto as raízes da grama que
cresce nas lápides; aqueles que são amigos enquanto recebem tratamento de
celebridade e observam a realidade das janelas do Hotel Nacional. Esse parece
ser o caso de Fito Páez, que passou de: "Cuba salvou minha vida, aqui
recebi um abraço de amor que até hoje é um dos meus pilares para viver";
para dizer: "64 anos se passaram, é isso, acabou. Chega de culpar o
bloqueio dos EUA"; "temos que encontrar uma maneira mais inteligente
de impedir que as pessoas morram de fome ou no mar".
As
declarações de Páez servem como um gatilho para abordar alguns critérios,
porque, em geral, as pessoas sempre têm mais a dizer do que realmente estão
dizendo; mas a desonestidade é o que não
pode ser tolerado.
O fato de a exposição ter sido maciça, na
televisão aberta, quando sua intenção era outra, não justifica que, para
mostrar sua raiva, seu colapso emocional, você se disfarce de analista político
e faça julgamentos de valor sobre um país que alcançou níveis de justiça social
que seu próprio país não alcançou, o que me parece extremamente desonesto e
ousado.
Tais afirmações traduzidas em conclusões levianas,
manifestadas em ataques, como um reflexo espasmódico, também emergem da
arrogância e da falta de respeito pelo sistema político que a maioria dos
cubanos, vivendo em Cuba, decide por suas vidas; e essa falta de respeito se
traduz em desqualificação e mentiras.
É vergonhoso emitir uma opinião leviana sobre
a morte de Camilo Cienfuegos, com o significado que o Senhor da Vanguarda tem
para o povo cubano, e repetir irresponsavelmente a falácia tecida em torno de
um acontecimento tão doloroso e sensível, quando existem documentos que
explicam o contexto desse acontecimento e todos os esforços que essa trágica
situação exigiu.
Referir-se ao sequestro armado de um barco
que transportava civis, como se fosse algo que o Estado cubano devesse permitir
e tolerar, é, mais uma vez, ser funcional ao discurso construído pela gusanera,
a máfia da Flórida.
Dizer "que não haja mais pessoas que morram de fome em Cuba"; como nós
argentinos dizemos: "é uma má forma, Paez"; porque é uma mentira
desprezível. O senhor sabe que, de todas as crianças que morrem de fome todos
os dias no mundo, nenhuma é cubana, e isso não é fruto da divindade ou do
acaso; é fruto da revolução cubana, de seu povo e de seu governo.
Quando você vem de uma cidade que foi
notícia mundial porque as pessoas comiam gatos, e hoje isso não aparece na
primeira página, não significa que essa situação não exista. Quando você vem de
uma cidade que foi tomada pelo tráfico de drogas e por assassinos, pelo menos
você tem que ter um pouco de prudência, mas também um pouco de vergonha, para
se colocar como juiz do que outro país deve ou não fazer.
Essa separação caprichosa e forçada entre o
povo cubano e o governo cubano, baseada em uma visão tendenciosa, das
pseudodemocracias capitalistas burguesas, como se fossem a meca democrática do
mundo que poderia ser imposta em escala planetária. Afirmar que o governo não
representa o povo, como se o governo tivesse saído de um repolho e não fosse a
expressão e parte do povo cubano, é de uma ignorância superlativa.
Da
mesma forma, dizer que "64 anos se passaram, senhores, acabou, chega de
culpar o bloqueio dos EUA, o mundo está indo para o outro lado" representa
uma dupla irresponsabilidade. Por um lado, é uma total falta de respeito ao
artigo 1º da Constituição da República de Cuba e à história de luta e
resistência da maior das Antilhas. Por outro lado, referir-se como pretexto ao
criminoso, extraterritorial e desumano bloqueio econômico, financeiro e
comercial imposto pelos EUA contra Cuba, causando dor à população civil e
tentando asfixiar o país para colocá-lo de joelhos e ao qual, mesmo assim, o
próprio povo cubano vem resistindo há mais de 60 anos. Tentar disfarçar uma
ação de guerra imperialista como desculpa para uma ação governamental é uma
atitude surpreendentemente atrevida, cruel e insensata.
Para colocar a cereja no topo do bolo de
declarações tão desavergonhadas, ele sentencia que há pessoas que confiaram na
Revolução e agora se sentem traídas e que a questão da confiança deve ser
revista, descrevendo-a como dor e tragédia; novamente, desrespeitando Cuba, mas
também a solidariedade internacional.
Cuba é a prova viva de que uma sociedade
justa é possível e que o caminho a seguir é o socialismo. Está claro para o
povo cubano que, por essa razão, ele resiste e sustenta o sistema político que
escolheu, de forma soberana e independente. Mas também está claro para seus
inimigos, por isso a necessidade imperialista de sufocá-lo econômica,
financeira e comercialmente, bem como as campanhas orquestradas para desacreditá-lo,
baseadas em falácias, efeitos de edição e fotomontagens, além de sabotagens e
atentados diversos. Se não fosse também claro para o inimigo, esse genocídio,
esse bloqueio terrorista imperialista que goza de licença legal, não existiria.
Paez é mais um daqueles que lutam por suas aspirações individuais e que nunca entenderão a luta por uma causa coletiva. Para ele, acabou, passou, mas felizmente, para o povo cubano, a construção do socialismo e sua defesa é uma tarefa diária e permanente. O exemplo de Cuba permanecerá para as gerações presentes e futuras, como a semente dessa possível sociedade justa, e essa experiência de rebelião a 90 milhas do império, para muitos, como Paez, é impossível de digerir.
https://www.prensa-latina.cu/2023/07/24/cuba-agradece-apoyo-de-artistas-e-intelectuales-argentinos#:~:text=Buenos%20Aires%2C%2024%20jul%20
Paula Marconi: https://www.facebook.com/paula.marconi.5 (28/07/2023)
Tradução/Edição: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba
Buena respuesta a quién está vendiendo su corazón, su cerebro y sus palabras
ResponderExcluir
ResponderExcluirEu já havia tomado conhecimento dessas declarações desse Fito, só não conhecia a profundeidade e o perigo da sua desfaçatez, uma vez que é uma pessoa de grande público. Mas as respostas foram expressivas e de muita altivez.
Viva Cuba, sua revolução, sua solidariedade, e sua gente amável.
Viva a Revolução Cubana, a revolução de todos nós comprometidos em fundar um nova sociedade sem explorados e exploradores.