Desde o passado dia 7 de outubro, o número de detenções de crianças e o rigor das medidas prisionais cresceram exponencialmente. Instituições especializadas estimam que existam 200 crianças reclusas, sujeitas às mesmas políticas de fome, isolamento, privação de visitas familiares, buscas e correntes para a sua transferência nas instalações.
“Israel” intensificou as
operações para deter crianças na Cisjordânia e nos territórios ocupados, que
são tratadas nas prisões com extrema severidade, denunciaram a Autoridade para
os Assuntos dos Prisioneiros e Ex-Prisioneiros Palestinos e a Associação dos
Prisioneiros Palestinos.
De acordo com estimativas atuais
de instituições especializadas, o número de crianças nas prisões sionistas
ronda as 200, incluindo mais de 40 em detenção administrativa (sem julgamento
ou causa comprovada), detidas nas prisões de Megiddo e Ofer.
As medidas contra estas
crianças presas não são menos vingativas do que as impostas aos adultos,
especialmente desde 7 de outubro de 2023, afirmaram.
Muitos são mantidos em celas
sem mobília ou isolados e sujeitos a privação contínua de visitas familiares,
tal como milhares de outros prisioneiros.
Só na prisão de Magido, o
número de crianças chegou a 94, entre as quais há 24 de Gaza amontoadas em duas
celas, detalhou o comunicado.
Representantes da Associação
dos Prisioneiros e da Autoridade puderam verificar em Megiddo como as crianças
são deliberadamente algemadas pelas mãos e pelos pés quando são transferidas
para o espaço de visita, e também são sujeitas a revistas surpresa nas suas
celas.
Segundo algumas dessas
crianças presas, elas não sabiam do início do Ramadã, exceto os novos presos,
que chegaram esta semana, e sua alimentação durante este mês acontece na
escuridão total.
Durante uma visita recente, uma
advogada teve que insistir para que as algemas fossem retiradas das mãos do
menino entrevistado, que mal conseguia segurar o fone para falar com ela.
A jurista reclamou à
administração penitenciária desse excesso, que só era compreensível em presos
classificados como perigosos.
Outras punições implementadas
contra menores em instalações prisionais israelenses incluem o confisco de todo
o seu vestuário, a proibição de usar roupas novas e a política de isolamento
reforçado, para isolá-los ao ponto de não saberem o que se passa no mundo
exterior.
Sem acesso ao rádio ou à
televisão, além de outros mecanismos arbitrários, perdem a capacidade de
perceber a hora ou a data do dia.
Além disso, as crianças presas
foram incluídas na política da fome depois de 7 de Outubro e só recebem
alimentos escassos e de má qualidade.
Quanto às detenções de
crianças, só na Cisjordânia foram registados cerca de 500 casos depois de 7 de
Outubro, muitos dos quais levaram horas ou dias para recuperar a liberdade.
Ambas as instituições
renovaram os seus apelos para que as organizações internacionais de direitos
humanos assumam a responsabilidade pelas condições de vida dos prisioneiros
palestinos, e em particular das crianças, sujeitas a todo o tipo de violações e
crimes horríveis, com um aumento sem precedentes desde o início da agressão na
Faixa de Gaza
Recordaram também os 10
prisioneiros mortos em centros de detenção israelenses nos últimos seis meses,
incluindo três detidos de Gaza, um dos quais ainda está desaparecido.
Os meios de comunicação
palestinos alertaram para o aumento alarmante do número de prisioneiros mortos,
uma indicação clara da extensão da tortura a que são submetidos dentro das
prisões inimigas.
Tradução/Edição: Carmen Diniz p/ Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos - capítulo Brasil
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