15 de nov. de 2025

RELATORA ESPECIAL DA ONU : VISITA OFICIAL A CUBA

                               
Relatora Especial da ONU avalia os efeitos do bloqueio dos EUA sobre a indústria biotecnológica e farmacêutica cubana.

A relatora especial da ONU, Alena Douhan, visitou hoje o Hospital do Centro Cardíaco Pediátrico William Soler, onde as autoridades cubanas explicaram como o bloqueio dos EUA afeta o sistema de saúde e limita o acesso a suprimentos.

Durante a visita, o diretor do centro, Eugenio Selman Housein, explicou à especialista que, apesar das campanhas que minimizam ou negam o bloqueio, trata-se de uma realidade tangível que impacta diretamente o atendimento aos pacientes e o sofrimento das famílias.

Selman Housein afirmou que o Serviço Nacional de Saúde está lutando contra essa política, que ela descreveu como imoral e criminosa.

Douhan, que está em visita oficial para avaliar os efeitos do bloqueio em diversos setores, recebeu informações nesta quinta-feira sobre as consequências para a indústria de biotecnologia, educação e pesquisa científica durante reuniões com representantes da BioCubaFarma e outras instituições.

                                       
A agenda da relatora inclui reuniões e intercâmbios com autoridades do governo cubano, representantes de organizações internacionais, membros do corpo diplomático, bem como com associações, instituições financeiras, o setor empresarial, a academia e outros setores não governamentais.                           

https://cubaenresumen.org/2025/11/15/relatora-especial-de-naciones-unidas-evalua-efectos-del-bloqueo-de-eeuu-en-la-industria-biotecnologica-y-farmaceutica-cubana/

Trad/Ed: Comitê Carioca

               


14 de nov. de 2025

ELEIÇÕES DOMINGO 16 : OLHO (MUITO!) VIVO COM A "CANDIDATA DA ESQUERDA" À PRESIDÊNCIA DO CHILE.

                                   

Declarações da candidata chilena Jeannette Jara sobre Cuba e democracia são condenadas

  A ONG ELAM-Chile rejeita as declarações de Jeannette Jara sobre Cuba.

      Santiago, Chile, 25 de setembro (Prensa Latina) A ONG de desenvolvimento ELAM-Chile, que reúne graduados da Escola Latino-Americana de Medicina, rejeitou hoje as repetidas declarações da candidata presidencial Jeannette Jara sobre política internacional, incluindo aquelas referentes a Cuba.

   "Suas opiniões são baseadas em declarações caluniosas e pouco confiáveis, aludindo a supostos relatórios de violações de direitos humanos preparados por agências financiadas pelos Estados Unidos", alertou a ONG em um comunicado.

   O texto afirma que, ao descrever Cuba como "antidemocrática", ignora a pluralidade de formas que a democracia pode assumir ao redor do mundo e, acima de tudo, reproduz um discurso subordinado aos interesses de Washington.

    "Ainda mais grave, minimiza o impacto do bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto pelos Estados Unidos há mais de 60 anos, o que constitui um verdadeiro ato de genocídio contra o povo cubano."

     A candidata não diz nada sobre a urgência de exigir o fim dessa política, nem sobre a necessidade de retirar Cuba da lista arbitrária de países patrocinadores do terrorismo, o que só intensifica as restrições do bloqueio, denuncia o comunicado.

    Em entrevista à Televisão Nacional na quarta-feira, a representante do pacto Unidade pelo Chile, quando questionado sobre Cuba, disse que "claramente não é uma democracia".

    Questionada sobre a Venezuela, ela afirmou que "o que temos lá é uma ditadura e, como presidente do Chile, espero promover uma transição democrática".

    "Suas declarações representam um alinhamento aberto com a agenda intervencionista dos Estados Unidos", denunciou a ONG.

    Lembre-se de que a história recente mostra que nenhuma suposta transição democrática patrocinada pelo imperialismo trouxe paz, democracia ou desenvolvimento ao povo; em vez disso, significou violência, pilhagem de recursos e sofrimento.

   "O próprio Chile vivenciou em primeira mão as consequências do golpe de estado contra o presidente Salvador Allende, alimentado pela interferência dos EUA", diz ele.

   A ONG enfatizou que, durante a ditadura, Cuba acolheu milhares de compatriotas perseguidos pelo fascismo e, posteriormente, formou mais de 600 médicos chilenos por meio do projeto ELAM, proporcionando oportunidades para jovens de origens da classe trabalhadora.

   Igualmente preocupante para a organização é o silêncio em relação ao genocídio contra o povo palestino e a falta de condenação clara de Israel, responsável por crimes contra a humanidade, que exigem o rompimento imediato das relações diplomáticas e comerciais com aquele Estado.

    A ONG de desenvolvimento ELAM-Chile pediu à candidata presidencial que não se junte ao coro de vozes que legitimam a desestabilização e a ingerência estrangeira contra os processos de mudança na América Latina e no mundo.

     "Não se pode chegar à presidência de um país à custa do sangue de nações irmãs", alertou.

     A organização pediu um amplo debate político que priorize a soberania dos povos, a solidariedade internacional e a construção de um futuro em paz e dignidade.

 

Amigos chilenos de Cuba enviam carta à candidata Jeannette Jara

Santiago, Chile, 25 de setembro (Prensa Latina) O Movimento Solidariedade a Cuba no Chile enviou hoje uma carta aberta à candidata presidencial Jeannette Jara, rejeitando suas declarações ofensivas em relação à nação caribenha.

Em nosso movimento, composto por inúmeros grupos, indivíduos e amigos em todo o país, é um princípio reconhecer Cuba como promotora de iniciativas para o desenvolvimento de nossos povos, afirma a carta.

É, acrescenta o grupo, um membro ativo da comunidade internacional e, acima de tudo, uma nação profundamente solidária com a nossa.

Em entrevista à Televisão Nacional na quarta-feira, a representante do pacto Unidade pelo Chile, quando questionada sobre Cuba, disse que este não é um país democrático.

"Sua posição, Senhora Candidata, infelizmente pode ser considerada oportunismo eleitoral, o que é inconsistente com sua carreira política ou com a profundidade diplomática do diálogo que você defende", acrescenta a carta.

O movimento de solidariedade pede que a candidata de La Moneda não faça parte de uma estratégia da direita política chilena, cuja motivação, segundo ele, é a desestabilização de nações irmãs.

Convocamos respeitosamente vocês a se alinharem às ideias de autodeterminação e soberania, bem como à rejeição de genocídios, invasões e bloqueios, e para que o Chile seja um ator no respeito à dignidade de todos, conclui o documento.


   @ Comitê Carioca 


Mais informações sobre as eleições chilenas de domingo: 

Brasil de Fato:

 https://encurtador.com.br/gj

   https://encurtador.com.br/cEaT

                                    

Jeannette Jara, da coligação Unidad por Chile, em 6 de novembro de 2025; José Antonio Kast, do Partido Republicano, em 29 de outubro de 2025; Evelyn Matthei, da União Democrática Independente, em 16 de agosto de 2025; Franco Parisi, do Partido Popular, em 26 de outubro de 2025; e Johannes Kaiser, do Partido Libertário Nacional, em 4 de novembro de 2025 RODRIGO ARANGUA and Raul BRAVO / AFP)


11 de nov. de 2025

A VERDADEIRA NATUREZA DA COP30: "ECOLOGIA SEM LUTA DE CLASSES É JARDINAGEM" (CHICO MENDES) +vídeo

Caravana da Resposta parte de Sinop e conecta Cerrado e Amazônia contra o avanço da soja


Movimentos sociais e povos indígenas iniciam jornada de mais de 3 mil quilômetros rumo à COP30, denunciando os impactos do agronegócio e promovendo agroecologia 

 

De Sinop (MT), capital do agronegócio brasileiro, partiu nesta terça-feira (4) a Caravana da Resposta, uma mobilização que une movimentos sociais, povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e agricultores familiares em uma travessia terrestre e fluvial até Belém (PA), para a COP30. A mobilização percorre  o chamado “corredor da soja”, eixo logístico que liga o Cerrado mato-grossense à Amazônia, levando alimentos agroecológicos e denunciando o impacto dos portos, hidrovias, rodovias e do projeto da ferrovia Ferrogrão (EF-170).

Para Vivi Borari, comunicadora e ativista do Movimento Tapajós Vivo, do Baixo Tapajós (PA), a saída da Caravana de Sinop tem um peso simbólico profundo. “Estamos saindo do ponto onde a soja nasce para mostrar que o impacto não termina aqui. O que começa no Cerrado destrói rios e modos de vida até o Tapajós, onde as balsas carregam essa soja para a exportação”, afirma. Segundo Vivi, a Ferrogrão e o sistema de hidrovias previsto no Arco Norte “ameaçam unir a destruição de dois biomas — Cerrado e Amazônia — em nome de um único modelo de economia que exclui os povos e contamina os rios”.
 

Uma travessia que conecta lutas e territórios

Entre os que embarcam na Caravana em Sinop estão indígenas dos povos Myky, Kayabi, Kayapó, Huni Kuin e Panará. Montirenti Kayabi, da aldeia Sobradinho, no município de Feliz Natal (MT) na bacia do Xingu, é produtor de mel e leva consigo 130 litros de mel indígena Kayabi, que serão consumidos pela caravana e utilizados na Cozinha solidária da Cúpula dos Povos, durante a COP-30. “Nosso mel vem da floresta, mas milhões de abelhas morrem todos os anos com o veneno das plantações de soja e milho. A floresta que nos alimenta está sendo envenenada. Queremos mostrar que existe outro modelo de produção, com respeito à vida, às abelhas e ao território”, relata.

Quando a Caravana passou por Peixoto de Azevedo (MT), embarcaram lideranças do povo Kayapó, do Instituto Raoni, reforçando o elo entre as lutas do Xingu e do Tapajós. “A expansão da soja já ameaça nossas terras, mas com a Ferrogrão, vão abrir mais caminho para o desmatamento e trazer mais portos e mais veneno. Os governos falam em logística verde, mas não existe economia sustentável quando o preço é o fim das florestas”, destaca Ikrore Kayapó.

Em Guarantã do Norte (MT), se somaram representantes do povo Panará, cuja história de deslocamento forçado durante a abertura da rodovia BR-163 simboliza os efeitos da expansão do agronegócio na Amazônia. “Quando abriram a estrada, perdemos parte do nosso território e de nosso povo. Agora, querem passar a Ferrogrão pelo mesmo caminho, multiplicando os impactos e violência. É a repetição da mesma ferida. Estamos aqui para dizer que o progresso deles não é o nosso futuro”, afirma Peranko Panará, da Associação Iakiô.

Já em Novo Progresso (PA), outro município marcado por conflitos agrários e desmatamento, representantes do Instituto Kabu se uniram à travessia. “Somos os guardiões do Xingu e do Tapajós. A floresta que o mundo inteiro diz querer salvar é a mesma onde nossos parentes estão morrendo de fome e de contaminação por agrotóxicos. Nossa resposta é caminhar juntos, mostrar que estamos vivos e resistindo”, afirma Bepkyi Mekragnotire, liderança Kayapó do Kabu.

De acordo com levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), apenas entre 2010 e 2022, 68% dos recursos públicos destinados à infraestrutura de transportes na Amazônia foram aplicados em corredores de exportação — como a BR-163 e a rota Tapajós–Arco Norte. O resultado é a expansão acelerada da soja: 47% das exportações brasileiras já escoam pelos portos do Arco Norte, contra apenas 16% em 2010. “O que chamam de rota de grãos, é de injustiça social”, resume Vivi Borari.

 
Parada agroecológica e a força da comida sem veneno

Na manhã desta quarta (5), a Caravana fez uma parada em Trairão (PA) para um café da manhã coletivo preparado por agricultores locais. A Caravana recebeu alimentos agroecológicos produzidos pela Rede Agroecológica de Trairão, que alimentarão a Caravana no caminho até Belém. No local, agricultoras compartilharam as técnicas e estratégias para resistir à soja e produzir comida sem veneno.

“Enquanto o agronegócio envenena o solo, nós mostramos que é possível alimentar o povo com comida de verdade”, afirma Francislourdes Silva, integrante da rede agroecológica. “O que vai para Belém não é só alimento, é símbolo de resistência: o feijão, a farinha e o mel que vêm das mãos de quem planta sem destruir.”
 

Rumo à Belém

A Caravana da Resposta, mobilização que reúne mais de 300 indígenas e movimentos sociais para denunciar impactos da expansão da soja nos biomas Cerrado e Amazônia, segue para o próximo ponto: a reserva indígena Praia do Mangue, em Itaituba (PA), território Munduruku ameaçado pela exportação da soja. Isso porque a soja produzida desde Sinop (MT), desembarca nos portos próximos às aldeias — construídos em flagrante violação da OIT 169, que garante aos povos tradicionais o direito à consulta livre, prévia e informada.

Estudos do Terra de Direitos mostram que dos portos públicos e privados analisados por meio do site da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) e da Lei de Acesso à Informação (LAI), que dos 27 portos em operação em Santarém, Itaituba e Rurópolis, no oeste do Pará, apenas cinco possuem documentação completa do processo de licenciamento ambiental. Além disso, 16 possuem Licença de Operação sem apresentar Licença Prévia ou Licença de Instalação.

Os empreendimentos portuários nas margens do Rio Tapajós são projetados para o transporte de grãos do Centro-oeste do país. Além de impedir a pesca artesanal das populações tradicionais da região, resíduos de soja envenenada com agrotóxicos poluem os rios e matam os peixes, tornando-os cada vez mais raros. “Nossos rios estão morrendo. Nossos peixes estão se alimentando dessa soja cheia de veneno. Mas o rio é nosso! Não vamos deixar que a Ferrogrão e hidrovias o destrua”, finaliza Alessandra Korap, líder indígena do povo Munduruku.

Após Itaituba (PA), a Caravana da Resposta segue o trajeto até o Território Tupinambá, próximo de Santarém (PA). A previsão de chegada em Belém, para a COP30, Cúpula dos Povos e COP do Povo, é dia 12 de novembro, quando centenas de barcos se encontram na Baía do Guajará para uma grande barqueata.


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COP30 em Belém: soluções dentro do capitalismo não iludem mais o povo:

10 de nov. de 2025

CELAC : BRASIL E CUBA DEFENDEM AMÉRICA LATINA COMO ZONA DE PAZ.

                                       
Lula e Valdés Mesa rejeitaram, na cúpula de Santa Marta, a reativação da Doutrina Monroe e as intervenções estrangeiras no Caribe.

 "Somos de uma região de paz e queremos permanecer em paz." Com essa declaração contundente, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva traçou uma linha vermelha no domingo diante das crescentes ameaças de intervenção militar estrangeira na América Latina.

  Na cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União Europeia, Lula denunciou que "a ameaça do uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano" na região. O presidente brasileiro não poupou palavras: alertou sobre a reciclagem de "velhas manobras retóricas para justificar intervenções ilegais", em clara alusão à política intervencionista histórica dos Estados Unidos.

  A voz do Brasil não foi a única. O vice-presidente cubano, Salvador Valdés Mesa, denunciou as tentativas de reviver a Doutrina Monroe e foi direto: "Devemos agir para deter a agressão e a infiltração militar". Cuba também expressou sua solidariedade à Colômbia, país que considera vítima de pressão externa, e condenou inequivocamente "o genocídio militar perpetrado por Israel em Gaza", que mergulhou o povo palestino em uma crise humanitária sem precedentes.

                                                                        

   


     Para Valdés Mesa, o progresso alcançado na parceria birregional "não é suficiente" e ele exigiu compromissos mais firmes em termos de cooperação e respeito pela soberania das nações.

   Lula argumentou que a democracia "é péssima quando o crime organizado corrompe as instituições, invade os espaços públicos e destrói famílias". Ele reconheceu que a segurança é tanto um dever do Estado quanto um direito humano fundamental, mas deixou claro que não existe uma "solução mágica". A resposta, segundo ele, está em cortar o financiamento do crime organizado e deter o tráfico de armas. E enfatizou algo essencial: "Nenhum país pode enfrentar esse desafio isoladamente". Daí seu apelo para fortalecer a cooperação regional por meio de ações coordenadas.

   Desde o final de agosto, os Estados Unidos enviaram destróieres, aeronaves de patrulha marítima e, mais recentemente, um porta-aviões para o Caribe. O Pentágono justifica essa operação como uma "missão de interdição marítima" contra redes internacionais de narcotráfico que — segundo Washington — operam a partir da Venezuela e de outras áreas costeiras da América do Sul.

   Mas a operação deixou dezenas de mortos e embarcações destruídas em águas caribenhas. Vários governos da região observam com preocupação a crescente presença militar estrangeira que ameaça a soberania regional

    O presidente colombiano Gustavo Petro, anfitrião da cúpula, propôs uma visão diferente para enfrentar as crises globais. Ele defendeu a construção de uma "democracia global" baseada no reconhecimento da diversidade: "A bandeira permanece a mesma: uma humanidade livre e uma democracia global que permita nossas diferenças de todos os tipos, que são nossa riqueza."

                                         


    Ele enfatizou que a democracia deve ser construída sobre o pluralismo e o respeito pelas diferenças históricas e culturais. "Uma humanidade unânime é uma humanidade morta", declarou, propondo que o diálogo entre a CELAC e a União Europeia se torne um modelo de entendimento entre civilizações.

   O que aconteceu em Santa Marta reflete um consenso cada vez mais sólido entre os países da América Latina. A região reafirma, mais uma vez, os princípios da não intervenção e da resolução pacífica de conflitos que têm sido sua marca histórica.

https://cubaenresumen.org/2025/11/09/celac-ue-brasil-y-cuba-defienden-a-america-latina-como-zona-de-paz/ 

@comitecarioca21


7 de nov. de 2025

NO SENADO DOS EUA FICOU EVIDENTE A SEDE DE BELICISMO DE TRUMP CONTRA A VENEZUELA.

                           07/11/2025

Yuleidys Hernández Toledo 

     Apesar dos argumentos apresentados, o órgão rejeitou uma resolução bipartidária que visava limitar o uso das forças armadas em operações militares contra a nação sul-americana.

     Senadores democratas e pelo menos dois republicanos — sim, do mesmo partido de Donald Trump — expuseram a beligerância do presidente dos Estados Unidos contra a Venezuela, destacando o extenso destacamento militar americano no Caribe, uma ação que denunciaram como uma busca por "mudança de regime" em vez de uma suposta luta contra o narcotráfico, como a administração imperialista levou as pessoas a acreditar.

    Apesar dos argumentos apresentados, o Senado dos EUA rejeitou, na quinta-feira, 6 de novembro, uma resolução bipartidária que visava limitar o uso das forças armadas em operações militares contra a nação sul-americana sem autorização prévia do Congresso.

     A medida, que visava interromper a guerra contra a Venezuela, foi apresentada pelos senadores democratas Tim Kaine e Adam Schiff, e posteriormente apoiada pelo republicano Rand Paul. Ela ficou a apenas dois votos de ser aprovada, com 49 votos a favor e 51 contra.

    Após a votação, Schiff publicou em sua conta no Twitter, afirmando que ele e os senadores democratas Tim Kaine, Rand Paul e Schiff "forçaram uma votação para bloquear uma guerra não autorizada com a Venezuela. Embora o objetivo não tenha sido alcançado, a votação foi bipartidária e um passo importante. Mas quanto mais o Congresso se recusar a agir, maior será o risco de entrarmos em uma guerra em grande escala. "


Fortes denúncias no Senado

    Durante o debate sobre o instrumento legal, o senador Adam Schiff explicou que "esta resolução foi especificamente concebida para impedir uma coisa: guerra com a Venezuela. O governo não solicitou autorização do Congresso para tal guerra, mas parece estar preparando o terreno de qualquer maneira. Se considerarem a guerra necessária, que compareçam perante o Congresso para justificá-la ". A citação pode ser lida no próprio site do funcionário estadunidense:

       (https://x.com/SenAdamSchiff/status/1986519141046538526)

 

  Embora o democrata tenha deixado claro que condena o governo constitucional da Venezuela, liderado pelo presidente Nicolás Maduro, a quem chamou de "ditador" e até de "assassino", ele afirmou que "(...) Não acredito que o povo americano queira ir à guerra para derrubar seu regime, na esperança de que algo melhor aconteça. Se o governo pensa diferente, que compareça perante o Congresso e apresente seus argumentos. Que compareça perante o povo estadunidense e apresente seus argumentos. Que peça autorização para usar a força e derrubar Maduro. Mas não vamos abdicar de nossa responsabilidade. Vamos votar para dizer não à guerra sem a nossa aprovação.  "

   Ele lembrou que a medida legal apresentada em 16 de outubro se enquadra na Resolução sobre Poderes de Guerra de 1973. Essa lei buscava limitar a capacidade do presidente de mobilizar forças americanas no exterior, exigindo que o Poder Executivo consultasse e informasse o Congresso antes de envolver forças estadunidenses em hostilidades estrangeiras.

 

Questionando o extenso destacamento militar no Caribe

Adam Schiff também denunciou o poderoso destacamento militar dos EUA no Caribe, que, segundo ele, representa a intenção do governo americano de promover uma guerra contra a Venezuela.

     Segundo o estadunidense, "hoje, no Caribe ou a caminho da região, estão presentes os seguintes recursos militares: três destróieres da classe Arleigh Burke: o USS Gravely, o Jason Dunham e o Sampson;   o USS Lake Erie, um cruzador de mísseis guiados da classe Ticonderoga; o USS Newport News, um submarino de ataque nuclear com torpedos e mísseis Tomahawk; o USS Iwo Jima, um navio de assalto anfíbio equipado com um convés de voo para aeronaves F-35 e Osprey e helicópteros de ataque; o MV Ocean Trader, uma base flutuante projetada para operações especiais; drones Reaper, aeronaves Harriet e caças de quinta geração — aeronaves incrivelmente letais", descreveu ele.

   Ele acrescentou: “Mas isso não é tudo. O maior porta-aviões já construído, o USS Gerald R. Ford, está atualmente a caminho do Mediterrâneo. Isso significa que veremos mais de duas dúzias de Super Hornets e mais duas dúzias de F-35. Este navio de guerra será acompanhado por três destróieres, colocando pelo menos dez dos melhores navios de guerra da Marinha dos EUA ao alcance de Caracas. ”

    “No total, haverá mais de 400 mísseis e outros sistemas de lançamento vertical à porta de Nicolás Maduro. Cento e quinze Tomahawks, e outros 70 chegarão com o Ford. Será que devemos acreditar que se trata apenas de atacar lanchas rápidas? Se for esse o caso, por que haverá 10.000 militares americanos na área? Por que enviar três B-52 dos Estados Unidos para a região? Por que bombardeiros supersônicos B-1 sobrevoaram a costa da Venezuela nas últimas semanas para as chamadas ‘Demonstrações de Ataque de Bombardeiros’? Essa não é a minha definição da missão. Foi assim que o Pentágono a chamou. Demonstrações de ataque de bombardeiros — para quê? Para explodir barcos de pesca? ”, acrescentou, conforme citado no site mencionado anteriormente.

    Após denunciar o extenso destacamento militar, ele indicou que isso apenas   demonstra que seu país busca uma mudança de governo na Venezuela.

    “Todos precisamos entender que isso se tornou muito maior e muito mais perigoso. E talvez esse fosse o objetivo: concentrar a atenção no narcotráfico, para que não nos alarmemos com o que pode estar prestes a acontecer na Venezuela: o uso da força para alcançar uma mudança de regime ”, enfatizou.

 

Os EUA estão obcecados com a mudança de regime.

    O senador republicano Rand Paul admitiu que seu país é obcecado por mudanças de regime e que sempre usa as mesmas justificativas para levar adiante suas operações belicistas.

     “Como diz o ditado, a definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente, esperando um resultado diferente. Isso se parece muito com Washington e sua obsessão perpétua por mudanças de regime ao redor do mundo: Iraque, Líbia, Síria e agora Venezuela. O resultado é sempre caos, cartéis, terrorismo e guerras intermináveis ”, afirmou ele durante seu discurso no debate, que o próprio senador compartilhou em sua conta na rede social X.

     Segundo o senador, o presidente constitucional, Nicolás Maduro, “é um ditador”; no entanto, acrescentou: “Mas existem muitos ditadores no mundo, e isso não significa que devamos enviar americanos para lutar contra todos eles. Uma guerra na Venezuela poderia fortalecer os próprios cartéis que estamos tentando derrotar e desencadearia uma migração em massa em nosso próprio país. E, mais importante, a Constituição é clara: somente o Congresso pode autorizar uma guerra. ”

          (https://x.com/SenRandPaul/status/1986561121361252381)

     Apenas dois republicanos aderiram à iniciativa dos democratas: Rand Paul e Lisa Murkowski.

      No início do mês, um grupo de senadores democratas, incluindo Tim Kaine e Adam Schiff, apresentou uma moção buscando encerrar as ações do governo Trump de realizar ataques no Caribe sem autorização do Congresso. Essa iniciativa também não foi aprovada, como Schiff observou na quinta-feira.

                       

https://diariovea.com.ve/en-senado-de-eeuu-evidenciaron-sed-guerrerista-de-trump-contra-venezuela.

Trad/Ed: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 


1 de nov. de 2025

Johana Tablada: Os Estados Unidos não fizeram nenhuma oferta concreta de ajuda a Cuba

                                 

      A vice-diretora-geral para os Estados Unidos no Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Johana Tablada, afirmou nesta sexta-feira que até o momento “os Estados Unidos não fizeram nenhuma oferta concreta, nem responderam às perguntas levantadas sobre o anúncio feito pelo secretário de Estado”.

     Em declarações à imprensa no Ministério das Relações Exteriores, o funcionário enfatizou que “em nenhum caso o governo cubano impôs condições extraordinárias” para o recebimento de ajuda internacional e lembrou que, nos últimos anos, diante de situações de desastre, o governo dos EUA fez ofertas “respeitosamente a Cuba e aos cubanos, que se concretizaram”.

    Tablada também especificou que existem mecanismos para canalizar doações de organizações e cidadãos dos EUA para as vítimas, suas famílias ou grupos específicos . Esses canais estão funcionando", assegurou, embora tenha reconhecido que aqueles que desejam ajudar enfrentam "restrições impostas pelo governo dos EUA".

    As declarações surgem no contexto de recentes anúncios oficiais sobre possíveis gestos de cooperação, cujos detalhes ainda não foram confirmados pelos Estados Unidos.

    A seguir, o Cubadebate reproduz as declarações à imprensa de Johana Tablada, Diretora-Geral Adjunta da Direção-Geral dos Estados Unidos:

    Ontem, nossa Embaixada em Washington contatou o Departamento de Estado a respeito da declaração publicada por eles. Posso confirmar que, até o momento, os Estados Unidos não fizeram nenhuma oferta concreta nem responderam às perguntas levantadas sobre o anúncio feito pelo Secretário de Estado. Outros países e agências das Nações Unidas fizeram ofertas, e estas já foram implementadas ou estão em processo de implementação.

    Em nenhuma circunstância o governo cubano impôs condições extraordinárias. Nos últimos anos, diante de desastres, os Estados Unidos ofereceram assistência respeitosa a Cuba e ao povo cubano, e essas ofertas foram cumpridas. Quanto a indivíduos e organizações nos Estados Unidos dispostos e interessados ​​em oferecer ajuda, em geral, aos afetados ou suas famílias, ou a indivíduos e grupos específicos, existem diversas maneiras de fazê-lo, e esses canais estão funcionando.

Naturalmente, eles têm que superar as restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos.

                             


(Transcrição de Cubaminrex)

http://www.cubadebate.cu/noticias/2025/10/31/johana-tablada-estados-unidos-no-ha-concretado-ningun-ofrecimiento-de-ayuda-a-cuba-video/

Trad: @comitecarioca21

              


30 de out. de 2025

O TRIUNFO CUBANO ANTE UM IMPÉRIO AGRESSIVO

                         
Hedelberto López Blanch

    O fato de um império altamente agressivo ter ameaçado inúmeros países com severas sanções econômicas e financeiras caso não obedecessem às suas ordens, e de 165 nações terem ignorado essa pressão e votado na Assembleia Geral da ONU a favor da resolução cubana para pôr fim ao bloqueio imposto pelos Estados Unidos, representou uma retumbante vitória moral para o governo cubano e, ao mesmo tempo, uma vergonhosa derrota para o regime do presidente americano condenado, Donald Trump.

   Washington foi derrotada e humilhada 33 vezes desde 1992 na Assembleia Geral da ONU, que votou a favor da Resolução sobre a Necessidade de Acabar com o Bloqueio Econômico, Comercial e Financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba, atualizada anualmente.

  Nessa ocasião, as pressões imperiais foram abertas e descaradas, como denunciou o Ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez Parrilla. A campanha visava não apenas distorcer a imagem de Cuba, mas também gerar pressão sobre terceiros países em relação à sua posição sobre o bloqueio, e seu objetivo era criar um clima de desinformação e confusão, provocar desmoralização, bem como gerar um sentimento de insegurança ou medo nos Estados-membros das Nações Unidas.

   Rodríguez Parrilla revelou que o Secretário de Estado Marco Rubio enviou cartas agressivas, intimidatórias e enganosas a vários países com o objetivo de forçá-los a mudar sua posição tradicional e histórica em apoio à Resolução contra o bloqueio.

   Nessa ocasião, sete países votaram contra a Resolução, e seis cederam às ameaças dos EUA, alguns por lealdade e outros por medo. Esses países, além dos Estados Unidos, foram Argentina, Hungria, Israel, Macedônia do Norte, Paraguai e Ucrânia.

   O terror e a incerteza quanto a possíveis "sanções" também intimidaram outros 12 países que se abstiveram na votação: Albânia, Bósnia-Herzegovina, Costa Rica, República Tcheca, Equador, Estônia, Letônia, Lituânia, Marrocos, Polônia, Moldávia e Romênia.

   Esta foi mais uma oportunidade perdida, usada pelos Estados Unidos para tentar minimizar o impacto devastador do bloqueio, chegando a culpar o modelo de desenvolvimento cubano e suas autoridades por meio de manipulação e operações de desinformação, principalmente nas redes sociais.

   Mas a vergonha, a dignidade e a coragem do povo e do governo cubano foram exaltadas perante a comunidade internacional quando o império sofreu mais 165 derrotas de países dignos que deram seu apoio irreversível à ilha caribenha.

    Cuba triunfou mais uma vez sobre as poderosas forças do império e, no âmbito das Nações Unidas, hasteou as bandeiras da liberdade, da soberania e da independência que defende desde janeiro de 1959. Cuba triunfou e continuará avançando.

https://cubaenresumen.org/2025/10/29/el-triunfo-cubano-ante-un-imperio-agresivo/

Trad: @comitecarioca21