Declaração do Comitê Nacional pela Liberdade dos Cinco Cubanos sobre a libertação de René González
René González, um dos cinco homens conhecidos como os Cinco Cubanos, foi libertado no último dia 7 de Outubro da Prisão Federal em Marianna, Flórida. René saiu de cabeça erguida depois de mais de 13 anos de encarceramento, cumprindo com completa dignidade sua absolutamente injusta pena. Foi um prisioneiro modelo, recusando-se a fazer qualquer tipo de acordo com o governos dos EUA para diminuir sua pena, sofrendo a humilhação de ser desumanamente privado das visitas de sua esposa, por mais de 11 anos.
O governo dos EUA, incapaz de permitir a René até mesmo a pequena vitória de sua libertação, insiste en castigá-lo ainda mais, e à sua família, exigindo que permaneça na Flórida durante os três anos de sua liberdade condicional, mesmo sabendo que René não tem familiares ali. Ao contrário, apesar de ter alguns sinceros amigos que o apoiam, o fato é que, na Flórida, a vida de René está em perigo, pois é precisamente ali que encontram-se os grupos terroristas que há 13 anos, quando planejavam mais um ataque contra Cuba, René ajudou a denunciar.
Este perigo não pode ser subestimado. A congresista da Flórida, Ileana Ros-Lehtin, foi citada no jornal Miami Herald em edição desta última segunda-feira, afirmando ser René um “inimigo da América”, que teria “sangue americano em suas mãos”. Estas acusações completamente falsas constituem uma incitação à violência, e deixam clara a necessidade do retorno imediato de René à Cuba.
O próprio fato de que se exija de um homem a quem o governo definiu como “espião”, como uma “ameaça à segurança nacional”, que permaneça nos EUA, ao invés de deportá-lo imediatamente, demonstra a inconsistência das acusações e a injustiça das penas inflingida sobre os Cinco Cubanos. O governo estadunidense nunca, e nem por um minuto, pensou que René e seus companheiros fossem “espiões” ou que representassem uma “ameaça para a segurança nacional”; se assim o fosse, teria embarcado René no primeiro avião rumo à Cuba. Ao contrário, com o castigo imposto a René e seus companheiros, pretendia proteger os verdadeiros terroristas, que estão a serviço dos interesses do governo dos EUA, numa tentativa de desestabilizar o governo cubano e debilitar a Revolução cubana.
Cuba sofre com o tormento do terrorismo não apenas desde 11 de setembro de 2001, mas já há mais de 50 anos. Um tormento que durante estas cinco décadas tirou a vida de pelo menos 3.478 pessoas, em sua maioria cubanos, mas também de muitos outros, incluindo 11 guianenses e 5 norte-coreanos, assassinados em 1976 quando da explosão de bombas a bordo do vôo 455 da companhia Cubana de Aviación, e um italiano, Fabio di Celmo, assassinado por uma explosão de bomba em um hotel, em 1997. Milhares de pessoas foram feridas gravemente em outros atos terroristas desse caráter.
René e seus irmãos - Gerardo Hernández, Fernando González, Antonio Guerrero, y Ramón Labañino – podem se orgulhar do fato de terem entrado nos EUA desarmados, arriscando suas vidas, para combater esse flagelo, infiltrando-se naqueles grupos terroristas de direita baseados em Miami responsáveis por esses atos, para revelar seus planos, e evitar novos ataques.
O governo dos EUA ajudou a organizar, financiar e dirigir as ações desses grupos terroristas desde o princípio, e sempre os pretegeu das consequências de suas ações. O governo deixou claras essa colaboração e proteção quando prendeu René e seus irmãos, e continua reafirmando essa proteção inflingindo um injusto castigo a René e seus quatro companheiros.
O mesmo governo continua, até hoje, opondo-se à válida solicitação de extradição, por parte da Venezuela, do mais conhecido de todos os terroristas, Luis Posada Carriles, responsável não apenas pela explosão do avião em 1976, que tirou a vida de 73 pessoas, como também pela tortura de muitos venezuelanos, quando integrava a polícia secreta deste país.
Se o governo dos EUA quer continuar proclamando que está comprometido com uma “guerra contra o terror”, pode respaldar essa intenção com algumas ações muito simples: permitir a René González regressar imediatamente à Cuba, libertar o restante dos Cinco Cubanos e permitir-lhes regressar à Cuba; extraditar Luis Posada Carriles à Venezuela; prender os outros já conhecidos terroristas de Miami. Enquanto essas ações não forem realizadas, toda e qualquer proclamação de “luta contra o terrorismo” por parte do governo dos EUA continuará soando como falsa.
O Comitê Nacional pela Liberdade dos Cinco Cubanos lançou uma petição online endereçada ao Presidente Obama, exigindo que se permita a René González regressar à Cuba. Já temos mais de mil assinaturas, de todas as partes do mundo. Convocamos a todas as pessoas, de qualquer nacionalidade, a unir suas vozes a essa demanda em: