O Comitê
Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos avança nos
preparativos da Quarta Jornada Contra o Bloqueio estadunidense a Cuba, a se
realizar em Washington de 24 a 28 de
setembro.
Os eventos deste ano estarão focados
nos impactos do cerco econômico, comercial e financeiro há mais de 55 anos
sobre o setor da educação no país caribenho.
Alicia Jrapko, coordenadora nos
Estados Unidos da instituição organizadora, explico à Prensa Latina que a partir desse enfoque chegarão grupos e instituições que
trabalham neste país com a questão da educação.
Uma mensagem que trazem como parte da
próxima jornada é que em Cuba esse setor é prioridade nacional, enquanto em
território norte-americano se encontra sob ameaça.
“A educação em Cuba é gratuita, é um
direito humano, enquanto aqui, em um país tão rico, fecham escolas e a gente
tem que pagar muito caro pela educação superior”, expressou Jrapko.
De acordo com a coordenadora, entre
as atividades previstas encontra-se a projeção de dois documentários em 26 de
setembro no cinema Landmark e Street desta capital: AíLucha Si!, sobre a batalha pela educação pública em Porto Rico; e Mestre, a respeito da Campanha de Alfabetização realizada em Cuba em 1961.
A primeira dessas obras, codirigida
por Jennifer Wager, Jinnette Morais e Poonam Srivastava, documenta os esforços
de docentes e estudantes “enquanto lutam contra a destruição de
seu sistema educativo por parte do capitalismo em razão das crises econômicas e
climáticas”, segundo informa a página
do Comitê.
Por sua vez, Mestre, realizada por Catherine Murphy, explora as experiências de nove
mulheres que, quando eram meninas, ajudaram a erradicar o analfabetismo na
maior das Antilhas, como parte do esforço em que participaram mais de 250 mil
voluntários.
A mostra de ambos os filmes contará
com a presença de suas criadoras, bem como com a participação da psicóloga
social cubana Norma Guillard, uma das protagonistas desta segunda fita.
Outra das atividades previstas
adiantou Jrapko, é um encontro em 27 de setembro com estudantes da universidade
Howard, de Washington DC, no qual farão uma apresentação sobre como o bloqueio
afeta a educação na nação caribenha.
Para esse e outros eventos estarão
presentes graduados estadunidenses da Escola Latino Americana de Medicina
(ELAM), em Cuba.
Durante os dias de ação, para os
quais contam com o apoio da Fundação Inter-religiosa para a Organização
Comunitária Pastores pela Paz e a Rede Nacional de Solidariedade com Cuba,
também realizarão visitas a representantes e senadores com mandatos relacionados
com educação e alfabetização.
Nesse sentido, Jrapko apontou que por
se tratar de um ano eleitoral, em que alguns membros atuais do Congresso podem
não ser reeleitos, têm que ser bem precisos a respeito dos legisladores com os
que buscarão dialogar, de forma que apontem pessoas com possibilidades de
continuar no Capitólio.
Mediante um comunicado sobre a
Jornada contra o Bloqueio, o Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos
Povos manifestou que muitas pessoas nesta nação acham que esse cerco já não
existe e que ambos os países normalizaram as relações.
“Nada mais longe da
verdade”, indicou o texto, o qual recordou que em 17 de dezembro de 2014 os
então presidentes de Cuba, Raúl Castro; e Estados Unidos, Barack Obama,
começaram um processo de aproximação bilateral.
Mas, desafortunadamente, o bloqueio
mantém-se intacto. E o presidente Donald Trump tem deixado claro que pretende
paralisar, e inclusive reverter, os modestos avanços diplomáticos que se
realizaram, agregou à declaração.
O documento também realçou que,
apesar das dificuldades econômicas causadas pelo bloqueio, os lucros de Cuba em
alfabetização e educação são admirados pelo mundo.
Um dos primeiros objetivos da
Revolução de 1959 foi erradicar o analfabetismo. É por isso que em 1961 o novo
governo lançou uma Campanha de Alfabetização, graças à qual, mais de 700 mil
cubanos aprenderam a ler e escrever, recordou a nota.
Desde então, Cuba, através de seu
programa internacional de alfabetização Yo Si Puedo tem ajudado a mais
de oito milhões de pessoas em todo mundo a adquirir esses mesmos conhecimentos,
realçou o documento.
Nos Estados Unidos, no entanto, dados
do Departamento de Educação e o Instituto Nacional de Alfabetização indicam que
32 milhões de adultos não podem ler, enquanto 21 por cento lê abaixo do nível
de quinto grau.
Há muito que podemos aprender de
Cuba, e muitos benefícios para os estadunidenses se as relações com a ilha
fossem mais próximas, considerou o Comitê.
Texto: Martha Andrés Román, tomado de Prensa Latina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário