Raul Antonio Capote
A voz firme da Revolução foi ouvida nos fóruns internacionais mais importantes em 2024.
O ano que terminou testou mais uma vez a resistência e a força do povo cubano, em meio à intensificação do bloqueio econômico, comercial e financeiro, reforçado pela administração de Joe Biden, à continuação da política de máxima pressão imposta por Donald Trump e a mais de 60 anos de guerra econômica dos EUA contra Cuba.
Ao mesmo tempo, as ações do imperialismo em nível internacional nunca foram tão flagrantes. Parafraseando Antonio Gramsci: “O velho mundo está morrendo. O novo está demorando a aparecer. E nesse claro-escuro surgem os monstros”.
Mesmo assim, Cuba não renunciou ao seu compromisso com as ideias de justiça social, e a voz firme da Revolução foi ouvida nos mais importantes fóruns internacionais. A prática inabalável da solidariedade continuou sendo um marco em suas ações, às quais o mundo retribuiu, como sempre.
Mais uma vez, em 2024, a ilha saiu vitoriosa na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), depois que 187 nações votaram a favor da Resolução “Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”.
Sem surpresa, os Estados Unidos e Israel se manifestaram contra, enquanto a Moldávia se absteve e, após a votação, para espanto do mundo, o presidente da Argentina, Javier Milei, abertamente alinhado com os postulados intervencionistas da direita internacional, demitiu a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino de seu cargo por ter votado a favor de Cuba na ONU.
AGENDA DO PAÍS, AGENDA MUNDIAL
Cuba alcançou um marco em suas relações internacionais com a adesão ao Brics, junto com outras 12 nações, incluindo a Bolívia para a América Latina, um evento que está entre os mais relevantes para o nosso país, devido aos possíveis caminhos que abre para as possibilidades de desenvolvimento.
O Primeiro Secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e Presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, manteve uma ampla agenda internacional, que consolidou os caminhos abertos pelos diplomatas e empresários cubanos em todo o mundo.
A importância da presença cubana no cenário internacional foi destacada pelo Chefe de Estado, na comemoração do 65º aniversário da fundação do Ministério das Relações Exteriores, ao descrever nosso país como aquele “que marcha na vanguarda das reivindicações pela democratização das Nações Unidas, pela diplomacia para silenciar as armas, por uma nova e mais justa ordem internacional, entre outras batalhas globais, exigindo de seus dirigentes, funcionários e trabalhadores um alto nível de preparação profissional e cultura geral”.
Entre as atividades mais importantes das quais participou está a 24ª Cúpula da ALBA-TCP na Venezuela. Essa importante reunião comemorou o 20º aniversário da fundação da aliança pelos comandantes Hugo Chávez Frías e Fidel Castro Ruz.
Os argumentos da ilha também foram ouvidos durante a 38ª Conferência Regional da FAO, na Guiana, a 8ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a 19ª Cúpula do Movimento dos Não Alinhados (MNA), a Reunião Internacional de Solidariedade com Cuba, o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo-2024, bem como o 4º Fórum de Mulheres da Eurásia e o 1º Fórum de Mulheres do Brics, em Moscou.
A viagem de trabalho à Rússia e sua participação no desfile que marcou o 79º aniversário da vitória sobre o fascismo, no qual acompanhou o presidente russo Vladimir Putin, também foi importante e muito proveitosa.
Na ocasião, o chefe de Estado cubano entregou ao presidente recém-reeleito uma carta de felicitações do líder da Revolução Cubana, o general do Exército Raúl Castro Ruz.
Também é digno de nota, nos últimos 12 meses, o fortalecimento dos laços de amizade com a Rússia, a China e o Vietnã, como evidenciado pela visita dos mais importantes dignitários e personalidades dessas nações e pela solidariedade demonstrada diante dos desastres naturais que afetaram a Maior das Antilhas.
CORAÇÕES PARA A ILHA DA CURA
Durante este ano, tanto presencialmente como nas redes sociais, organizações solidárias de todo o mundo convocaram diferentes campanhas internacionais para desafiar as ações da guerra econômica dos Estados Unidos e arrecadaram fundos para enviar doações a Cuba.
A ajuda imediata da comunidade internacional e, sobretudo, dos grupos e organizações de solidariedade, diante dos desastres naturais que marcaram a vida dos cubanos neste ano, foi um marco.
Dois furacões, Oscar e Rafael, e vários terremotos atingiram a ilha, provocando um tsunami de solidariedade, amizade e compromisso com a pátria de Fidel.
Vale a pena destacar a ajuda prestada por nossos irmãos caribenhos que, como Cuba, foram afetados por esses eventos, bem como a assistência oferecida por países como México, Colômbia, Bolívia, Venezuela, Rússia, China, Vietnã e outras nações.
Não se deve deixar de mencionar a solidariedade da maior das Antilhas com o resto do mundo, já que o pessoal da saúde cubana continuou trabalhando em áreas intrincadas do planeta, e os professores cubanos levaram a luz do conhecimento a todos os lugares para onde foram convocados.
DAS PALAVRAS AOS FATOS
Cerca de 600 parlamentares de 73 países pedem aos Estados Unidos que retirem Cuba da lista de “Estados patrocinadores do terrorismo”.
Uma declaração assinada por 123 países, emitida pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, exigiu que os Estados Unidos retirassem a ilha desse documento.
A 47ª Conferência de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe reiterou seu pedido para que o bloqueio fosse suspenso e que Cuba fosse retirada da lista.
Em várias ocasiões, congressistas dos EUA pediram ao presidente Joe Biden que adotasse uma mudança de política em relação a Cuba e retirasse a designação de país patrocinador do terrorismo.
Os bispos católicos dos EUA pediram o fim da inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo.
O presidente da República Popular da China, Xi Jinping, instruiu um novo apoio para aliviar a situação pela qual o povo cubano está passando, devido aos furacões e ao terremoto que afetaram a ilha em novembro.
A Rússia fortaleceu a cooperação diante do bloqueio, com vários acordos em setores-chave para o desenvolvimento da ilha, como energia e tecnologia, enquanto a Duma russa exigiu a exclusão de Cuba da lista de patrocinadores do terrorismo.
O presidente vietnamita reafirmou que seu país apoiará a ilha em todas as circunstâncias.
Cuba recebeu várias doações venezuelanas para as vítimas do furacão.
A Embaixada de Cuba na Espanha enviou um carregamento de 1,3 tonelada de material sanitário, junto com numerosas Associações de Solidariedade com o arquipélago.
A Associação Nacional de Amizade Itália-Cuba desenvolveu as campanhas Unblock Cuba e Uno Tsunami, nas cidades italianas mais importantes.
A campanha Deixe Cuba Viver superou sua meta de arrecadação de fundos nos Estados Unidos em outubro.
A campanha de solidariedade internacional Hands Off Cuba, lançada pela Federação Sindical Mundial (FSM), recebeu apoio unânime de seus afiliados em todo o mundo.
https://www.resumenlatinoamericano.org/2025/01/01/cuba-la-patria-de-fidel-nunca-esta-sola/
Tradução: @comitecarioca21
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