Raúl Antonio Capote*
O anúncio do Departamento de Estado dos
Estados Unidos – há muitos interessados em ampliá-lo como uma grande notícia
– sobre a exclusão de Cuba da lista de países que não cooperam plenamente na
luta contra o terrorismo, nada mais foi do que o reconhecimento de o que a Ilha
sempre fez em todos os seus anos de Revolução: combater um flagelo do qual foi
apenas vítima.
Esta certeza sempre foi muito clara para
o Governo “listador”. Sabe que não há nenhum argumento que apoie a
manutenção de Cuba nesta que é, de certa forma, uma subcategoria daquela outra
lista de países que são acusados, não de "não cooperar plenamente",
mas de patrocinar o terrorismo, na qual continua e incluem Cuba, e que é a
causa fundamental da extorsão econômica que sofre. Significa que, com o recente
anúncio, a contradição só aumenta, e a manipulação política do Governo dos EUA
nesta questão fica ainda mais exposta. Foi o que questionou o Primeiro
Secretário do Comitê Central do Partido e Presidente, Miguel Díaz-Canel
Bermúdez : “Ao constatar o que é
amplamente conhecido, que Cuba está cooperando na batalha contra o terrorismo,
os EUA deveriam retirar Cuba da lista arbitrária do Departamento de Estado e
acabar com as medidas econômicas coercitivas que a acompanham”.
Segundo informações divulgadas pelo
Departamento de Estado dos EUA, “foi determinado” que “as circunstâncias para a
certificação de Cuba como país que não coopera plenamente com os esforços
antiterroristas (NFCC) mudaram de 2022 para 2023 e que, portanto, o Itamaraty
não designa a Ilha como tal para o ano civil de 2023, de acordo com a Lei de
Controle de Exportação de Armas.”
A inclusão da lista NFCC – é importante
reiterar que não é a mesma dos “Estados Patrocinadores do Terrorismo (SST)” –
foi tornada pública em 13 de maio de 2020, e foi ratificada ano após ano, até
hoje. . No outro, o SST, fomos “inseridos” pela primeira vez na administração
do presidente Ronald Reagan, em 1982; e em 2015, o governo de Barack Obama
retirou o arquipélago dessa lista; Porém, no final da presidência de Donald
Trump, em 12 de janeiro de 2021, foi novamente designado como patrocinador do
terrorismo. Usar termos semelhantes é “a confusão” de que se aproveita o
asqueroso coro de mercenários – a maioria, por ignorantes, certamente
confuso–; mas insistimos que o recente anúncio da Casa Branca não exclui
Cuba da lista SST.
O fato de isso ser feito num contexto
eleitoral pode levar à suposição de que se trata de uma espécie de “cortina de
fumaça” dirigida a um grupo-chave de apoiantes democratas que não concordam com
a política contra Cuba e que poderiam ter peso nas urnas. Talvez para já, sobre
o que realmente querem os cubanos que vivem nos Estados Unidos para o seu país
natal, a própria Universidade da Flórida realizou uma pesquisa, citada pelo PL,
cujas estatísticas revelaram que 53% são a favor das relações diplomáticas, 64%
apoiam a venda de alimentos, 72% envio de medicamentos e 64% aplicação de
políticas “para melhorar o bem-estar económico do povo cubano”.
A única coisa coerente que o Governo dos EUA
pode fazer é separar Cuba de qualquer ligação com o terrorismo. Elevar o rótulo
de “patrocinador” é o mais urgente. Claro, a coerência a que apelamos é com a
verdade, porque se falamos da autoridade moral da Casa Branca para exigir nesta
matéria... vamos lá, não há nenhuma.
(*) Escritor, professor,
pesquisador e jornalista cubano. É autor de Juego de Iluminaciones”, “El caballero
ilustrado”, “El adversario”, “Enemigo” y “La guerra que se nos hace”.”.
Foto da capa: CNN.
https://www.resumenlatinoamericano.org/2024/05/16/cuba-ni-coopera-ni-patrocina-el-terrorismo/
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