10 de mai. de 2024

FIDEL NO BRASIL - 65 anos da primeira viagem do líder da Revolução Cubana. (port/esp)

                                        

   por: Adolfo Curbelo Castellanos, Embaixador de Cuba no Brasil 

    Poucos são os que sabem que a Revolução Cubana ainda não completara quatro meses de vida e o comandante Fidel Castro desembarcava… no Brasil! Sim, no dia 29 de abril se completou 65 anos desde a primeira de 12 viagens ao Brasil do Líder da Revolução Cubana, naquela época o ainda primeiro-ministro Fidel Castro Ruz. 

   Fidel permaneceu uma semana em território brasileiro e realizou um intenso programa em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Nas reuniões, defendeu a unidade e a integração latino-americanas; enfatizou o status do Brasil como potência e, de forma um tanto profética, suas possibilidades de estimular a criação de um mercado comum que possibilitasse o desenvolvimento econômico do continente.

   Em Brasília, na lanchonete futurista concebida pelo gênio de Oscar Niemeyer, ele teve um encontro memorável com o presidente Juscelino Kubitscheck no Palácio da Alvorada. O ar aberto e sorridente entre os dois chefes de Estado que aparece impresso é um retrato fiel da relação cordial que unia os dois países.

    No Rio, Fidel apoiou a Operação Pan-Americana proposta pelo presidente JK como um meio de elevar o padrão de vida de todos os latino-americanos e teve uma conversa animada com o vice-presidente João Goulart.

    Tendo se tornado uma personalidade reconhecida por grande parte da opinião pública brasileira, Fidel concordou em participar do programa “Esta é a sua vida” - o campeão de audiência da recém-nascida TV Tupi, apresentado pelo popularíssimo Jota Silvestre. O programa semanal, exibido em horário nobre, era um perfil do personagem central - no caso, Fidel Castro - entremeado por cenas de sua vida e perguntas feitas de improviso, ao vivo.  Foi com exclusividade para o “Esta é sua vida” que Fidel tornou público um texto em que o escritor norte-americano Ernest Hemingway lhe escreveu: “Tenho grande confiança na revolução de Castro porque ela tem o apoio do povo cubano. Acredito em sua causa, Cuba tem sido boa para mim (...) Vivi e trabalhei ali”.

                

    Em 7 de maio de 1959, antes de partir para sua viagem de volta, Fidel participou de um comício público organizado pela aguerrida UNE - União Nacional dos Estudantes. Aí também se deu um fato inusitado. Semanas antes, o presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower, havia feito uma visita oficial ao Brasil. Para encher os olhos do visitante, a embaixada dos EUA colocou em centenas de postes no Rio de Janeiro cartazes com a foto do visitante e o título: “WE LIKE IKE” (“Nós gostamos de Eisenhower”). Ao chegar ao histórico campus da UNE, na Praia do Flamengo, o Comandante-em-Chefe se deparou com uma gigantesca faixa pintada pelos estudantes com o rosto gigante do líder cubano e a frase: “WE LIKE FIDEL” (“NÓS GOSTAMOS DE FIDEL!”).

   Em apenas uma semana, ele havia dado várias entrevistas à imprensa, das quais participaram centenas de jornalistas, uma expressão do interesse suscitado  pela nascente Revolução Cubana e seu líder.

   Fidel viajou ao Brasil em outras 11 ocasiões. Reuniu-se com os presidentes José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Participou da Cúpula da Terra/ Rio +20 (Rio, 1992) e da Cúpula Ibero-Americana (Salvador, 1993).

   Teve inúmeros intercâmbios com a mídia, incluindo uma entrevista com Marília Gabriela (no programa “Cara a Cara” da TV Bandeirantes) e sua participação no programa “Roda Viva” da TV Cultura de São Paulo. Em várias ocasiões, conversou com Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo.

  Se reuniu com líderes políticos proeminentes de diferentes tendências políticas, incluindo o deputado Ulysses Guimarães, presidente do MDB - Movimento Democrático Brasileiro, Leonel Brizola, presidente do Partido Democrático Trabalhista, João Amazonas, presidente do PC do Brasil, Roberto Amaral, presidente do PSB. Em todas as suas visitas ao Brasil, ele se reuniu com Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Partido dos Trabalhadores.

  Se reuniu com os governadores de todos os estados que visitou: o governador de Pernambuco, Miguel Arraes; de São Paulo, Orestes Quércia; do Rio de Janeiro, Wellington Moreira Franco e Anthony Garotinho; da Bahia, Antonio Carlos Magalhães; e de Minas Gerais, Eduardo Azeredo.

  Em 1992, durante o encontro com o governador Leonel Brizola, foi assinado um acordo de cooperação e transferência de tecnologia que permitiu oferecer tratamento a 6.500 crianças brasileiras afetadas pela contaminação radioativa do Césio 137. Naquele mesmo ano, encontrou-se com Terezinha Nunes, vítima do acidente radioativo em Goiânia.

   Em 1990, trocou experiências com Luiza Erundina, prefeita de São Paulo, e Eduardo Suplicy, presidente da Câmara dos Vereadores da cidade. Em 1993, durante uma reunião com a prefeita de Salvador, Lídice da Mata, ele prometeu ajuda para crianças sem escolas e trocou opiniões sobre as contribuições que Salvador poderia fazer a Cuba no campo da biotecnologia.

   Uma clara expressão de seu interesse e respeito pela religião é a visita que fez à sede da CNBB - Conferência Nacional de Bispos do Brasil - em 1990, quando se reuniu com mais de 1.300 religiosos e militantes das CEBs - Comunidades Eclesiais de Base - de vários estados brasileiros. A reunião foi presidida, entre outros, pelo padre franciscano Leonardo Boff, um dos mais importantes teólogos da América Latina, e por Frei Betto, promotor de comunidades cristãs com quem o líder da Revolução Cubana se reuniu em repetidas ocasiões.

   O líder revolucionário demonstrou seu interesse em promover um relacionamento profundo com a  intelectualidade e expoentes das mais variadas expressões e manifestações artísticas. Prova disso é o encontro que teve no Memorial da América Latina com o arquiteto Oscar Niemeyer, o antropólogo Darcy Ribeiro e o escritor Fernando Morais, responsáveis pela concepção do Memorial, bem como sua participação na cerimônia de condecoração do antropólogo e indigenista Orlando Villas Boas.                                            

    Na viagem de 1990, houve um importante encontro com intelectuais, do qual participaram, além do Comandante, os cubanos Abel Prieto e Roberto Fernández Retamar, enquanto Antonio Callado, Chico Buarque de Holanda e Fernando Morais, entre outros, representaram o Brasil. Na ocasião, o escritor Callado leu uma mensagem de apoio de intelectuais a Fidel, assinada por 300 criadores, artistas e cientistas brasileiros. Durante o encontro, Fidel disse: “Se a Revolução fosse derrotada em Cuba, a independência de nosso país desapareceria. Revolução, independência e soberania são inseparáveis em Cuba”.

   O Comandante também favoreceu, em seu encontro, o estabelecimento de um vínculo sólido e estável com o setor de ciência, inovação e tecnologia. Em uma visita à Fundação Osvaldo Cruz - conhecida como Fiocruz ou Manguinhos -, defendeu a necessidade de colaboração, integração e a realização de esforços e projetos comuns em prol do desenvolvimento de nossos países.

    Sua atuação no Brasil não deixou de lado a promoção das relações econômicas e comerciais. Suas reuniões com empresários, organizadas pela Câmara de Comércio Brasil-Cuba no Centro de Convenções do Anhembi, e seu encontro com Albano Franco, presidente da Confederação Nacional das Indústrias do Brasil, são bem lembrados.

   Premonitório foi seu discurso na Cúpula da Terra em 1992, quando, se antecipando aos desafios que enfrentamos hoje como resultado das mudanças climáticas, ele disse: “Uma importante espécie biológica corre o risco de desaparecer (...): o homem. Peço aos países desenvolvidos que mudem seu comportamento consumista, a principal causa histórica da degradação ambiental. A solução não pode ser impedir o desenvolvimento daqueles que mais precisam (...) Chega de transferir para o Terceiro Mundo estilos de vida e hábitos de consumo que arruínam o meio ambiente (...) Que se aplique uma ordem internacional justa (...) Que se utilize toda a ciência necessária para o desenvolvimento sem contaminação (...) Que desapareça a fome, não o homem”.

   Durante a Primeira Cúpula União Europeia-América Latina, realizada no Rio de Janeiro em 1999, Fidel disse aos chefes de Estado presentes: “Defenderemos a soberania como algo sagrado enquanto houver alguns muito poderosos e outros muito fracos; enquanto todos não estiverem dispostos a renunciar a ela em nome de uma soberania mais universal (...) É urgente demolir o sistema financeiro estabelecido até suas fundações e criar outro verdadeiramente honesto, democrático, equitativo e humano que ajude a erradicar a pobreza e a salvar o mundo (...) Estamos dispostos a receber da Europa cooperação sem condições e uma solidariedade com liberdade.”

   Naquela ocasião, o Jornal do Brasil publicou que “latino-americanos e alguns europeus chegaram a um consenso: o sistema financeiro mundial precisa de reformas e mecanismos de controle”. O Jornal de Comércio declarou: “O atual sistema econômico envelheceu e precisa ser reformado urgentemente.

    Também em 1999, em um dia emocionante no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, ele recebeu a medalha Araribóia do arquiteto Oscar Niemeyer em memória do líder de um povo nativo que se opôs à ocupação estrangeira.

   Em 2003, retornou a Brasília para o que seria sua última visita ao país, para assistir à primeira posse do presidente Luis Inácio Lula da Silva.

   Durante suas visitas ao Brasil, trabalhou incansavelmente em favor da aproximação entre os países latino-americanos, defendeu incansavelmente a justiça e contribuiu decisivamente para o desenvolvimento e o fortalecimento dos laços entre Brasil e Cuba em uma ampla gama de campos.

   Passadas seis décadas, as sementes plantadas por Fidel em doze viagens históricas ao Brasil já estão dando flores e frutos.


Fidel en Brasil: 65 años del primer viaje del líder de la Revolución Cubana.

Autor: Adolfo Curbelo Castellanos, Embajador de Cuba

 

El 29 de abril se cumplieron 65 años desde primer viaje a Brasil del Líder de la Revolución Cubana, Fidel Castro Ruz, completados apenas 4 meses del triunfo revolucionario de enero de 1959. Fue el primero de 12 viajes.

Fidel permaneció una semana en territorio brasileño y cumplió un intenso programa en São Paulo, Brasilia y Río de Janeiro. En las reuniones defendió la unidad y la integración latinoamericana; destacó el estatus de Brasil como potencia y, de manera algo profética, sus posibilidades de estimular la creación de un mercado común que permitiera el desarrollo económico del continente.

En Brasilia, lugar futurista diseñado por el genio Oscar Niemeyer, tendrá un encuentro memorable con el presidente Juscelino Kubitscheck en el Palácio da Alvorada. La abierta y sorprendente escena entre los dos jefes de Estado parece ser un retrato fiel de la cordial relación que une a los dos países.

En Río, Fidel apoyó la Operación Panamericana propuesta por el Presidente JK como medio para elevar el nivel de vida de todos los latinoamericanos y sostuvo una animada conversación con el Vicepresidente João Goulart.

Convertido en una personalidad reconocida por gran parte de la opinión pública brasileña, Fidel aceptó participar en el programa “Essa é a vida dele”, ganador de rating en la naciente TV Tupi, presentado por el muy popular Jota Silvestre. El programa semanal, emitido a una hora determinada, era un perfil del personaje central -en este caso, Fidel Castro- intercalado con escenas de su vida y preguntas formuladas inesperadamente, en directo. Fue exclusivamente para “Esta es tu vida” que Fidel se dirigió al público en un texto en el que el escritor estadounidense Ernest Hemingway escribió: “Tengo gran confianza en la revolución de Castro porque cuenta con el apoyo del pueblo cubano. Creo en su causa, Cuba ha sido buena conmigo (...) Allí viví y trabajé”.

El 7 de mayo de 1959, antes de emprender su viaje de regreso, Fidel participó en una elección pública organizada por la valiente UNE – Unión Nacional de Estudiantes. También hay un hecho insólito.

Semanas antes, el presidente de Estados Unidos, Dwight Eisenhower, había realizado una visita oficial a Brasil. Para llenar los ojos de los visitantes, la embajada de Estados Unidos colocó carteles en cientos de puestos en Río de Janeiro con la fotografía del visitante y el título: “WE LIKE IKE” (“Nos gusta Eisenhower”). Al llegar al histórico campus de la UNE, en Praia do Flamengo, el Comandante en Jefe se topó con una gigantesca pancarta pintada por estudiantes con el rostro gigante del líder cubano y la frase: “WE LIKE FIDEL ” (“¡NOS GUSTA FIDEL! ”).

En apenas una semana había concedido varias entrevistas a la prensa, en las que participaron cientos de periodistas, expresión del interés suscitado por la naciente Revolución cubana y su líder.

Fidel viajó a Brasil en otras 11 ocasiones. Se reunió con los presidentes José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso y Luiz Inácio Lula da Silva. Participó en la Cumbre de la Tierra/Río +20 (Río, 1992) y en la Cumbre Iberoamericana (Salvador, 1993).

Tuvo numerosos intercambios con los medios de comunicación, incluida una entrevista con Marília Gabriela (en el programa “Cara a Cara” de TV Bandeirantes) y su participación en el programa “Roda Viva” de TV Cultura de São Paulo. En varias ocasiones habló con Roberto Marinho, presidente de Organizações Globo.

Se reunió con destacados líderes políticos de diferentes tendencias políticas, entre ellos el diputado Ulysses Guimarães, presidente del MDB - Movimiento Democrático Brasileño, Leonel Brizola, presidente del Partido Democrático del Trabajo, João Amazonas, presidente del PC do Brasil, Roberto Amaral, presidente del PSB. En todas sus visitas a Brasil se reunió con Luiz Inácio Lula da Silva, presidente del Partido de los Trabajadores.

Se reunió con los gobernadores de todos los estados que visitó: el gobernador de Pernambuco, Miguel Arraes; de São Paulo, Orestes Quércia; de Río de Janeiro, Wellington Moreira Franco y Anthony Garotinho; de Bahía, Antonio Carlos Magalhães; y de Minas Gerais, Eduardo Azeredo.

En 1990 sostuvo un encuentro con alrededor de 100 dirigentes de nueve partidos y movimientos de izquierda y de dos centrales obreras en el centro de Convenciones de Anhemby. En esa oportunidad, saludó a Adao Pretto, entonces Diputado Estadual e integrante de la dirección nacional del MST.

En 1992, durante una reunión con el gobernador Leonel Brizola, se firmó un acuerdo de cooperación y transferencia de tecnología que permitió ofrecer tratamiento a 6.500 niños brasileños afectados por la contaminación radiactiva del Césio 137. Ese mismo año, se reunió con Terezinha Nunes, víctima del accidente radiactivo de Goiânia. E

En 1990 intercambió experiencias con Luiza Erundina, alcaldesa de São Paulo, y Eduardo Suplicy, presidente de la Cámara de Concejales de la ciudad. En 1993, durante un encuentro con la alcaldesa de Salvador, Lídice da Mata, prometió ayuda para los niños sin escuela e intercambió opiniones sobre los aportes que Salvador podría hacer a Cuba en el campo de la biotecnología.

Una expresión clara de su interés y respeto por la religión es la visita que realizó a la sede de la CNBB - Conferencia Nacional de Obispos de Brasil - en 1990, cuando se reunió con más de 1.300 religiosos y militantes de las CEB - Comunidades Eclesiásticas de Base - de varios estados brasileños. El encuentro estuvo presidido, entre otros, por el sacerdote franciscano Leonardo Boff, uno de los teólogos más importantes de América Latina, y por Frei Betto, promotor de comunidades cristianas con quien el líder de la Revolución cubana se reunió en repetidas ocasiones.

El líder revolucionario demostró su interés en promover una relación profunda con la intelectualidad y exponentes de las más variadas expresiones y manifestaciones artísticas. Prueba de ello es el encuentro que mantuvo en el Memorial da América Latina con el arquitecto Oscar Niemeyer, el antropólogo Darcy Ribeiro y el escritor Fernando Morais, responsables del diseño del Memorial, así como su participación en la ceremonia de condecoración del antropólogo e indigenista Orlando Villas Boas.

En el viaje de 1990 hubo un importante encuentro con intelectuales, en el que, además del Comandante, participaron los cubanos Abel Prieto y Roberto Fernández Retamar, mientras que Antonio Callado, Chico Buarque de Holanda y Fernando Morais, entre otros, representaron a Brasil. En la ocasión, el escritor Callado leyó un mensaje de apoyo de intelectuales a Fidel, firmado por 300 creadores, artistas y científicos brasileños. Durante el encuentro, Fidel dijo: “Si la Revolución fuera derrotada en Cuba, la independencia de nuestro país desaparecería. Revolución, independencia y soberanía son inseparables en Cuba”.

El Comandante también favoreció, en su encuentro, el establecimiento de un vínculo sólido y estable con el sector de ciencia, innovación y tecnología. En visita a la Fundación Osvaldo Cruz -conocida como Fiocruz o Manguinhos-, defendió la necesidad de la colaboración, la integración y la realización de esfuerzos y proyectos comunes para el desarrollo de nuestros países.

Su labor en Brasil no dejó de lado la promoción de las relaciones económicas y comerciales. Son muy recordados sus encuentros con empresarios, organizados por la Cámara de Comercio Brasil-Cuba en el Centro de Convenciones de Anhembi, y su encuentro con Albano Franco, presidente de la Confederación Nacional de Industrias de Brasil.

Premonitorio fue su discurso en la Cumbre de la Tierra de 1992, cuando, anticipándose a los desafíos que enfrentamos hoy como consecuencia del cambio climático, dijo: “Una especie biológica importante está en riesgo de desaparecer (...): el hombre. Pido a los países desarrollados que cambien su comportamiento consumista, principal causa histórica de la degradación ambiental. La solución no puede ser impedir el desarrollo de quienes más lo necesitan (...) Basta de transferir estilos de vida y hábitos de consumo que arruinan el medio ambiente al Tercer Mundo (...) Que se aplique un orden internacional justo (... ) Que se utilice toda la ciencia necesaria para el desarrollo sin contaminación (...) Que desaparezca el hambre, no el hombre”.

Durante la Primera Cumbre Unión Europea-América Latina, celebrada en Río de Janeiro en 1999, Fidel dijo a los jefes de Estado presentes: “Defenderemos la soberanía como algo sagrado mientras haya unos muy poderosos y otros muy débiles; mientras no todos estén dispuestos a renunciar a ella en nombre de una soberanía más universal (...) Es urgente derribar hasta sus cimientos el sistema financiero establecido y crear uno verdaderamente honesto, democrático, equitativo y humano que contribuya a erradicar pobreza y salvar al mundo (...) Estamos dispuestos a recibir de Europa la cooperación incondicional y la solidaridad con la libertad”.

En aquella ocasión, el Jornal do Brasil publicó que “los latinoamericanos y algunos europeos llegaron a un consenso: el sistema financiero global necesita reformas y mecanismos de control”. El Jornal de Comercio declaró: “El sistema económico actual ha envejecido y necesita ser reformado urgentemente”.

También en 1999, en un emotivo día en el Museo de Arte Contemporáneo de Niterói, recibió la medalla Araribóia de manos del arquitecto Oscar Niemeyer en memoria del líder de un pueblo nativo que se opuso a la ocupación extranjera.

En 2003, regresó a Brasilia para la que sería su última visita al país, para asistir a la primera toma de posesión del presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante sus visitas a Brasil trabajó incansablemente a favor del acercamiento entre los países latinoamericanos, defendió incansablemente la justicia y contribuyó decisivamente al desarrollo y fortalecimiento de los vínculos entre Brasil y Cuba en una amplia gama de campos.

Después de seis décadas, las semillas plantadas por Fidel en doce viajes históricos a Brasil ya están dando frutos.

Edição/Tradução: @comitecarioca21

                 


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