Jornalistas do Chile, Argentina e Uruguai |
“Gosto de pessoas como ele”, disse o presidente
ucraniano sobre Gabriel Boric. Declarou que “estou muito grato” a Javier Milei
e elogiou a “voz forte e poderosa” do presidente uruguaio. Volodimir Zelensky
recebeu no Palácio Mariinsky jornalistas de jornais latino- americanos, incluindo
La Tercera (Chile), El País (Uruguai) e Clarín (Argentina).
Foi planejado por uma equipe do Presidente da
Ucrânia, Volodimir Zelensky, como parte da sua estratégia diplomática em plena
guerra com a Rússia.
Contataram as
embaixadas ucranianas na América Latina, incluindo a do Chile, e com editores e
jornalistas de pelo menos sete meios de comunicação da região. A ideia era
oferecer um encontro de jornais considerados não hostis à Ucrânia, com uma
linha editorial conservadora, com influência mediática e que permitisse a
Zelensky transmitir a sua mensagem à América Latina e, no processo, enviar
elogios a alguns líderes que o apoiam resolutamente.
Os jornalistas
viajaram para a Ucrânia aparentemente convidados pelo Ministério dos Negócios
Estrangeiros ucraniano e foram bem recebidos. No final desta semana puderam
estar numa sala do Palácio Mariinsky, local de protocolo e atividades oficiais
da presidência daquele país. Lá o anfitrião, Volodimir Zelensky, os recebeu.
Estiveram
presentes, entre outros, a jornalista do jornal La Tercera do Chile, Cristina
Cifuentes, Natasha Niebieskikwiat, a jornalista do Clarín da Argentina, e o
jornalista do El País do Uruguai, Fabián Cambiaso. O pessoal de comunicação
ucraniano esteve atento ao desenvolvimento da reunião.
Zelensky não foi
apenas gentil com os repórteres daqueles meios de comunicação editorialmente
simpáticos ao regime ucraniano, mas também dirigiu palavras de amizade e
reconhecimento especialmente aos presidentes do Chile, Argentina e Uruguai, Gabriel
Boric, Javier Milei e Luis Lacalle Pou, respectivamente. Aliás, estes dois
últimos, juntamente com o ucraniano, fazem parte da corrente de extrema direita
que procura uma coordenação a nível global, pelo que têm uma afinidade que vai
além de condenar a Rússia e desprezar o presidente Vladimir Putin. Para muitos,
a ligação entre o Governo da Ucrânia e os grupos neonazis e ultranacionalistas
ucranianos que durante anos desempenharam um papel na segurança e no
paramilitarismo não passa despercebida. É por isso que a proximidade de Gabriel
Boric com Zelensky chama a atenção nos meios políticos e diplomáticos da
região.
“Eu gosto de pessoas como ele”
Na nota do
jornalista La Tercera, foi confirmada a alta avaliação que o presidente
ucraniano faz do presidente do Chile, Gabriel Boric. “Ele é uma pessoa que
influenciou a América Latina a ter mais representação na primeira Cúpula da Paz
e eu realmente valorizo seu papel”, disse Zelensky sobre Boric.
Destacou que “temos
um relacionamento muito bom, temos um diálogo muito bom com o Presidente
(Boric). Ele é uma pessoa bastante direta, muito justa e gosto de pessoas como
ele.”
O presidente
ucraniano disse que com o Chile “seremos capazes de construir muitas
relações no futuro dos nossos povos. Acho que somos muito parecidos.”
“Contamos” com o Governo Uruguaio
No encontro com a
imprensa latino-americana, o presidente ucraniano sublinhou que “às vezes,
nem nós mesmos sabemos o que um país pequeno pode fazer, mas que tem uma voz
forte e líderes fortes” e depois expressou que “sabemos que o Uruguai, embora
pequeno, tem uma voz forte e poderosa”, em alusão tácita ao presidente
Lacalle Pou.
Baseando-se no
apoio do Uruguai à Ucrânia, Zelensky afirmou que “contamos com isso. Não
importa se é um país grande ou pequeno. “Todos são importantes para nós.”
No artigo do El
País sobre o Uruguai foi indicado: “O que Zelensky procura gerar é que a
posição que o Uruguai possa adotar esteja presente e 'liderando' uma nova
cúpula 'pela paz' que Kiev vem agendado para novembro, onde buscarão unir
todo o continente e que, segundo ele, isso deveria ser feito nos Estados
Unidos. No qual, além disso, a Rússia deveria estar presente.”
E ficou
estabelecido que “a Ucrânia buscou e conseguiu a participação do Uruguai na
primeira Cúpula pela Paz, na qual estiveram presentes mais de 100 países, que
aconteceu no final de junho na Suíça”.
“Estou muito grato” a
Milei
Segundo artigo do
Clarín da Argentina, Volodimir Zelenski, “só tive palavras de elogio ao
argentino Javier Milei. 'Estou muito grato a ele', disse ele."
E afirmou que desde
que o presidente de extrema direita se tornou presidente, “a política da
Argentina é ‘muito positiva’ em relação ao seu país”. O chefe do Executivo
ucraniano disse que “a atitude em relação à Ucrânia tem sido muito melhor e
as relações melhoraram muito. Não posso dar detalhes, mas tenho visto o apoio
político de Javier e estou muito grato por isso, porque ele é um dos líderes de
um dos grandes países da América Latina.”
E confessou, sem
dar detalhes: “Por hoje ele (Milei) já fez o que eu pedi. E eu aceito”.
Cúpulas que
estão por vir e onde participariam os governos do Chile, Argentina e Uruguai
Na reunião,
discutiram a possibilidade de uma nova Cimeira da Paz a realizar-se em
Novembro, provavelmente nos Estados Unidos, e a presença de Gabriel Boric,
Javier Milei e Luis Lacalle Pou, ou representantes dos seus governos, como um
novo gesto. de apoio à Ucrânia e de condenação da Rússia.
Um ponto que
Zelensky levantou é que estão pedindo
ajuda para recuperar meninas e meninos ucranianos supostamente sequestrados
pela Rússia, e ele vê um papel que os líderes latino-americanos podem
desempenhar.
Neste quadro, está
prevista uma Cimeira de Primeiras Damas de várias nações, onde estaria presente
a esposa de Zelensky, Olena Zelenska, e seria esperada a chegada das
respectivas latino-americanas, embora, claro, nem Boric nem Milei sejam
formalmente casados. Um dos objetivos teria a ver com a situação das crianças
na Ucrânia.
https://elsiglo.cl/el-encuentro-de-zelensky-con-prensa-de-al-y-sus-elogios-a-boric-milei-y-lacalle/
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