28 de abr. de 2025

CUBA NÃO PODE PRODUZIR SEUS PRÓPRIOS MEDICAMENTOS, DETERMINA O BLOQUEIO

Foto:cubadebate

 O governo dos EUA está processando potenciais investidores na indústria biofarmacêutica nacional como criminosos.

    O grupo empresarial BioCubaFarma, responsável por fornecer ao Sistema Nacional de Saúde um número significativo de medicamentos, reagentes, sistemas de diagnóstico e outros produtos, está considerando ampliar suas alianças estratégicas, principalmente para identificar novos fornecedores para a indústria biofarmacêutica que lhe permitam aumentar sua produção.

     No âmbito da 16ª Feira Saúde para Todos, parte da 5ª Convenção Internacional Cuba Saúde 2025, Mayda Mauri Pérez, presidente da BioCubaFarma, explicou ao Granma que as limitações impostas pelo bloqueio do governo dos EUA à indústria são uma realidade, e que a indústria deve estar preparada para receber constantemente respostas negativas dos fornecedores.

     Por isso, afirmou, "estamos no caminho da diversificação do portfólio de fornecedores do nosso setor, com o objetivo de termos novas alternativas ou variações na hora de decidir sobre a aquisição de matérias-primas, insumos, peças de reposição, equipamentos e dispositivos que o setor necessita para atender à demanda de medicamentos e outros insumos que fornecemos ao nosso Sistema Único de Saúde".

    Mauri Pérez enfatizou que estão trabalhando na identificação de investidores, com a especificidade de que seriam "investidores de risco", para participar junto às empresas da BioCubaFarma no co-desenvolvimento de projetos altamente inovadores que exigem investimentos de capital significativos para chegar ao mercado.

    Então, reiterou, estamos buscando esses investidores, porque nas nossas propostas de co-desenvolvimento falamos de produtos altamente inovadores voltados para terapias, principalmente para as principais doenças que afetam a nossa população, como câncer, doenças neurodegenerativas e outros tipos.

 

UM NOVO PROJETO PARA A PRODUÇÃO DE DERIVADOS DE SANGUE 

   A empresa Laboratórios Farmacêuticos AICA apresentou uma proposta de negócios para a construção de um centro de plasmaférese* gerido pela indústria para extração de plasma e futura comercialização.

   O engenheiro John Wilber Arrazcaeta, diretor de investimentos da entidade BioCubaFarma, explicou ao Granma que o projeto faz parte do modelo de investimento estrangeiro.

   Acrescentou que a iniciativa surge da dificuldade que a indústria farmacêutica do país enfrenta em obter os níveis plasmáticos necessários para produzir hemoderivados e atender à demanda.

   Explicou que o projeto busca uma gestão diferenciada de insumos para a indústria; ao contrário da doação de sangue total, a plasmaférese devolve o concentrado de glóbulos vermelhos ao doador, retendo apenas o plasma sanguíneo.

  Ressaltou que o negócio está sendo proposto devido aos altos custos de insumos, como kits de plasmaférese e testes de vírus para doadores, que são projetados dentro do capital necessário, e que o investimento será recuperado por meio da venda do plasma obtido.

   Enfatizou que o objetivo não é apenas desenvolver uma maneira diferente de fazer as coisas, mas também desenvolver plasma com padrões comercializáveis ​​a partir dos quais outros fatores, como fatores de coagulação, possam ser obtidos.

Cuba é um dos poucos países onde a indústria da biotecnologia trabalha em parceria total com o sistema de saúde pública para controlar doenças que podem representar riscos epidemiológicos.


https://www.granma.cu/cuba/2025-04-27/cuba-no-puede-producir-sus-propios-medicamentos-dicta-el-bloqueo-27-04-2025-21-04-07

NT*  Plasmaférese é um procedimento médico que envolve a separação do plasma do sangue, geralmente através de centrifugação ou filtração, com o objetivo de remover substâncias indesejáveis ou obter plasma para fins terapêuticos 


Tradução/Edição: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 

    

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