4 de abr. de 2025

"O GOVERNO DOS EUA TORTURA E ASFIXIA A POPULAÇÃO CUBANA COMO EM UM EXPERIMENTO DE LABORATÓRIO" - Johana Tablada

                                   

Cubainformación.- Johana Tablada, atual vice-diretora geral da Direção dos Estados Unidos do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, concedeu esta detalhada entrevista à Cubainformación TV.

   Sobre se um hipotético levantamento das sanções a Cuba por parte dos EUA reduziria, de acordo com as prioridades de Donald Trump e seu governo, o fluxo de emigração cubana para os EUA, Tablada explica que sim, “o fluxo de migrantes seria imediatamente reduzido”. E acrescenta que “o caso de Cuba é perfeito para estudar os efeitos de ‘empurrar e puxar’ na emigração”, nesse caso devido às medidas de guerra econômica dos EUA, que “torturaram a população cubana, em uma espécie de experimento de laboratório para asfixiar e cortar todas as fontes de renda”.

   E por que Trump não toma medidas nesse sentido? Porque “a questão de Cuba foi terceirizada para setores do sul da Flórida, que fizeram um negócio lucrativo com a política de agressão contra a Revolução Cubana e o cerco econômico ao nosso país”.

   Essa política de guerra, diz ela, “fracassou em termos de seu objetivo político, mas tem conseguido causar dor às famílias cubanas”.

   No entanto, um eventual levantamento do bloqueio econômico e financeiro “seria benéfico para ambos os países”, em áreas como “investimento, cultura” ou “acesso a medicamentos cubanos como o Heberprot-P”, que evita a amputação de pés diabéticos, uma doença que afeta milhares de pessoas nos EUA.

   A diplomata menciona uma pesquisa de outubro de 2024, que mostra que pelo menos 59% da população dos EUA apoia a normalização das relações entre Cuba e EUA.

    Com relação às dezenas de milhares de cubanos ameaçados de deportação dos EUA hoje, apesar de terem obtido status legal sob a administração anterior de Joe Biden por meio do chamado parole humanitário, Johana Tablada denuncia o cinismo do Secretário de Estado Marco Rubio e da atual administração Trump: o governo dos EUA “os forçou a emigrar ao deteriorar deliberadamente suas condições de vida”, por meio de dezenas de sanções econômicas contra a Ilha; depois “os manipulou”; e agora “os aterroriza”. Essas pessoas, a maioria, ela explica, “deixaram Cuba de forma totalmente legal” e afirma que “continuaremos a apoiar nossa emigração”.

   Johana Tablada faz perguntas difíceis de encaixar na narrativa tradicional anticubana: “qual é o país que limita as viagens da população cubana, Cuba ou os EUA?”; “qual governo coloca obstáculos e até ameaça os cubanos por decidirem viajar e ver sua família na Ilha, o governo cubano ou o governo dos EUA?”; “quem impede o envio de remessas dessa emigração, Washington ou Havana?” ou “quem proíbe a população dos EUA de visitar Cuba e faça turismo, o governo cubano ou o governo dos EUA”? Portanto, “qual é o Estado totalitário e qual é o que protege as liberdades?”

    Em relação às últimas medidas punitivas contra Cuba, o Secretário de Estado Marco Rubio anunciou a possibilidade de sancionar funcionários de terceiros países que assinam convênios médicos com Cuba, devido a um hipotético “tráfico de pessoas”, até mesmo “escravidão trabalhista” desses profissionais. Tablada destaca que se trata de um “capricho delirante” de Rubio, um projeto que “vai fracassar” porque “ninguém acredita nele”, nem mesmo “ele próprio”.

    O objetivo desse ataque à cooperação médica cubana é duplo: primeiro, “isolar Cuba internacionalmente e corroer seu merecido prestígio” no campo da medicina; e segundo, cortar uma fonte de renda que é “o sustento dos serviços médicos dentro de Cuba”.

    Com relação à acusação de “tráfico de pessoas”, ela ressalta que “nenhum dos elementos necessários está presente: nem os médicos são enganados, pois assinam um contrato e conhecem suas condições; nem são forçados ou coagidos; nem trabalham sem salário”. Pelo contrário, Johana Tablada explica que eles têm “dupla remuneração: o salário cubano integral e o pagamento em moeda forte no país onde estão baseados”. Ela também nega que as equipes de ajuda “estejam confinadas” ou que “não se movimentem livremente”.

                                

    Diz que, há alguns dias, “Marco Rubio teve a audácia” de expor suas mentiras sobre esse assunto “diante do primeiro-ministro jamaicano e o confrontou”, defendendo seus acordos de saúde pública com Cuba e reconhecendo o papel dos médicos cubanos em seu país. Porque “uma coisa é mentir no Senado dos EUA, onde eles não sabem o que está acontecendo, acostumados a qualquer coisa que políticos corruptos como Rubio, Ted Cruz ou Bob Menéndez dizem” e outra é fazê-lo diante daqueles que conhecem de perto os benefícios da cooperação cubana.

   “Marco Rubio não é um homem bem-sucedido”, ressalta. E lembra o fiasco da “operação Juan Guaidó” na Venezuela, que ele propôs a Donald Trump. E quando este lhe pediu para explicar o fracasso, ele “acusou Cuba”, dizendo que o golpe não foi bem-sucedido porque havia “30.000 soldados cubanos” na Venezuela. Mais tarde, a “própria CIA negou” essa bobagem sobre “tropas cubanas”.

    Ela também lembra que Rubio, junto com John Bolton e outros extremistas, no primeiro governo Trump, propôs um “bloqueio naval a Cuba” e foram os militares dos EUA que disseram que “eles ficaram loucos” e impediram tal iniciativa.   


    Sobre a redução das cifras de turismo para Cuba nos últimos anos, Tablada assinala que é uma consequência direta da política estadunidense, em dois aspectos: na perseguição aos investimentos no setor, após a aplicação total da Lei Helms-Burton; e na inclusão de Cuba na “lista de países patrocinadores do terrorismo”, pela qual, automaticamente, os cidadãos de 41 países, se visitarem Cuba, já não poderão entrar nos EUA sem visto.

   Há poucos dias, a diplomata deu uma conferência em Madri, junto com o embaixador cubano Marcelino Medina, sobre as relações entre Cuba e EUA e a atual escalada de medidas coercitivas contra a Ilha.

                                         

Fotos: Cubainformación, Prensa Latina, MINREX, People´s Forum, Colectivo 26 de Julio, Asociación Hispano-Cubana Bartolomé de las Casas.

https://www.cubainformacion.tv/especiales/20250404/114981/114981-el-gobierno-de-eeuu-tortura-y-asfixia-a-la-poblacion-de-cuba-como-en-un-experimento-de-laboratorio-johana-tablada

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Traduçao/Edição: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 

@comitecarioca21 



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