Brasília, 3 de outubro (Prensa Latina) Sob a máxima de que as pessoas saudáveis têm esperança, acadêmicos, médicos e representantes de movimentos de amizade no Brasil defenderam a projeção humanista da medicina cubana e sua vocação internacionalista.
Durante uma rica troca de ideias no programa Questão de Análise, veiculado na plataforma de vídeos do YouTube, os participantes falaram sobre o Programa Mais Médicos e seu legado ao povo brasileiro, objeto da campanha dos Estados Unidos para desacreditar a colaboração médica da maior das Antilhas.
Felipe Proenço, primeiro coordenador do Mais Médicos, explicou que, em 2013, antes da iniciativa ser apresentada, “apenas cinco estados nacionais (dentre 26 e o Distrito Federal) estavam acima da média de clínicos de que a população necessitava”.
Mesmo nessas divisões territoriais, 'persistem desigualdades entre o interior e a capital, e dentro das cidades (centro e periferia)'.
Foi nesse contexto que surgiu o Mais Médicos, no governo Dilma Rousseff (2011-2016), e o ministro da Saúde daquele governo, Alexandre Padilha, observou que a participação de médicos estrangeiros no Brasil era muito pequena, disse o também professor da Universidade Federal da Paraíba.
Ele ressaltou que o programa "era necessário para resolver o problema da carência de médicos que ainda existe no Brasil e de sua má distribuição nos estados, municípios e regiões".
Sobre o assunto, o médico Vinicius Ximenes, integrante da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, comentou que 'antes do programa faltavam profissionais, principalmente nas regiões norte e nordeste do país. Havia centenas de bairros no Brasil em que não havia médico nenhum ', lembrou.
Por sua vez, o moderador do debate, Leandro Bertoldi, alertou que, apesar da insuficiência para cobrir as necessidades básicas de saúde, 'o presidente Jair Bolsonaro atacou o Programa Mais Médicos, como parte de sua obediência cega a seu patrão Donald Trump', e fez com que Cuba não participasse mais do programa que atendeu a mais de 60 milhões de brasileiros.
Agora, refletiu, o presidente de extrema direita se presta a uma nova manobra de Washington para impor uma auditoria à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) sobre o Mais Médicos e a participação de profissionais cubanos.
Por fim, os participantes do debate concordaram em alertar que tal campanha ocorre em um contexto em que a ilha caribenha é membro do Comitê Executivo da OPAS e que, em face de suas ações de solidariedade internacional durante a pandemia de Covid-19, a medicina de Cuba pode ser reconhecida com o Prêmio Nobel da Paz.
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