19 de set. de 2018

Díaz-Canel: “Cuba nunca renunciará à Revolução e não aceitamos imposições de EEUU”






 O Presidente de Cuba falou sobre sua relação com Trump, a reforma constitucional do país, o casal igualitário em Cuba, e a situação na Venezuela e América Latina.


  O Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, afirmou que seu país está disposto ao diálogo, desde que não se condicione a soberania nacional, “porque nós não aceitamos imposições, menos ainda dos EE.UU.”

                    “Se se mantém esta aberrante atitude do Governo dos EE.UU. contra Cuba, não há diálogo”, asseverou o mandatário em entrevista à  teleSUR, a primeira que oferece a um meio de comunicação desde que foi eleito.

Díaz-Canel dialogou com a presidenta do canal internacional, Patricia Villegas, sobre os temas conjunturais da ilha caribenha, como a reforma constitucional cubana, o bloqueio de Estados Unidos contra a nação, e a situação da região latino-americana.




             

Em 19 de abril deste ano, Díaz-Canel assumiu como Presidente de Cuba, afirmando que estes têm sido “meses de muita experiência, e meses também que provocam muita reflexão”.

             Nesse sentido, assinalou que seu Governo, como continuidade dos Governos de Raúl e Fidel Castro, é “um Governo do povo, para o povo, que é o mesmo que ser um Governo para a Revolução” e que, em todo momento conversa com Raúl Castro e o consulta sobre as diretrizes do país.
                 Para isso, se propuseram quatro pilares fundamentais: render conta de seu gerenciamento ante as instâncias governamentais e ante o povo; aprofundar a vinculação, o debate e o diálogo permanente com o povo; potencializar as plataformas de comunicação internas e externas no país; ser ainda mais responsáveis e disciplinados à hora de enfrentar os problemas do país.

                “Atualizaremos nosso sistema de meios”

            O mandatário indicou que nas plataformas de comunicação “prevalecem os conteúdos desmobilizadores e perversos”, e que o dever de Cuba é criar e potencializar conteúdos enaltecedores. “Atualizar todo nosso sistema de meios de comunicação, mais que os meios e só o jornalismo, a cultura de comunicação que o país precisa”, disse o presidente.

            Para isso, contou que se está aspirando a uma primeira etapa “de presença no governo eletrônico do país, que tem muito do seu fundamento em todas as plataformas digitais”.

          “O que mais golpeia os cubanos é o bloqueio de EEUU”






          Com respeito ao bloqueio que Estados Unidos impõem à ilha há mais de 60 anos, Díaz-Canel afirmou que este é “o principal obstáculo para o desenvolvimento do país, a coisa que mais golpeia a vida quotidiana dos cubanos e cubanas, e também a vida econômica e social é o bloqueio imposto pelos Estados Unidos, que é uma prática brutal. Eu diria que é um fato de lesa humanidade. Atenta contra um povo. É um povo condenado a morrer de fome, de necessidades”.

            O mandatário cubano defendeu que os cubanos desejam viver em condições normais de qualquer país. “Nós não somos uma ameaça para ninguém. Nós o que temos é uma vontade e uma vocação por justiça social, por construir um país melhor, por construir um país melhor”, assinalou, acrescentando que o maior impedimento para isso é precisamente o bloqueio por parte do império.

                Por isso, fez uma saudação ao povo, felicitando seu compromisso. “Estamos conscientes de que dependemos de nossas próprias forças, de nosso empenho, de nossa vontade”, disse.

“Cuba deve atualizar seu modelo econômico e social”

           Com respeito à reforma constitucional, que atualmente se encontra em processo no país, o mandatário assegurou que diante do bloqueio, o Governo chegou à conclusão de que deve ser atualizado o modelo econômico e social nas condições desse cenário.

            Para isso, a reforma constitucional reforça os postulados da Revolução e, ademais, amplia as visões sobre os direitos civis e direitos humanos. “É uma visão responsável, é uma visão objetiva, é uma visão realista”, afirmou.

          O mandatário agregou que, como cubanos, “temos chegado à conclusão de que temos que atualizar nosso modelo econômico e social nas condições do bloqueio”, para isso todos os temas da Constituição estão em debate.

                Ante as críticas de que a medida implicaria renunciar ao comunismo, Díaz-Canel assinalou que o Governo nunca renunciará à sua ideologia nem aos valores da Revolução Cubana. “Os que mais estão preocupados em se vai ser socialismo ou comunismo, não é inclusive o povo cubano, senão os que nos acusam desde fora”, disse o presidente.
          A esse respeito assinalou que o povo de Cuba tem assumido a reforma com altivez e compromisso. “Há tanta sabedoria em nosso povo. Há tanta responsabilidade em como o povo tem assumido esse debate”.






Apoio ao casal igualitário


             O chefe de Estado cubano assinalou que os temas que antes se assumiam de outro ponto de vista, e podiam ser tabus, hoje estão sendo tratados com outro enfoque. “Portanto é necessária a Reforma Constitucional”.
Nesse sentido, Díaz-Canel manifestou-se de acordo com a união entre pessoas do mesmo sexo, parte do debate constitucional.

                “Eu defendo que não tenha nenhum tipo de discriminação”, afirmou. Ressalvou, além disso, que embora essa seja sua postura, “a última palavra a dará o mandato popular e a soberania do povo”.

         Campanha internacional contra a reforma constitucional

              Ante o chamado dos contrarrevolucionários de não participar na votação à reforma constitucional, que se levará a cabo em fevereiro de 2019, o Presidente assinalou que essa campanha “não responde a um projeto de desenvolvimento nacional” e que confia plenamente na participação popular, que já se reflete no compromisso de assistência e debate que se leva a cabo nestas semanas.
                 A esse respeito assegurou que o desafio de hoje é conseguir a unidade da sociedade, sobretudo atrair as novas gerações. “Estou convencido de que o inimigo da Revolução Cubana sabe que sua principal aposta para nos atacar é fragmentar a unidade”, para isso se aponta aos jovens que têm assumido as vitórias da Revolução como um direito, disse.






Relação Estados Unidos e Cuba

          Díaz-Canel assegurou que o diálogo se constrói entre dois e em igualdade: “Não pode ser obtido um diálogo onde uma parte condiciona a outra de que tens que renunciar a tua soberania e independência”.

               Atualmente, apesar de reconhecer um retrocesso com respeito aos avanços atingidos com a administração de Barack Obama, o executivo cubano afirmou que seu Governo está disposto ao diálogo, enquanto não se condicione sua soberania,“porque nós não aceitamos imposições, menos ainda dos EE.UU. (…) Se se mantém esta aberrante atitude do Governo dos EE.UU. contra Cuba, não há diálogo”, sentenciou.
    Criticou, ainda,  as medidas de Trump contra Cuba, que qualificou como uma “máfia anti-cubana”,  acusando-a de desfavorecer e limitar pessoas, famílias e empresários de EE.UU. a ter relações comerciais, financeiras e sociais, ao não lhes permitir viajar à ilha.

Ademais, repudiou as acusações de agressão contra diplomatas da Embaixada de EE.UU. em Cuba. “Nós temos muita ética para atacar a outros. (…) Cuba não ataca, Cuba defende Cuba compartilha, é solidária”, asseverou.

           “Venezuela está resistindo à guerra não convencional”






         Miguel Díaz-Canel celebrou sua amizade com Venezuela e destacou que Nicolás Maduro “é um líder consequente, com um compromisso tremendo com o legado de Chávez”.
Dessa forma, saudou ao povo venezuelano,que “tem sido agredido na expressão mais alta de guerra não convencional”, denunciando ademais que no país “há um bloqueio econômico e financeiro”, do que sairá vitorioso já que os venezuelanos “estão resistindo e vencendo”.

        Com relação aos organismos de integração e solidariedade entre os povos da região, como Unasur e ALBA, o Presidente disse que as nações mais débeis serão as que terminarão se entregando ao império e que “desunir-nos daria a possibilidade de que se destruíssem as construções sociais e políticas”.
        Ao ser consultado sobre o processo de paz na Colômbia, Díaz-Canel afirmou que o debate pertence só ao povo colombiano e que apoiarão o caminho para a paz da sociedade.

          Sobre o México, afirmou que a vitória de Andrés Manuel López Obrador foi recebida com muita satisfação pelos cubanos e que seu Governo é uma esperança para os mexicanos e América Latina, porque promete o equilíbrio de poderes na região.








A entrevista à TeleSur:     https://www.youtube.com/watch?v=DPteuVcXd0Y



Matéria original:   https://cubaenresumen.wordpress.com/2018/09/17/diaz-canel-cuba-nunca-renunciara-a-la-revolucion-y-no-aceptamos-imposiciones-de-eeuu/

2 comentários:

  1. Muito bem querido Presidente. Confiamos em seu compromisso com o processo revolucionario cubano y que en esta nueva constitución contenga elementos de aprimoramento del proceso revolucionario en este nuevo contexto de las naciones del mundo y de America Latina. Nuestra estrella que siga brillando en nuestra amada isla caribenha. Cuba Libre VIVA

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  2. Que a revolução siga em frente, sempre se aprimorando. Força, Canel e povo cubano.

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