Carmen Diniz
Nesta segunda - feira 11 de janeiro de 2021, enquanto os países se empenham em imunizar suas populações da pandemia e os EUA passam por uma crise que atingiu tristemente seu sistema de governo com a invasão do Capitólio, o presidente daquele país, alvo de vários pedidos de impedimento e a NOVE dias de deixar o cargo demonstra claramente sua incompetência para administrar seu país.
Trump não move uma palha para tentar amainar a situação interna , não faz qualquer pronunciamento sensato, não se desculpa pelo que patrocinou no dia 6/1. Pelo contrário, tem ciência de uma marcha armada de extrema direita agendada para o dia 17 e nada faz. É uma pessoa absolutamente inadequada para dirigir aquele país, para dirigir qualquer país. Ainda assim, pelo princípio universal da soberania dos países, nenhum Estado estrangeiro pratica qualquer ingerência no governo estadunidense.
Por outro lado, como se nada estivesse acontecendo ali, decide assinar mais atos para prejudicar o povo cubano, como se fosse um típico "cowboy" que cai, abatido, mas continua atirando. Só Freud poderia explicar. Os tiros são dirigidos a um inimigo absolutamente irreal que jamais atacou qualquer outro país. Além de ter aplicado o título III da (mal denominada) lei Helms Burton para prejudicar o povo cubano e ter realizado vários ataques a Cuba, hoje, a NOVE dias de seu "despejo" da Casa Branca, decide incluir a Ilha em uma 'lista' de países que patrocinam o terrorismo (?!?!).
Imagem do Granma |
Seria cômico se não fosse trágico, uma vez que a inclusão do país na tal lista envolve questões econômicas e de negócios que podem ser excluídos e/ou prejudicados com quem queira transacionar com a Ilha. Segundo o secretário Mike Pompeo:
"Com esta medida, voltamos a responsabilizar o governo de Cuba e mandamos uma mensagem clara: o regime de Castro (?) deve pôr fim a seu apoio ao terrorismo internacional e à subversão da justiça estadunidense"
Dentre os motivos alegados, consta o fato do governo cubano apoiar o governo democraticamente eleito do presidente Nicolás Maduro na Venezuela. Cuba estava fora dessa malfadada lista desde 2015 no mandato do Presidente Obama em uma política de reaproximação entre os dois países. É óbvio que tal decisão serve para intensificar mais ainda o bloqueio genocida praticado contra Cuba há quase seis décadas.
Nesta lista unilateral estão incluídos Irã, Coreia do Norte e Síria. Estar inserido nesta lista significa restrições dos países listados a exportações, operações financeiras, linhas de crédito e outras limitações que fazem com que entidades temam as bilionárias multas aplicadas extra territorialmente pelo governo dos EUA.
Está clara a questão política uma vez que se sabe que Cuba jamais aceitou o terrorismo e que a decisão foi tomada para agradar aos eleitores cubano-americanos do estado da Flórida que votam tradicionalmente no partido republicano. Embora este tenha perdido as últimas eleições.
Além disso, registre-se que legalmente o futuro governo Biden - a se iniciar no dia 20 - terá dificuldades para reverter a decisão que não pode ser rapidamente revogada . Trata-se de uma decisão absolutamente hipócrita, cínica e difamatória que sequer reflete a vontade da população estadunidense onde 65% de seus cidadãos reivindica o fim das hostilidades com Cuba.
Que falta faz a autocrítica.
Incluir Cuba em uma lista infame, em meio a uma pandemia que açoita a humanidade, um país pequeno, bloqueado, o único país que envia a outros países ajuda médica para minorar dores, que possui uma Brigada Médica indicada ao Prêmio Nobel da Paz, o país que envia "MÉDICOS, NÃO BOMBAS!" é, no mínimo, um escárnio. "A história não o absolverá, trump"
Aqui o tuiter do Chanceler cubano Bruno Rodriguez sobre o assunto:
https://twitter.com/BrunoRguezP/status/1348733132997066752
Declaração do Ministério das Relações Exteriores de Cuba:
http://www.minrex.gob.cu/es/condena-firme-y-absoluta-la-fraudulenta-calificacion-de-cuba-como-estado-patrocinador-del
Mais infos:
http://www.granma.cu/mundo/2021-01-11/en-su-hipocrita-politica-ee-uu-califica-a-cuba-como-estado-patrocinador-del-terrorismo-11-01-2021-17-01-05
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