25 de set. de 2025

“A Venezuela continua sendo o grande laboratório político do nosso tempo”: Entrevista com Ignacio Ramonet

                                   

Por Geraldina Colotti

Ignacio Ramonet, jornalista, ensaísta e analista internacional, foi editor de longa data do Le Monde Diplomatique. Em seu livro “A Era da Conspiração”, ele analisou os mecanismos do "Trumpismo", que vemos se espalhando para outras latitudes hoje, da América Latina à Europa. Discutimos a crise política na União Europeia e as tensões renovadas entre os Estados Unidos e os países socialistas da América Latina.

 

Vivemos em um momento de transformações profundas e dramáticas, que afetam todos os aspectos de um modelo — o modelo capitalista dominante — em crise sistêmica, mas com a clara intenção de forçar toda a humanidade a viver sua agonia. Da sua perspectiva — a de um analista político refinado e experiente — como o senhor interpreta essa crise?

 

Não estamos diante de uma crise pontual do capitalismo, mas sim de uma crise civilizatória. O sistema, em sua versão neoliberal e financeirizada, chegou a um ponto em que não pode mais se reproduzir sem destruir seus próprios fundamentos: o trabalho, a natureza, os laços sociais e até mesmo a ideia de comunidade política. O capital transforma o colapso em estratégia, a precariedade em norma e administra a catástrofe como se fosse um estado natural das coisas. Sua agonia é longa e violenta, e ele pretende arrastar consigo toda a humanidade. O que se anuncia não é apenas o esgotamento de um modelo econômico, mas o fim de uma racionalidade histórica: aquela que identificava progresso com acumulação infinita.

 

E que contrapesos você identifica no que muitos veem como a emergência de um mundo multicêntrico e multipolar, do qual, no entanto, não emerge uma visão prospectiva clara, como ocorreu no século passado, quando boa parte do mundo acreditava na esperança do comunismo?

 

O mundo multipolar já é um fato da vida, mas ainda não é um horizonte. Multipolaridade significa diversificação de centros de poder, enfraquecimento da hegemonia absoluta dos Estados Unidos e o surgimento de atores como China, Índia e Rússia. Mas isso não equivale à emancipação. No século XX, mesmo em meio a guerras e contradições, a esperança comunista oferecia uma narrativa de futuro, uma bússola coletiva. Hoje, o multipolarismo aparece mais como uma negociação entre potências do que como um projeto de humanidade. Dito isso, nas margens, nos movimentos sociais do Sul Global, na resistência feminista, indígena e ambientalista, outra lógica está emergindo: a de uma vida medida não pelo lucro, mas pelo cuidado. Aí reside, ainda em sua infância, uma perspectiva esperançosa.

 

Vamos falar sobre a crise na Europa, começando pela do sistema político francês, agora imerso em uma nova e provável queda do governo. Qual é a sua análise das forças em jogo e das possíveis soluções?

 

A França encarna, de forma particularmente vívida, a crise política europeia. A Quinta República, concebida para garantir a estabilidade, tornou-se um regime bloqueado, incapaz de gerar legitimidade. Macron governa com arrogância tecnocrática, mas também com um vácuo de visão: ele não fala à sociedade, mas aos mercados e a Bruxelas. Essa desconexão explica a raiva social, a fragmentação da esquerda e a ascensão da extrema direita. A Europa vivencia na França seu próprio espelho quebrado: instituições que não representam mais, pessoas que não se sentem ouvidas, sociedades que buscam soluções em protestos ou no voto de protesto. A verdadeira solução exigiria uma refundação democrática a partir de baixo, mas esse horizonte ainda precisa ser politicamente organizado.

 

A França é a força motriz do rearmamento europeu, sendo o país que executa o maior número de projetos financiados pelo Fundo Europeu de Defesa (FED). A Itália de Giorgia Meloni segue o mesmo caminho. A Alemanha está se rearmando, e os países bálticos não ficam muito atrás. Pode a União Europeia ser apenas o complexo militar-industrial, eternamente subserviente aos Estados Unidos? E que consequências isso pode ter no contexto dos conflitos atuais?

 

O rearmamento europeu é o sintoma mais evidente da subordinação do continente aos interesses estratégicos dos Estados Unidos. França, Alemanha, Itália e os países bálticos não se rearmam para defender seu próprio projeto, mas para fortalecer o complexo militar-industrial sob a tutela da OTAN. A Europa investe em armas o que nega à coesão social, à educação ou à transição ecológica. Esse desequilíbrio revela uma escolha histórica: ser um campo de confronto e não um ator de paz. Com isso, a Europa não apenas se militariza, mas também se torna irrelevante como projeto civilizacional. Ao abdicar de uma política externa autônoma, renuncia à sua capacidade de oferecer ao mundo qualquer racionalidade que não seja a da guerra.

 

A crise das democracias ocidentais está revelando dois fenômenos crescentes: a insatisfação do eleitorado (principalmente da esquerda) e a ascensão de partidos xenófobos e de extrema direita, aparentemente os menos propensos a usar "métodos fortes" na arena geopolítica. Como ocorreu esse curto-circuito e como escapamos dessa armadilha?

 

O curto-circuito das democracias ocidentais tem raízes profundas. Durante décadas, a social-democracia e grande parte da esquerda aceitaram o neoliberalismo como um marco inevitável. Naquele momento, a traição foi consumada: milhões de trabalhadores, jovens e setores populares se sentiram privados de representação real. A extrema direita se estabeleceu então como o único discurso de ruptura, oferecendo identidades fechadas, soberanias fictícias e segurança ilusória. É uma narrativa pobre e excludente, mas que se conecta com a dor social daqueles que viram seus direitos devastados. A solução não pode ser imitar essa narrativa, mas reconstruir um horizonte emancipatório: redistribuição radical da riqueza, democracia participativa, internacionalismo, justiça social e ecológica. Em outras palavras, devolver à política a capacidade de nomear o futuro.

 

Enquanto a possibilidade de uma alternativa anticapitalista, ou de uma democracia avançada (o que foi chamado de "renascimento latino-americano" após a vitória de Chávez nas eleições presidenciais venezuelanas), se esvai, a ameaça de uma nova internacional fascista, com diferentes inflexões, se avizinha. O "modelo" europeu também está sendo imposto na América Latina?

 

O ciclo progressista latino-americano, que alguns chamaram de "renascimento" após a vitória de Chávez em 1998, abriu um horizonte inesperado em meio à dominação neoliberal: a possibilidade de uma democracia avançada, popular, inclusiva, soberana e com justiça social. No entanto, esse impulso inicial rapidamente encontrou limites e resistências: sabotagem econômica, golpes brandos, guerra midiática e também as contradições internas dos próprios processos. Nesse vazio, ressurge um perigo que pensávamos ter sido banido: uma internacional fascista com múltiplas faces – religiosa, neoliberal, militarista – operando em rede e fortemente inspirada pela Europa. A América Latina, tantas vezes um laboratório de emancipação, corre o risco de se tornar também um laboratório para novas formas de autoritarismo. A batalha atual é impedir que essa racionalidade excludente se torne a norma e recuperar a audácia de imaginar nosso próprio projeto histórico.

 

Qual é a sua análise do "laboratório venezuelano" à luz dos novos ataques imperialistas à Revolução Bolivariana, mas também da perspectiva das forças transformadoras? Como esse "experimento" se insere na história do marxismo?

 

A Venezuela continua sendo o grande laboratório político do nosso tempo. Lá, eles estão tentando algo que o sistema global não pode tolerar: combinar democracia participativa, soberania nacional e redistribuição social sob um horizonte socialista. É por isso que os ataques continuam inabaláveis: bloqueios, sanções, sufocamento econômico e campanhas de deslegitimação. Mas eles também viram as formas mais criativas de resistência popular: comunas, autogestão, a ideia de poder de baixo. Na história do marxismo, a experiência bolivariana representa uma tentativa de atualização: não repetir dogmas, mas enxertar a tradição emancipatória nas realidades latino-americanas, com Bolívar, com Chávez, com os povos indígenas e com a memória insurgente do continente. É um processo inacabado e carregado de tensões, mas também é a prova de que o marxismo não está morto: ele se transforma, reencarna e busca novas sínteses.

 

Os aparatos ideológicos de controle estão cada vez mais sofisticados. A guerra de quarta e quinta geração é acompanhada pela guerra cognitiva, como vemos com o genocídio na Palestina — o mais televisionado e, ao mesmo tempo, o mais oculto —, mas também com a agressão à Venezuela. E, no entanto, vemos também que, com a chegada de Trump, o ataque aos setores populares e às visões que buscaram representá-los no último século (socialismo e comunismo) é direto e frontal. Como devemos interpretar tudo isso?

 

Vivemos em uma era em que a dominação não se exerce mais apenas por meio de armas e exércitos, mas por meio de narrativas e dispositivos de controle mental. A guerra de quarta e quinta gerações, a chamada "guerra cognitiva", consiste em moldar percepções, fabricar consensos e naturalizar injustiças. A Palestina é o caso mais brutal: um genocídio transmitido ao vivo e, ao mesmo tempo, oculto sob camadas de manipulação midiática. O mesmo se aplica à Venezuela e a todo processo que questione a ordem imperial. O trumpismo, e fenômenos semelhantes em outras latitudes, apenas expõem essa lógica: o ataque frontal a setores populares e memórias de emancipação (socialismo, comunismo, lutas operárias, feministas ou anticoloniais). O que se busca é erradicar a própria ideia de alternativa. Nossa tarefa é justamente a oposta: preservar a memória, sustentar a resistência e manter viva a imaginação política de um outro mundo possível.

 

Cem anos após o nascimento de Fanon, Malcolm X e Lumumba, será que o Sul global, a Palestina e a África em particular (estou pensando especialmente no Sahel), ainda precisam da sua mensagem? O socialismo bolivariano está certo em apostar na possibilidade de construir um novo homem e uma nova mulher hoje sem destruir o que o impede? Ou precisamos voltar ao facão?

 

Um século após o nascimento de Franz Fanon, Malcolm X e Lumumba, sua mensagem permanece essencial. Fanon nos ensinou que a colonização ocupa não apenas territórios, mas também consciências, e que a libertação deve ser tanto material quanto psicológica. Malcolm encarnou a dignidade radical diante do racismo estrutural. Lumumba simbolizou a soberania africana em um mundo dividido em blocos. Hoje, na Palestina, na África e no Sul global, essas lições são vitais: sem emancipação cultural, não há emancipação política. O socialismo bolivariano, ao falar do "novo homem e da nova mulher", retoma essa tradição: a de transformar o ser humano no próprio processo de luta, não depois. Não se trata de "retornar ao facão" como pura violência, mas de reconhecer que nenhum projeto emancipatório pode florescer sem desmantelar os dispositivos de opressão que o sufocam. O desafio permanece o mesmo: libertar o ser humano em sua totalidade.

                                                                                                                  

https://cubaenresumen.org/2025/09/07/venezuela-sigue-siendo-el-gran-laboratorio-politico-de-nuestra-epoca-entrevista-a-ignacio-ramonet/

Trad/edição Coitê Carioca de Solidariedade a Cuba e às Causas Justas 




22 de set. de 2025

Israel lança uma campanha de criminalização contra a Flotilha Mundial Sumud, acusando os ativistas de serem do "Hamas" e aumentando o medo de uma ação violenta.

                                 

Palestina Ocupada (QNN) – Israel lançou uma campanha abrangente contra a Flotilha Global Sumud, uma missão humanitária que navega para romper o cerco a Gaza. Autoridades e plataformas online rotularam os ativistas pacíficos como "apoiadores do Hamas", aumentando o receio de que Israel esteja justificando a violência contra os barcos.

Nas redes sociais, o Ministério das Relações Exteriores de Israel declarou que a flotilha tem o "apoio aberto do Hamas". Essa declaração foi feita após semanas de ataques online coordenados contra o comboio e seus participantes.



                          Uma guerra de difamação digital

A flotilha inclui participantes de quase 50 países em mais de 50 navios. No entanto, a campanha digital de Israel busca desacreditar a missão. Segundo investigações, milhares de postagens multilíngues retrataram os ativistas como "apoiadores do terrorismo" e "embaixadores do Hamas".

A Al Jazeera descobriu que 17 contas importantes de mídia social amplificaram as narrativas israelenses. Entre elas, contas anônimas, porém hiperativas, como Vividprowess, que reciclava propaganda antiflotilha em vários idiomas, e Cheryl E, que zombava da missão e de Greta Thunberg, uma das participantes de destaque.

Outra fonte, o Mossad Commentary, difamou repetidamente as ações de solidariedade como um “acobertamento terrorista”, enquanto o propagandista sionista Eyal Yakoby, baseado nos EUA, vinculou o comboio ao “terrorismo islâmico”.

 

                          Destinada a indivíduos

A campanha de difamação também teve como alvo Zahir Birawi, chefe do Comitê Internacional para Quebrar o Cerco. O grupo israelense Ad Kan, formado por ex-oficiais de inteligência, distribuiu fotos públicas antigas dele com tripulações de flotilhas como supostas "provas secretas". Analistas confirmaram que as imagens foram tiradas fora de contexto, algumas datando de 2018, e estavam disponíveis há muito tempo em sites públicos.

Israel acusou Birawi repetidamente de ter ligações com o Hamas. No entanto, nenhum tribunal, seja no Reino Unido ou em qualquer outro lugar, jamais estabeleceu tais ligações. Aliás, Birawi já havia vencido uma ação judicial contra o World-Check, um banco de dados comercial que o rotulou falsamente como ligado ao terrorismo.

Greta Thunberg, que se juntou à flotilha, tornou-se outro alvo direto. Relatos israelenses espalharam imagens manipuladas dela com características de Adolf Hitler e incentivaram seus seguidores a desejar-lhe mal antes de sua próxima viagem a Gaza.

 

                         Ameaças oficiais

O Ministro da Segurança israelense, Itamar Ben Gvir, anunciou a preparação de um plano para punir os participantes da flotilha. Segundo a mídia israelense, o plano inclui o confisco dos barcos, a prisão de ativistas como "prisioneiros de segurança" e o lançamento de campanhas coordenadas de difamação para rotulá-los como colaboradores do Hamas.

Apesar da campanha de difamação de Israel, os membros da flotilha insistem que a missão é humanitária. Eles exigem o fim do bloqueio que causa fome em Gaza, lar de mais de dois milhões de palestinos.

Ameaças digitais, propaganda e incitação aberta estão agora colocando em risco a vida dos ativistas. Observadores alertam que rotular o comboio como "ligado ao terrorismo" pode ser o prelúdio de uma interceptação violenta assim que os navios se aproximarem de Gaza.


https://cubaenresumen.org/2025/09/22/palestina-israel-lanza-una-campana-criminalizadora-contra-la-flotilla-mundial-sumud-acusa-a-los-activistas-de-ser-hamas-y-aumenta-el-temor-a-una-interceptacion-violenta/

Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba e às Causas Justas

             



NOVAS PROPOSTAS LEGISLATIVAS PARA SUFOCAR CUBA

resistência e a solidariedade internacionais são cruciais para a defesa da soberania da ilha. Foto: Ismael Batista Ramírez
                  
Congressistas anticubanos insistem em apresentar projetos de lei que ampliam e perpetuam instrumentos coercitivos contra o arquipélago.

Autor: Raúl Antonio Capote

Durante a atual sessão legislativa do 119º Congresso dos EUA, políticos anti-Cuba adotaram uma estratégia agressiva e sistemática, acompanhada de linguagem hostil em relação a Cuba nos debates, ao mesmo tempo em que faziam esforços conjuntos para aumentar a pressão econômica e política sobre nosso país.

Essa ofensiva se manifesta por meio da introdução de projetos de lei que buscam perpetuar e expandir instrumentos coercitivos, construindo uma narrativa falsa que visa apresentar Cuba como uma ameaça à segurança nacional dos EUA.

Um dos exemplos mais evidentes dessa hostilidade é a insistência em manter a ilha na Lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo. Deputadas como María Elvira Salazar estão promovendo a chamada Lei da Força, que proibiria o Poder Executivo de retirar Cuba dessa lista até que sejam cumpridas condições que, na prática, agravam os danos econômicos ao povo cubano.

A designação como Estado patrocinador do terrorismo tem sido uma ferramenta de sufocamento financeiro e isolamento internacional, impedindo o acesso aos mecanismos bancários globais e restringindo exportações essenciais, impactando severamente a economia e a qualidade de vida da população.

Por outro lado, houve um aumento no orçamento para subversão contra a ilha, chegando a US$ 75 milhões, US$ 35 milhões a mais do que no período anterior. Essas quantias são disfarçadas sob o pretexto de promover a democracia, quando na realidade apoiam as estruturas contrarrevolucionárias criadas por Washington, bem como um enorme aparato de propaganda e guerra psicológica voltado principalmente para desestabilizar a Revolução.

Além das justificativas pretensiosas habituais, os congressistas anticubanos estão buscando expandir o financiamento, grande parte do qual vai para o "negócio de travar a contrarrevolução", ao mesmo tempo em que serve como plataforma para campanhas políticas em estados com alta concentração de anticubanos, como a Flórida.

O arcabouço legislativo promovido por esse setor reacionário do Congresso se baseia na codificação legal de Cuba como "adversário estrangeiro", termo que aparece em inúmeros projetos de lei que visam promover uma narrativa de confronto.

Essa categoria serve de base para propostas que vão desde a proibição de colaboração científica entre instituições de ambos os países até a suspensão de qualquer tipo de cooperação tecnológica ou diplomática.

Pelo menos cinco iniciativas legislativas incluem linguagem que restringe relacionamentos científicos, ameaçando o desenvolvimento de projetos conjuntos vitais, como o ensaio clínico Heberprot-P nos EUA, e também exclui os americanos do uso de um produto cubano altamente eficaz para tratar úlceras do pé diabético.

Além disso, estão sendo feitas tentativas de dificultar o investimento estrangeiro por meio de projetos que eliminam obstáculos legais a ações civis sob a Lei Helms-Burton, uma lei que agrava a perseguição legal contra empresas e indivíduos com laços econômicos com a ilha.

A ofensiva anticubana também é evidente na área da política imigratória, onde esses congressistas se alinham a posturas anti-imigrantes, como as implementadas durante o governo Trump.

Essas medidas levaram à separação de famílias cubanas e deixaram milhares de pessoas em situação irregular nos EUA, sem oferecer uma solução real. Enquanto isso, continua o apoio a deportações em massa e restrições de vistos que prejudicam a comunidade cubano-americana e seus laços familiares com a ilha.

Na mesma linha, eles buscam gerar um efeito de "panela de pressão", manipulando a emigração para provocar uma convulsão social que justificaria a intervenção do governo dos EUA ou, pelo menos, um aumento da agressão econômica.

Os congressistas anticubanos também exercem pressão a partir de seus cargos para manter e reforçar o bloqueio econômico, como evidenciado por seu apoio ao Memorando Presidencial sobre Segurança Nacional nº 5, imposto por Donald Trump e que visa intensificar medidas que causam fome e desespero entre o povo cubano, com o objetivo declarado de derrubar o Governo Revolucionário.

Esse endurecimento da situação também é alimentado pelo discurso público e pelas mídias sociais, que justificam a política de "pressão máxima" e desacreditam as ações do governo cubano, ao mesmo tempo em que apoiam as iniciativas da contrarrevolução interna.

Por fim, este grupo legislativo não hesita em promover falsas acusações que vinculam Cuba ao apoio a supostas organizações terroristas, tráfico de drogas ou violações de direitos humanos, sem apresentar provas concretas. Mais grave ainda, mantém laços estreitos com indivíduos vinculados a atos terroristas contra a nação caribenha.

Em suma, o 119º Congresso dos EUA demonstra uma rejeição persistente e sistemática de qualquer abertura ou reaproximação com Cuba, com base em uma estratégia abrangente que combina hostilidade legislativa, manutenção de falsas narrativas, promoção de medidas coercitivas e exploração política.

Esta política não apenas viola a soberania e os interesses do povo cubano, mas também desconsidera o potencial de um relacionamento bilateral que beneficie ambas as nações.

 


ALGUMAS DAS INICIATIVAS RECENTES

 

- HR5342

Permite o ajuizamento ilimitado de ações judiciais sob a Lei Helms-Burton. Elimina a limitação de dois anos para essas ações judiciais.

Bloqueia o financiamento de laboratórios e estabelece outras restrições que afetam a cooperação científica e o desenvolvimento econômico.

Impõe proibições de voos e propriedades.

 

-  S.488 (iniciado no Senado)

Impõe sanções específicas a indivíduos e entidades que realizam transações com Cuba, com foco em supostos abusos de direitos humanos e corrupção.

 

- S.172 Lei de Prevenção da Evasão Tarifária Adversária (Rick Scott)

Refere-se à maior das Antilhas como um Estado adversário estrangeiro.

 

- Lei S.838 ACRE (Jerry Moran)

Impede empréstimos a países inimigos.

 

- HR3479 Lei de Telecomunicações Americanas SEGURAS (Rudy Yakym)

Proíbe o licenciamento de cabos submarinos em áreas controladas por adversários estrangeiros.

 

Essas ações legislativas fazem parte da reativação e atualização do Memorando Presidencial sobre Segurança Nacional nº 5, assinado em 2025, que reverte as recentes aberturas e restabelece restrições nas áreas turística, financeira e diplomática, além de limitar a cobertura e o acesso a recursos econômicos.


https://www.granma.cu/mundo/2025-09-21/nuevas-propuestas-de-leyes-para-asfixiar-a-cuba-21-09-2025-20-09-34

 Trad/ed Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 

   



20 de set. de 2025

DIÁRIO DE VIAGEM DA FLOTILHA GLOBAL SUMUD. 19/09/2025

                              

154 PAÍSES, DE 193, RECONHECEM O ESTADO DA PALESTINA

Por Manolo Teniente

Estamos navegando há várias horas desde o meio-dia. Ontem à noite, os barcos italianos que haviam partido para a Grécia retornaram à região de Portopalo. Se você olhar o rastreador novamente, verá que somos 50, incluindo os seis que nos aguardam na Grécia.

Perdemos pelo menos 30 barcos ao longo do caminho, mas chegaremos a Gaza com uma boa representação dos pobres do mundo.

Somos uma onda de solidariedade, seguindo outras ondas que passaram e muitas outras que ainda estão por vir.

A partir de segunda-feira, 22 de setembro, a batalha pela liberdade palestina será o centro das atenções na 80ª sessão plenária das Nações Unidas, que durará até 29 de setembro.

Na segunda-feira, 22 de setembro, haverá uma reunião especial para discutir o direito à soberania e a existência do Estado da Palestina.

Os Estados Unidos, liderados pelo presidente Trump, negaram o direito de presença aos representantes da Autoridade Palestina, recusando-se a conceder-lhes vistos de entrada.

Isso viola as obrigações regulatórias das Nações Unidas às quais os Estados Unidos, como país anfitrião da instituição, estão vinculados.

Devido à oposição dos EUA e de Israel à participação da Autoridade Palestina na Assembleia Geral, a Assembleia foi forçada a votar, e a votação foi aprovada por uma maioria esmagadora de 145 votos a favor e apenas 5 contra, permitindo a participação da Palestina na próxima Assembleia Geral da ONU. Excepcionalmente, dada a recusa dos EUA em conceder vistos, a Autoridade Palestina participará por videoconferência da Assembleia, que começa na próxima semana em Nova York.

É provável que uma dúzia de países anuncie seu reconhecimento do Estado Palestino, incluindo França, Reino Unido, Canadá e Austrália. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com o apoio de seu parceiro Trump, já alertou que seu país jamais aceitará um Estado Palestino, apesar de a grande maioria dos países do mundo, 75% deles, reconhecer a Palestina como um país.

Somente a força bruta do poder militar e econômico dos EUA impede a existência do Estado da Palestina.

O Conselho de Segurança da ONU votou na quinta-feira para adotar uma resolução pedindo acesso humanitário a Gaza, um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente em Gaza e a libertação imediata e incondicional dos reféns.

Vale ressaltar que há cerca de 20.000 reféns palestinos nas prisões do regime sionista, tanto em Gaza quanto na Cisjordânia. A resolução foi apoiada por 14 membros do Conselho de Segurança e rejeitada por um deles, os Estados Unidos, que, com seu poder de veto, anula o voto quase unânime do Conselho. Os Estados Unidos já vetaram mais de 50 resoluções críticas a Israel desde a criação do Conselho de Segurança.

Um dos poucos países europeus que se recusa a reconhecer o Estado Palestino é a Alemanha. O país que cometeu o genocídio contra o povo judeu, conhecido como Holocausto, está tropeçando na mesma coisa novamente. Ontem, o povo judeu, hoje, apoia o Holocausto Palestino.

A luta pela Palestina está sendo travada em todas as frentes e ao redor do mundo. Hoje, 19 de setembro, foi divulgada a notícia de que um grupo de advogados alemães apresentou uma queixa criminal contra o chanceler alemão Friedrich Merz e importantes autoridades governamentais e executivos do comércio de armas, acusando-os de auxiliar e instigar o genocídio israelense em Gaza.

Foram apresentadas acusações ao Ministério Público Federal contra onze altos funcionários dos governos alemão antigo e atual, além de CEOs de fabricantes de armas. 

Entre eles estão o ex-chanceler federal Olaf Scholz, a ex-ministra federal das Relações Exteriores Annalena Baerbock, o ex-ministro da Economia e Proteção Climática Robert Habeck, o atual chanceler federal Friedrich Merz, o atual ministro federal das Relações Exteriores Johann Wadephul, a ministra federal da Economia e Energia Katherina Reiche e o ministro federal da Defesa Boris Pistorius. 

A denúncia fornece mais de 100 páginas de evidências exaustivas dos crimes subjacentes do Código de Crimes contra o Direito Internacional (CCAIL), ou seja, os crimes de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos por Israel.

As exportações de armas alemãs para Israel quintuplicaram desde 2023, atingindo quase meio trilhão de euros (485.103.796 euros) no total. Em agosto passado, o chanceler alemão Friedrich Merz anunciou que seu governo havia parado de emitir novas licenças de exportação para armas que poderiam ser usadas em Gaza.

No entanto, as licenças existentes continuam a ser aplicadas, e novas licenças continuam a ser aprovadas para armas supostamente não destinadas ao uso em Gaza, mas que continuam a contribuir efetivamente para a matança de civis na Palestina e na região.

 Um exemplo do uso desse armamento é a abundância de armas antitanque portáteis. É sabido que seu uso se tornou uma tendência no TikTok entre soldados israelenses, que se filmam disparando essas armas contra prédios residenciais, destruindo casas palestinas por diversão.

Concluo hoje ecoando o lamento de um jornalista de Gaza, Khaled Al-Qershali, que lamenta a morte de seu grande amigo Mohammed em novembro de 2023.

Chorei amargamente naquele dia. Sempre que penso em Mohammed e em nossas lembranças, meus olhos se enchem de lágrimas... mas sei, com certeza, que Mohammed está em um lugar melhor.

Sinto até inveja dele, que descanse em paz, e queria que fosse ele.

Mohammed não foi deslocado diversas vezes e forçado a cozinhar em fogo de lenha, sobrevivendo com escassa água e dormindo sem cobertor.

Ele não foi aos pontos de distribuição de ajuda em Netzarim ou Rafah, onde centenas de pessoas famintas em busca de comida foram mortas pelo exército israelense.

Ele não esperou horas por um saco de farinha em um posto de ajuda, só para não receber nada. Ele não foi para a cama faminto por dias, sentindo-se faminto.

Ele não foi forçado a beber água salgada ou contaminada. Ele é o homem mais sortudo por não ter passado os últimos dois anos de sua vida com medo enquanto bombas sacudiam o chão sob seus pés.

Ele não precisou lamentar e enterrar seus entes queridos um por um até que nenhum restasse.

O próprio Maomé nunca foi enterrado; seu corpo ainda jaz sob os escombros, sem um túmulo que pudesse visitar, mesmo que a guerra terminasse. 

Mas eu o visito todos os dias. Ele está sempre comigo, vivo na minha mente.

E enquanto nós, seus amigos, nos lembrarmos dele, Mohammed viverá.

https://cubaenresumen.org/2025/09/19/diario-de-viaje-de-la-global-sumud-flotilla-no23-19-09-2025/

Trad/Ed: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba e às Causas Justas 

                             






17 de set. de 2025

O DIABO OS CRIA E O SIONISMO OS UNE.

                               

A aliança Netanyahu-Rubio é um acordo político e financeiro baseado na perpetuação do conflito, do crime e da expropriação de um povo.

Raul Antonio Capote  - 16 de setembro de 2025

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, chegou a Tel Aviv dias após ataques aéreos contra líderes do Hamas em Doha, no Catar, e em meio a bombardeios intensificados contra civis em Gaza.

Rubio visitou o Muro das Lamentações em Jerusalém, acompanhado pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. "Sob o comando do presidente Donald Trump e do secretário Rubio, esta parceria nunca foi tão forte, e somos profundamente gratos por isso", disse Netanyahu, enquanto visitavam os túneis subterrâneos com o embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee.

A presença do responsável norte-americano na inauguração de um túnel turístico numa colónia israelita, localizada no bairro palestino de Silwan, na Jerusalém ocupada, é mais um exemplo do reconhecimento da Casa Branca às ações da entidade sionista contra o povo palestino.

Enquanto isso, a reunião dos dois políticos discutiu as implicações diplomáticas e militares do recente ataque das Forças de Defesa de Israel (IDF) ao Catar, bem como seu potencial impacto nos esforços para chegar a uma trégua em Gaza e a possível anexação israelense de partes da Cisjordânia.

É importante notar que esta visita acontece uma semana antes da cúpula da ONU, que discutirá o reconhecimento da Palestina como um estado, uma iniciativa que é a essência de tudo o que Netanyahu quer apagar com mísseis.

O tom próximo e as semelhanças notáveis ​​entre os dois funcionários não são uma coincidência, mas sim o resultado de uma aliança estratégica e política baseada em interesses e visões compartilhados.

A relação entre eles é a de dois aliados políticos que se reforçam mutuamente.

Em Rubio, Netanyahu encontra um defensor poderoso e confiável em uma das instituições mais importantes dos EUA, enquanto este fortalece suas credenciais com sua base eleitoral e doadores.

Seu apoio tem um preço: a base financeira de Rubio é reforçada por contribuições significativas.

O "Pro-Israel America PAC" (AIPAC) lidera sua lista de doadores, junto com magnatas como Sheldon Adelson, um doador famoso desde 2016, e outros filantropos pró-Israel como Norman Braman e Paul Singer.

Por trás do avanço político de Rubio está uma rede de lobistas que não é segredo: o poderoso AIPAC, juntamente com os Cristãos Unidos por Israel (CUFI).

A Coalizão Judaica Republicana foi rápida em comemorar sua nomeação como Secretário de Estado, descrevendo-o como um "defensor declarado de Israel em tempos extraordinariamente perigosos".

Assim, enquanto o pequeno enclave de Gaza sofre as consequências do genocídio sionista, a aliança Netanyahu-Rubio exibe um vínculo que vai além da retórica: é um acordo político e financeiro cimentado na perpetuação do conflito, do crime e da expropriação de um povo, tudo sob a sombra de Washington.

https://www.granma.cu/mundo/2025-09-16/el-diablo-los-cria-y-el-sionismo-los-une-16-09-2025-00-09-20

Trad/ed: Comitê Carioca   

                          
   

13 de set. de 2025

A 'PODEROSA' DEMOCRACIA DO IMPÉRIO BRITÂNICO AMEAÇADA POR UM DESENHO. E MANDA A POLÍCIA. A resenha completa. (fotos e vídeos)

                               

                                          BANKSY !  

       Na mesma semana em que o artista urbano BANKSY  faz outra obra  em um muro público em Londres criticando a prisão de 900 pessoas pró Palestina, (postada aqui : https://encurtador.com.br/TOKkb) chega a repressão. Novamente. 

  Banksy é conhecido em todo o mundo  por seus desenhos críticos.  Provavelmente inglês (ninguém sabe quem ele é) cada desenho é inconfundível e corre o mundo com muitos admiradores.                                                                        

Esta semana soubemos do seu mais recente desenho. E, como nossa "viralatice" às vezes não nos permite ver o poderoso ex-império britânico se amedrontar com desenhos, eis o resultado: uma democracia tão antiga (e que parecia tão forte...)  cobre o desenho do Banksy com tapumes.    


                                                         


                                                              




               



    EM SEGUIDA, O QUE ACONTECE. Veja nos dois vídeos curtinhos em seguida:

 Londrinos afastam o tapume para fotografar e admirar a obra.                               

Palestina oculta: os londrinos removem a barreira que a polícia colocou para esconder a nova obra de Banksy no edifício do Tribunal Real de Justiça, que retrata um juiz atacando um manifestante com um martelo. – e apareceu apenas dois dias depois de 900 ativistas palestinos terem sido presos em Londres.


  A polícia volta ao local e apaga o desenho com uma camada de tinta. Apaga o desenho e o direito de protestar.   
                 

 Vista a paz “a arte deve confortar os perturbados e perturbar os confortáveis” @banksy - o tribunal começou a apagar a nova obra de Banksy, da mesma forma que o país está apagando o direito de protestar.   

  O governo britânico havia prendido mais de 900 pessoas pró Palestina dois dias antes do desenho ser feito .  

Viva a democracia ? A liberdade de expressão ? 


9 de set. de 2025

UMA NOVA OBRA DO GRAFITEIRO BANKSY RETRATA A REPRESSÃO CONTRA O MOVIMENTO PRÓ-PALESTINO

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                Um novo grafite do artista de rua britânico Banksy apareceu na segunda-feira em uma das fachadas externas do Royal Courts of Justice, em Londres, retratando um juiz espancando um manifestante.

     O grafite apareceu dois dias após a prisão de centenas de manifestantes que apoiavam o grupo proibido Ação Palestina.

    Rapidamente escondido atrás de cercas e vigiado por agentes de segurança, o grafite mostra um juiz, vestindo a beca e peruca tradicionais, levantando seu martelo sobre um manifestante deitado de costas, cuja faixa em branco está manchada de sangue.

    Banksy, famoso por seus grafites de rua politicamente carregados e provocativos ao redor do mundo, cuja identidade permanece um mistério, assumiu a responsabilidade postando uma foto em sua conta do Instagram.

    A polícia britânica informou ter prendido quase 900 pessoas no sábado em uma marcha em apoio à Ação Palestina, que o governo britânico proibiu em julho sob a Lei de Terrorismo de 2000, depois que membros do grupo invadiram uma base da Força Aérea Britânica e danificaram dois aviões em junho.

    Os organizadores do protesto disseram que entre os detidos estavam padres, veteranos de guerra e profissionais de saúde, além de muitos idosos e algumas pessoas com deficiência.

    No total, mais de 1.600 pessoas foram presas desde julho, e 138 foram acusadas de apoiar ou incitar o apoio a uma "organização terrorista". Essas quase 200 pessoas devem ser julgadas, e a maioria pode pegar penas de até seis meses de prisão.

    A Defend Our Juries, organização por trás dos protestos, disse na segunda-feira que a nova obra de arte de Banksy retrata "a brutalidade do Estado contra manifestantes que se opõem à proibição da Palestine Action".

    Embora Banksy nunca comente sobre suas obras de arte, ele já criou trabalhos anteriores apoiando causas palestinas, incluindo murais na barreira de separação da Cisjordânia, concentrada em Belém.

    O sistema de justiça criminal britânico tem sido atacado por ambos os lados do espectro político, com críticos alegando que o direito ao protesto pacífico está ameaçado.

     Após a ação da Palestine Action em junho, o primeiro-ministro Keir Starmer imediatamente exigiu a proibição da organização, e seu pedido foi atendido alguns dias depois pelo Parlamento britânico, que incluiu o grupo em sua lista de "organizações terroristas".

    Esta é a primeira vez que um grupo de protesto de ação direta é processado por este suposto crime, e a decisão tem consequências de longo alcance: agora é ilegal demonstrar qualquer tipo de apoio ao grupo; nem mesmo uma camiseta com o logotipo será aceita pelas autoridades, muito menos para ser membro da organização ou para financiá-la.

   O objetivo da organização não é apenas protestar pelos direitos palestinos ou promover o isolamento de Israel e suas empresas, mas também destacar publicamente o conluio do governo com Tel Aviv, com foco particular na venda de armas.

   Houve uma resistência massiva de organizações de direitos humanos e especialistas jurídicos, que questionam a possibilidade de comparar um grupo ativista a terroristas comprovados.

    De acordo com o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turc., a proibição levanta sérias preocupações sobre a aplicação de leis antiterrorismo a atos que não constituem terrorismo.

    O funcionário lembrou que, de acordo com os padrões internacionais, os atos terroristas devem ser limitados a infrações penais destinadas a causar morte ou ferimentos graves, ou a tomada de reféns, com o propósito de intimidar a população ou coagir um governo.

    Até o momento, os ativistas não causaram ferimentos, e essa é uma das bases do recurso contra a medida de Starmer. O recurso está agendado para novembro.

     Em uma carta aberta publicada no The Guardian, 52 acadêmicos e escritores, incluindo as filósofas Judith Butler e Angela Davis, instaram o governo a reverter sua posição. Eles acreditam que a decisão é "um ataque tanto a todo o movimento pró-palestino quanto às liberdades fundamentais de expressão, associação, reunião e manifestação".   

 

https://cubaenresumen.org/2025/09/08/nueva-obra-del-grafitero-banksy-retrata-represion-contra-movimiento-propalestino/

@comitecarioca

                                


7 de set. de 2025

CICLO DE CINE DEBATE NO CCJF COM O COMITÊ CARIOCA

                                        

    Do dia 3 a 6 de setembro de 2025 o Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba, junto ao Capítulo Brasil do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos organizaram com o Centro Cultural da Justiça Federal no Rio de Janeiro, uma série de curta metragens, videoclipes e vídeos em geral, o ciclo  IMAGENS DA RESISTÊNCIA. VOZES DO CARIBE  com a temática de América Latina e seus desafios.


quarta-feira (3/9 ) foram exibidos dois curtas: "Bloqueio, a guerra contra Cuba" e "Venezuela, a Causa Obscura". Em seguida, ótima roda de conversa com as companheiras venezuelanas Milli e Yanet.


   Na quinta-feira (4) foi a sessão do filme A Raiz da Oliveira, muito aplaudido no final. Logo após, roda de conversa com as companheiras Marise e Guta, estudiosas do assunto, sobre a questão palestina. Bom evento com a participação da plateia interessada no tema. Seguimos ! #PalestinaLivre !



Na sexta-feira dia 5/9, o ciclo de cine debate do Centro Cultural da Justiça Federal com o Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba apresentou dois curtas.
Um deles contando a experiência do músico cubano Silvio Rodriguez como alfabetizador na Campanha de 1961.
Em seguida, em outro curta metragem, a alfabetização em Cuba e a implantação do método cubano de alfabetização de adultos "Yo, si, puedo" ("Sim, eu posso") no Brasil pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
Na roda de conversa, a companheira Cristina do setor de educação e da direção Nacional do MST.





No sábado (6) o último dia do ciclo de cinema do Centro Cultural Justiça Federal com o Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba. À exibição do filme "CULPADOS" que trata do julgamento pelo parlamento europeu do bloqueio imposto pelos governos dos EUA contra Cuba há mais de seis décadas, se seguiu uma roda de conversa com o professor cubano convidado.
O professor Jesus Domech Moré apresentou uma narrativa inovadora na qual o bloqueio econômico contra Cuba foi analisado a partir da teoria da complexidade, propondo abordá-lo por meio de uma rede ontológica que integre todos os seus componentes. Ele destacou a importância de considerar a entropia da informação, a resiliência do sistema cubano e a antifragilidade como chaves para compreender suas dinâmicas e possíveis transformações.