10 de nov. de 2025

CELAC : BRASIL E CUBA DEFENDEM AMÉRICA LATINA COMO ZONA DE PAZ.

                                       
Lula e Valdés Mesa rejeitaram, na cúpula de Santa Marta, a reativação da Doutrina Monroe e as intervenções estrangeiras no Caribe.

 "Somos de uma região de paz e queremos permanecer em paz." Com essa declaração contundente, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva traçou uma linha vermelha no domingo diante das crescentes ameaças de intervenção militar estrangeira na América Latina.

  Na cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União Europeia, Lula denunciou que "a ameaça do uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano" na região. O presidente brasileiro não poupou palavras: alertou sobre a reciclagem de "velhas manobras retóricas para justificar intervenções ilegais", em clara alusão à política intervencionista histórica dos Estados Unidos.

  A voz do Brasil não foi a única. O vice-presidente cubano, Salvador Valdés Mesa, denunciou as tentativas de reviver a Doutrina Monroe e foi direto: "Devemos agir para deter a agressão e a infiltração militar". Cuba também expressou sua solidariedade à Colômbia, país que considera vítima de pressão externa, e condenou inequivocamente "o genocídio militar perpetrado por Israel em Gaza", que mergulhou o povo palestino em uma crise humanitária sem precedentes.

                                                                        

   


     Para Valdés Mesa, o progresso alcançado na parceria birregional "não é suficiente" e ele exigiu compromissos mais firmes em termos de cooperação e respeito pela soberania das nações.

   Lula argumentou que a democracia "é péssima quando o crime organizado corrompe as instituições, invade os espaços públicos e destrói famílias". Ele reconheceu que a segurança é tanto um dever do Estado quanto um direito humano fundamental, mas deixou claro que não existe uma "solução mágica". A resposta, segundo ele, está em cortar o financiamento do crime organizado e deter o tráfico de armas. E enfatizou algo essencial: "Nenhum país pode enfrentar esse desafio isoladamente". Daí seu apelo para fortalecer a cooperação regional por meio de ações coordenadas.

   Desde o final de agosto, os Estados Unidos enviaram destróieres, aeronaves de patrulha marítima e, mais recentemente, um porta-aviões para o Caribe. O Pentágono justifica essa operação como uma "missão de interdição marítima" contra redes internacionais de narcotráfico que — segundo Washington — operam a partir da Venezuela e de outras áreas costeiras da América do Sul.

   Mas a operação deixou dezenas de mortos e embarcações destruídas em águas caribenhas. Vários governos da região observam com preocupação a crescente presença militar estrangeira que ameaça a soberania regional

    O presidente colombiano Gustavo Petro, anfitrião da cúpula, propôs uma visão diferente para enfrentar as crises globais. Ele defendeu a construção de uma "democracia global" baseada no reconhecimento da diversidade: "A bandeira permanece a mesma: uma humanidade livre e uma democracia global que permita nossas diferenças de todos os tipos, que são nossa riqueza."

                                         


    Ele enfatizou que a democracia deve ser construída sobre o pluralismo e o respeito pelas diferenças históricas e culturais. "Uma humanidade unânime é uma humanidade morta", declarou, propondo que o diálogo entre a CELAC e a União Europeia se torne um modelo de entendimento entre civilizações.

   O que aconteceu em Santa Marta reflete um consenso cada vez mais sólido entre os países da América Latina. A região reafirma, mais uma vez, os princípios da não intervenção e da resolução pacífica de conflitos que têm sido sua marca histórica.

https://cubaenresumen.org/2025/11/09/celac-ue-brasil-y-cuba-defienden-a-america-latina-como-zona-de-paz/ 

@comitecarioca21


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