20 de ago. de 2016

PARABÉNS, FIDEL! A HISTÓRIA O ABSOLVEU!

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E A HISTÓRIA O ABSOLVEU

Em 16 de outubro de 1953 o jovem advogado Fidel Castro pronunciava sua autodefesa, após ter sido preso pelo assalto ao quartel Moncada, em Cuba. Liderando um grupo de homens e mulheres, ele havia tentado derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista e, então, foi derrotado.

Felizmente, a derrota momentânea não representou o fim, e sim o fortalecimento de um processo revolucionário que mudaria definitivamente a história de Cuba, de seu povo e de toda a classe trabalhadora no mundo.

Fidel foi exilado para o México e lá reuniu seus companheiros e companheiras, conheceu o Che, planejou, organizou e liderou de forma brilhante um grupo de combatentes dispostos a dedicar suas vidas pela transformação radical da sociedade cubana. Assim fizeram.

Transformar adversidades e derrotas em energia combativa é uma tarefa que somente os imprescindíveis são capazes de realizar, e Fidel é um deles. Sabia que lutava não somente contra a ditadura de Batista, lutava contra o imperialismo estadunidense que dominava a América Latina com suas garras. Mais ainda, saqueava Cuba de forma brutal, a tinha como seu quintal, sugava suas riquezas, suas reservas naturais, os corpos de suas mulheres, o trabalho de seu povo.

E em 1º de janeiro de 1959 a Revolução triunfou, e veio linda, forte e popular, como não podia deixar de ser. Se tornou um farol para lutadores de todo o mundo, especialmente para os países de nosso continente. Ao mesmo tempo transformou-se em inimiga (antes impensável - agora terrível!) dos Estados Unidos.

É preciso muita ousadia para se fazer uma revolução, e essa é certamente uma das características reconhecidas em Fidel. Em 1960, um ano após a vitória, Fidel faz o anúncio, em praça pública, da estatização da economia e nacionalização das companhias norte-americanas que exploravam a classe trabalhadora cubana.

O imperialismo não podia deixar barato e organizou, meses depois, a invasão da Baía dos Porcos. Queria pôr fim ao processo revolucionário e retomar seu controle sobre a Ilha, mas, felizmente, a tentativa foi em vão. Fidel liderou a resistência com uma eficiência tal, que em 72 horas de combate o povo cubano derrotou, mais uma vez, e agora de forma ainda mais decisiva, as forças do Capital. Logo depois da vitória, Fidel anunciava o caráter socialista da revolução e assumia publicamente os rumos que guiariam Cuba para o caminho de sua autodeterminação.

Um líder, no entanto, não é feito somente de feitos militares heroicos. Fidel conduziu Cuba pelo caminho da construção socialista ao longo dos anos com coerência e capacidade de prever o futuro de forma invejável. Seus extensos e profundos discursos sempre foram, na verdade, sinceros diálogos com seu povo, e possibilitaram uma coesão sem a qual, certamente, Cuba não teria sido capaz de enfrentar os inúmeros ataques e atentados que sofreu.

Nesta bonita e dura trajetória, com a clareza de quem sabia onde queria e poderia chegar, o povo cubano foi forjando uma consciência solidária inigualável.

A participação nas guerras de libertação na África é um exemplo emblemático. Afirmando “temos uma dívida para com a África e temos que pagá-la!”, Fidel instou que o povo cubano tomasse para si esta bandeira, e deu exemplo ao mundo todo de que a luta de classes não possui fronteiras.

Por iniciativa dele, também, Cuba criou a Escola Latino-americana de Medicina, a ELAM, recebendo jovens de dezenas de países, dividindo seus escassos recursos com estrangeiros pobres e espalhando valores humanos, éticos e morais que só um país socialista é capaz de garantir. Não bastasse, milhares de médicos cubanos estão espalhados pelas regiões mais longínquas do mundo, inclusive nas regiões mais pobres do Brasil, prestando atendimento digno para a população que não pode pagar, mas tem direito à vida e saúde de qualidade.

A acolhida aos exilados políticos brasileiros, expulsos do Brasil pela ditadura militar seria, por si só, motivo de dívida política eterna com Cuba. Em um dos momentos mais difíceis de nossa conjuntura, a Ilha partilhou tudo o que tinha com nossos heroicos combatentes e seus familiares, deu a eles um lar quando o Estado ditatorial os baniu de nosso território e enquanto matava e torturava outros tantos. Fidel não só acompanhava o desenvolvimento das lutas no Brasil, como convidava e recebia pessoalmente nossos militantes com a dignidade que mereciam e, por isso, lhe somos especialmente gratos e gratas.

São muitos os notáveis feitos de Fidel, e sua história se confunde com as vitórias de sua pátria. A recente liberdade dos 5 patriotas cubanos, presos nos Estados Unidos por mais de 15 anos, é uma delas. Quando afirmou convictamente “Voltarão!”, mobilizou toda a população para uma luta desigual contra a maior potência mundial da atualidade, e esteve presente no momento em que seu prenúncio tornou-se realidade. Eles voltaram!

Ainda hoje lutamos pelo fim do bloqueio, pelo fechamento da base militar estadunidense e devolução do território de Guantánamo ao povo cubano, pela transição ao socialismo ao redor do mundo... ainda temos um longo caminho a trilhar, camarada.

Hoje, enquanto comemoramos seus 90 anos de vida, anos vividos da forma mais intensa que um ser humano pode almejar, podemos simplesmente afirmar que Fidel representa de forma exemplar a relevância do papel do indivíduo na história, sendo capaz de analisar a realidade com a precisão de quem dedica seus dias a transforma-la, e também de traçar caminhos e projetar o futuro como poucos são capazes de fazer.

“Me condenem, não importa. A história me absolverá”, disse você em sua defesa, comandante... mas foi mais, muito mais que isso. A história não só te absolveu, ela teve a grandiosidade de reconhecer seu fundamental papel em vida. Uma vida que, esperamos, seja ainda mais longa e cheia de vitórias para o povo cubano e a classe trabalhadora em todo o mundo. Venceremos!
Publicação de Vivian Mendes.
Fonte: Ato Político + FESTA - 90 Anos do Comandante Fidel Castro
                                                                                
                                                    VENCEMOS !!! VENCEREMOS !!!

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