14 de ago. de 2016

DE NADA, COMANDANTE!! VOCÊ MERECE MUITO MAIS!!



 Carta de Fidel pelas felicitações recebidas pelos seus 90 anos de vida e de vitórias.

"Desejo expressar minha mais profunda gratidão pelas demonstrações de respeito, saudações e presentes que recebi nestes dias, que me dão forças para retribuir através das ideias que transmitirei aos militantes do nosso Partido e aos órgãos competentes".

Transcrição fiel:

Amanhã completarei 90 anos. Nasci em um território chamado Birán, na região leste de Cuba. Com esse nome é conhecido, embora nunca tenha aparecido em um mapa. Dado o seu bom comportamento era conhecido por amigos próximos e, desde então, por uma praça de representantes políticos e os inspetores que viam-se em torno de qualquer atividade comercial ou produtiva próprias dos países neo colonizados do mundo.

Uma vez fui com meu pai para Pinares de Mayarí. Eu tinha então oito ou nove anos. Como gostava de conversar quando saía da casa de Birán! Ali era o dono das terras onde se plantava cana, pastos e outros cultivos Agrícolas. Porém em Pinhais de Mayarí não era proprietário, sim arrendatário, como muitos espanhóis, que foram donos de um continente em virtude dos direitos concedidos por uma Bula Papal, de cuja existência não conhecia nenhum dos povos e seres humanos deste continente. Os conhecimentos transmitidos já eram em grande parte tesouros da humanidade.

A 500 metros de altura aproximadamente, de colinas inclinadas, pedregosas, onde a vegetação é escassa e às vezes hostil. Árvores e rochas obstruem o trânsito; de repente, a uma altura determinada, inicia-se um platô extenso que calculo se estende aproximadamente cerca de 200 quilômetros quadrados, com ricas jazidas de níquel, cromo, manganês e outros minerais de grande valor econômico. Daquele Planalto se extraíam diariamente dezenas de caminhões de Pinheiros de grande tamanho e qualidade.

Note-se que não mencionei o ouro, a platina, o paládio, os diamantes, o cobre, o estanho, e outros que paralelamente se tornaram símbolos dos valores econômicos que a sociedade humana, no seu estágio atual de desenvolvimento, requer.

Poucos anos antes do triunfo da revolução meu pai morreu. Antes, sofreu bastante.

De seus três filhos, o segundo e o terceiro estavam ausentes e distantes. Nas atividades revolucionárias um e outro cumpriam o seu dever. Eu tinha dito que sabia quem podia substituir-me se o adversário tivesse êxito nos seus planos de eliminação. Eu quase me ria com os planos maquiavélicos dos presidentes dos Estados Unidos.

Em 27 de Janeiro de 1953, após o golpe pérfido de Batista em 1952, se escreveu uma página da história da nossa revolução: os estudantes universitários e organizações juvenis, junto ao povo, realizaram a primeira Marcha das Tochas para comemorar o centenário do aniversário de nascimento de José Martí.

Já tinha chegado à convicção de que nenhuma organização estava preparada para a luta que estávamos organizando. Havia uma desorientação total, desde os partidos políticos que mobilizavam massas de cidadãos, da esquerda à direita e o centro, desapontados pela politicagem que reinava no país.

Aos 6 anos uma professora cheia de ambições, que dava aulas na escolinha pública de Birán, convenceu a família de que eu deveria viajar para Santiago de Cuba para acompanhar a minha irmã mais velha que ingressaria em uma escola de freiras com bom prestígio. Incluir-me foi uma habilidade da própria professora da escolinha de Birán. Ela, muito bem tratada na casa de Birán, onde se alimentava na mesma mesa que a família, havia convencido da necessidade de minha presença. Definitivamente tinha melhor saúde que meu irmão Ramón, falecido há poucos meses, que durante muito tempo foi companheiro de escola. Não quero me estender, só que foram muito duros os anos daquela fase de fome para a maioria da população.

Me enviaram, depois de três anos, ao Colégio La Salle de Santiago de Cuba, onde me matricularam no primeiro grau. Passaram quase três anos sem que me levassem a um cinema.

Assim começou minha vida. Se eu tiver tempo posso até escrever melhor sobre isso. Desculpem por não ter feito até agora, só que tenho ideias do que se pode e se deve ensinar para uma criança. Considero que a falta de educação é o maior dano que se pode fazer.

A espécie humana se defronta hoje com maior risco da sua história. Os especialistas em estes temas são os que mais podem fazer pelos habitantes deste planeta, cujo número aumentou, de 1 bilhão no final de 1800, a sete bilhões no início de 2016. Quantos terá nosso planeta dentro de mais alguns anos?

Os mais brilhantes cientistas, que já somam vários milhares, são os que podem responder a esta pergunta e muitas outras de grande importância.

Desejo expressar minha mais profunda gratidão pelas demonstrações de respeito, os cumprimentos e os presentes que recebi nestes dias, que me dão forças para retribuir através de ideias que transmitirei aos militantes do nosso partido e aos órgãos competentes.

Os meios técnicos modernos têm permitido perscrutar o universo. Grandes potências como  China e Rússia não podem ser submetidas à ameaças de impô-las armas nucleares. São povos de grande valor e inteligência. Considero que faltou profundidade ao discurso do presidente dos Estados Unidos quando visitou o Japão, e lhe faltaram palavras para se desculpar pela matança de centenas de milhares de pessoas em Hiroshima, apesar dos conhecidos efeitos da bomba. Foi igualmente criminoso o ataque à Nagasaki, cidade que os donos da vida escolheram ao acaso. É por isso que há que ser pregado sobre a necessidade de preservar a paz, e que nenhuma potência tome para si o direito de matar milhões de seres humanos.

Fidel Castro Ruz

Agosto 12 de 2016

Fonte: Granma - http://pt.granma.cu/

                                                  VENCEMOS !!! VENCEREMOS !!!

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