4 de fev. de 2021

VACINAS E SOBERANIA CIENTÍFICA

Por: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 

         Em 1993, em pleno período especial, Fidel Castro disse:


“A ciência e as produções da ciência devem ocupar no futuro o primeiro lugar da economia nacional, porque [...] temos de desenvolver as produções da inteligência. Esse é o nosso lugar no mundo, não haverá outro”.

 

    Como costumava acontecer, Fidel tinha razão, e a prova é como a Ilha está enfrentando a pandemia. Cuba é o único país da América Latina que está produzindo uma vacina própria. Aliás, uma, não. Quatro!

      O Instituto Finlay de Vacinas tem duas candidatas, as Soberanas 1 e 2. E o Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia tem outras duas, a Mambisa, que será aplicada por via nasal, e a Abdala, ambas autorizadas, em novembro de 2020, a iniciar a fase de ensaios clínicos.

      No dia 16 de janeiro, começou um ensaio clínico com a formulação mais simples e mais segura da Soberana 1, com 30 voluntários entre 19 e 59 anos que já tiveram a doença, mas apresentam um nível baixo de anticorpos, ou seja, poderiam reinfectar-se. É um estudo original, porque todas as outras vacinas no mundo estão sendo testadas em pacientes jovens e que não passaram pela doença. Este ensaio dá a possibilidade de saber como reagirão à vacina os mais suscetíveis e também permite que se faça com apenas uma dose, que funciona como um reforço. Até o momento, os resultados do estudo são muito positivos.

     E embora a Soberana 1 tenha iniciado os ensaios clínicos em agosto de 2020, a candidata mais avançada é a Soberana 2. Segundo o diretor do Instituto Finlay, esta vacina é diferente de todas as outras que existem atualmente no mundo. Trata-se de uma vacina conjugada, em que o antígeno do vírus está enlaçado quimicamente ao toxoide tetânico.

       No dia 18 de janeiro, começou a fase de ensaio IIB ampliado da Soberana 2, com 900 pessoas entre 19 e 80 anos. Nesta fase, avaliam-se também os possíveis efeitos adversos. Os voluntários estão divididos em dois grupos aleatórios, que receberão duas doses da vacina ou de um placebo, para comparar os efeitos. Após esta fase, começará a fase III, com 150 mil pessoas vulneráveis e residentes em zonas de alto risco.

      O diretor-geral do Instituto Finlay, Dr. Vicente Vérez Bencomo, anunciou que o país está se preparando para produzir 100 milhões de doses dessa vacina. Essa quantidade será suficiente para imunizar toda a população da Ilha e para vender a outros países interessados, como Venezuela, Irã, Índia, Paquistão e Vietnam, que já se manifestaram. Além disso, ele informou também, numa coletiva à imprensa internacional, que turistas poderão ser vacinados, caso desejem. A vacinação é voluntária para todos.

     E a vacina Abdala, do CIGB, também já vai começar a segunda fase de ensaio clínico, com 800 voluntários entre 19 e 80 anos, saudáveis ou com doenças controladas. Este candidato vacinal apresentou um perfil adequado de segurança na primeira fase dos ensaios, aplicada a um grupo de 132 pessoas.

          Essa capacidade de produção científica é fruto de decisões e políticas adotadas pela Revolução, apesar de todas as dificuldades. O principal obstáculo nesse caminho é, como sempre, o bloqueio norte-americano contra Cuba, que tenta impedir a compra de equipamentos e insumos, e até mesmo acordos com empresas de outros países, para aumentar a capacidade de produção.


      Mas Cuba não desiste, nem se rende. E conta com o apoio de milhões de pessoas, no mundo todo, que reconhecem os valores de solidariedade e internacionalismo de suas brigadas médicas e convênios de colaboração.


#CubaSalva

#CubaViva

#BloqueioNãoCubaSim




2 comentários:

  1. Sou fã incondicional de Cuba, com poucos recursos, mas, sempre á frente!!!

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  2. Cuba, qué linda es Cuba. Quiero volver a esta tan amable y grandiosa isla...Gracias!

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