Declaração do Ministério das Relações Exteriores
A cúpula virtual convocada pelo governo americano em 9 e 10
de dezembro, com discursos pré-gravados dos convidados e uma agenda totalmente
manipulada, foi um exercício demagógico, com benefício zero para a comunidade
internacional e sem qualquer proposta para resolver os problemas mais prementes
do mundo que compartilhamos.
Com grande demagogia foi convocada a reunião irrealista sob o tema "democracia", assumida como sendo a defesa do capitalismo e aplicável apenas aos governos que não desafiam a autoridade hegemônica dos Estados Unidos. Tal formulação deixa claro o real propósito e interesse em desviar a atenção mundial dos graves problemas que a sociedade e o sistema político dos EUA enfrentam atualmente.
Um país onde o dinheiro supera a vontade popular de seus cidadãos, onde a venda livre e o uso irresponsável de armas letais é promovido, onde a intervenção e interferência nos assuntos internos dos Estados soberanos é encorajada, onde o racismo é sistêmico e a guerra é o negócio mais lucrativo, não tem nada a ensinar à comunidade internacional.
Como Cuba tem advertido, o governo dos Estados Unidos está engajado em uma perigosa campanha que visa criar um cisma internacional, dividindo o planeta e punindo os países que defendem projetos progressistas ou não aceitam os modelos impostos pelos Estados Unidos.
Procurar impor uma única receita aceitável para um sistema político a todos os países é, em si mesmo, profundamente antidemocrático. É contrário à Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, assinada em Havana por todos os países de nossa região, que estabelece o compromisso de respeitar plenamente o direito inalienável de cada Estado de escolher seu sistema político, econômico, social e cultural, como condição essencial para assegurar a convivência pacífica entre as nações.
Esta visão distorcida é o que os leva a agir à margem das Nações Unidas, onde sofrem um isolamento crescente devido aos repetidos desafios aos princípios da coexistência civilizada, do respeito pelo multilateralismo e da autodeterminação dos povos e igualdade soberana entre seus Estados-membros, conceitos que são inaceitáveis para os governantes dos EUA hoje em dia.
O mundo exige paz, desenvolvimento, justiça, solidariedade,
cooperação e confiança mútua. Não se beneficia de divisão, seletividade e
imposições unilaterais.
Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba
https://www.granma.cu/mundo/2021-12-12/una-cumbre-tan-irreal-como-la-democracia-que-defiende
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