Histórias não contadas sobre as pretensões imperiais dos Estados Unidos contra Cuba saem pouco a pouco de seus arquivos secretos e dão a razão para os líderes cubanos que sempre denunciaram o interesse do Norte em apoderar-se da ilha a qualquer preço.
Documentos
desclassificados permitem comprovar como Henry Kissinger, secretário de
Estado, ordenou em 1976 a preparação de planos para executar bombardeios
aéreos contra Cuba, por não aceitar que ela ajudasse a República de
Angola a repelir a invasão da República da África do Sul com o apoio da
Estados Unidos.
Estes documentos mostram o caráter imperial de
Washington ao considerar-se com o direito de invadir e declarar guerra
contra países que não têm governos aceitáveis por eles, destaque nas
últimas décadas no Iraque, Afeganistão, Líbia, Iêmen e Síria. No século
XX eles fizeram isso contra o Irã, República Dominicana, Guatemala,
Panamá e Granada.
Para a Casa Branca era inaceitável essa solidariedade cubana que ameaçava seus planos para manter o Apartheid.
A arrogância dos Estados Unidos é tal que Kissinger ordenou preparar o
plano de agressão contra portos e instalações militares cubanas e enviar
batalhões de marines para a sua base naval em Guantánamo, para "esmagar
os cubanos e não dar a impressão de que Washington parecesse fraca, se
não enfrentasse o regime comunista."
Os documentos permitem
conhecer como Kissinger expulsou o presidente Gerard Ford: "mais cedo
ou mais tarde vamos ter que golpear os cubanos", como se as vidas das
pessoas fossem simples cartas de baralho.
Embora Kissinger tenha
tentado entre 1973 e 1977 levar a cabo uma mudança da fracassada
política ianque em relação a Cuba, a solidariedade cubana com Angola foi
vista como insulto e, portanto, recomendou o ataque à ilha, algo que
não ocorreu após a vitória do Partido Democrata com o candidato James
Carter.
Não podemos esquecer que, em 1976, Orlando Bosch e Luis Posada
Carriles, ambos cubanos e antigos laços da CIA, organizam a explosão de
um avião civil cubano, e anos mais tarde eles foram recebidos como
heróis em Miami, refletindo a falta de princípios estadunidense.
O próprio Departamento de Justiça e o Boro Federal de Investigação, em Miami, expressaram em um memorando que:
"Em Junho de 1974 Orlando Bosch admitiu ter enviado pacotes de bombas
às embaixadas de Cuba, em Lima, Peru; Madrid Espanha; Ottawa, Canadá e
Buenos Aires, Argentina."
Em 1976 executaram atos terroristas
contra embaixadas de Cuba na Espanha, Nova Iorque, Argentina, Portugal, e
assassinaram vários diplomatas cubanos.
Esses atos não foram
punidos pelos Estados Unidos, nem o então Secretário de Estado propôs a
prisão dos terroristas, que desde 1975 também explodiram bombas em restaurantes, escritórios comerciais, no aeroporto Miami, no
Departamento de Correio de Riverdale e Tamiami, em Miami, nos
escritórios do Seguro Social, em ponte Flagre, e em Barnet Bank, no
Departamento de Justiça e no próprio Quartel-general da Polícia de
Miami.
A lista de atos de terrorismo cometidos por organizações
contra a Revolução, entre 1975 e 1983 é bastante longa, devido a fato
deles se oporem a qualquer mudança de política da Revolução Cubana.
Posição semelhante adotam hoje os congressistas Ileana Ros-Lehtinen e
Mario Díaz-Balart, que apoiaram Bosch e Posada, e seguem desenhando atos
de provocação, como fizeram com os aviões de Irmãos ao Resgate, para
impedir que o presidente W. Clinton, levantasse o bloqueio econômico,
comercial e financeiro contra Cuba e diante do temor que outro
presidente o faça, aprovaram a Lei Helms-Burton que o codificou.
Relacionado com a política dos Estados Unidos contra Cuba somam milhares
de memorandos, e em alguns dados conhecidos recentemente, se pode ler a
tentativa oficial para descongelar as relações diplomáticas realizadas
por Carter em 1978.
Este texto permite saber a versão oficial do
que aconteceu quando Carter aprovou a visita a Havana, de um grupo de
empresários estadunidenses de origem cubana, para abrir um diálogo com
Fidel Castro, mas sempre com a segunda intenção de fazer Cuba abandonar o
sistema socialista.
Nesta realidade, o atual prefeito de Miami, Tomás Regalado, que então era jornalista de rádio, declarou:
"Se bem com a gestão de Carter foram abertas as viagens de turismo
comunitário (pela primeira vez em 20 anos as famílias de ambos os lados
se encontraram novamente) e, além disso, uma grande anistia para presos
políticos foi alcançada, a aproximação não obteve os resultados
desejados ".
O erro sustentado pelos Estados Unidos é a sua
obstinação para ver Cuba submetida aos seus desígnios, sem respeitar sua
soberania e independência, algo que não poderão saborear, porque os
cubanos têm muita dignidade e aprenderam a lutar pelos seus direitos.
Ao comprovar que suas medidas de mudança de políticas não deram os
resultados desejados, Carter reforçou as medidas de perseguição, como o
estimulo das imigrações ilegais.
A prova mais evidência foi o
estímulo às entradas pela força nas sedes diplomáticas em Havana, cujo
ápice foram os eventos da embaixada do Peru, ao prestar os peruanos a
esse jogo sujo que terminou com a abertura do porto cubano de Mariel,
túmulo do presidente Carter para sua reeleição.
Sem rodeios, Tomas Regalado apenas afirmou:
"É o mesmo que está acontecendo agora, com a diferença de que naquele
momento conseguiram libertar presos políticos. A história se repete. O
regime de Havana voltará a sabotar uma reaproximação. "
Sabotar a reaproximação? Parece que o prefeito de Miami acredita que as pessoas não sabem analisar os fatos.
Os que sabotam a aproximação são seus conterrâneos que não aceitam as relações entre os dois países sem que Cuba abandone o seu sistema, e os cubanos radicados na Flórida, que expressam o desejo de eliminar a política anti-cubana, a máfia que executa atos terroristas, como o sofrido pelo fabricante de charutos José Orlando Padrón, que viajou a Cuba em 1978, para conversações com Fidel Castro.
Ao voltar para Miami, ele e sua empresa sobreviveram a cinco bombas e tem documentado que o responsável por esses atos, que quase lhe custaram a vida, foi o grupo terrorista anti-Castro Omega 7, liderado por Orlando Bosch.
Isso é parte da história que está se tornando conhecida, como disse José Martí: "Os fatos reais são os fatos".
Sabotar a reaproximação? Parece que o prefeito de Miami acredita que as pessoas não sabem analisar os fatos.
Os que sabotam a aproximação são seus conterrâneos que não aceitam as relações entre os dois países sem que Cuba abandone o seu sistema, e os cubanos radicados na Flórida, que expressam o desejo de eliminar a política anti-cubana, a máfia que executa atos terroristas, como o sofrido pelo fabricante de charutos José Orlando Padrón, que viajou a Cuba em 1978, para conversações com Fidel Castro.
Ao voltar para Miami, ele e sua empresa sobreviveram a cinco bombas e tem documentado que o responsável por esses atos, que quase lhe custaram a vida, foi o grupo terrorista anti-Castro Omega 7, liderado por Orlando Bosch.
Isso é parte da história que está se tornando conhecida, como disse José Martí: "Os fatos reais são os fatos".
Por Arthur González: Cubano e especialista em relações Cuba-EUA, editor do Blog El Heraldo Cubano.
Fonte original deste artigo é Global Research
Copyright © Arthur Gonzalez, Global Research, 2016
VENCEREMOS !!!