29 de set. de 2019

#ManosFueraDeCuba #SeguimosEnLucha


Trump contra Venezuela e Cuba


Por Ángel Guerra


A nova investida do regime de Donald Trump contra Venezuela e Cuba dá-se no acalorado contexto da 74ª Assembleia Geral da ONU (AGONU). Aí, o imperador fez um espetáculo de seu ódio contra governos e povos que não abaixam a cabeça e defendem determinadamente o direito de decidir seu destino sem interferências externas. Neste quadro coube caluniá-las assim como as ameaças que proferiu contra Caracas, Havana, Manágua e, por suposto, Teerã, e seu vulgar ataque macartista contra o socialismo e o comunismo.
Ainda que com retórica menos agressiva, ameaçou também China e Rússia, e presumiu encabeçar a maior potência do mundo, com um poderio militar insuperável, segundo disse. Essa atitude, a quotidiana agressão de seu governo ao direito internacional e seu desprezo pelo combate ao já presente colapso climático revelam uma perigosíssima entranha neofascista do líder de um Estado com milhares de armas nucleares e que realiza a maior contribuição no mundo, por habitante, ao aquecimento global. Agora mesmo, a criminosa conduta hostil do magnata para com o Irã, antecedida de sua retirada do transcendental tratado 4 + 1, pode detonar um conflito de grandes proporções em uma zona repleta de bases militares, navios e aviões de guerra dos Estados Unidos, de governos inimigos da antiga Pérsia armados até os dentes e por onde cruza 30 por cento do petróleo do mundo.
Aproveitando a caixa de ressonância mediática pelo início do segmento de alto nível da AGONU, a decadente liga trumpista lançou-se com tudo ao pescoço de Venezuela bolivariana. O fracasso do plano de princípios de ano para conseguir em tempo recorde a derrubada do presidente Nicolás Maduro, reafirmaram-na em seu genocida propósito de asfixiar ainda mais a economia de Venezuela para matar de fome e doenças e levar ao desespero o seu povo. Sem descartar uma intervenção militar, busca esse objetivo mediante o sucessivo recrudescimento do bloqueio e outras formas de desestabilização.
Ao mesmo tempo, tenta desprestigiar o governo chavista com o impulso a uma matriz de opinião totalmente falsa que mostra como corruptos e cúmplices do narcotráfico e do paramilitarismo os seus principais líderes civis e militares. E é que o sabem. Por mais dano que façam à pátria de Bolívar, não resulta fácil que o povo de Venezuela e seus irmãos latino-caribenhos esqueçam o exitoso projeto chavista de independência, democracia participativa, ampliação e elevação educacional e cultural, saúde para todos, redistribuição social e diminuição da pobreza e da desigualdade, edificado desde 1999 com a condução de Hugo Chávez, defendido depois contra vento e maré por Maduro, eleito à presidência da Venezuela em 2013 e reeleito em 2018.
Na segunda-feira 23, à margem da ONU,mas em Nova York, uma reunião do ilegal Grupo de Lima, seguida por outra entre os ministros de relações exteriores do espúrio Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), carregou de novo contra Caracas. Os acordos surgidos de ambas as reuniões apontam a apertar ao máximo as porcas do bloqueio e à perseguição, como se fossem criminosas, dos líderes venezuelanos. “Precisamos mais pressão econômica, verão mais sanções de parte de Estados Unidos”, declarou o criminoso de guerra Elliott Abrams, enviado de Washington para Venezuela.
A ressurreição do TIAR, sempre utilizado pela potência do norte para suas sangrentas e ilegais intervenções militares em nossa América, deixa aberta a porta para que volte essa abominável prática. Destacou-se nestas reuniões de Nova York o grande protagonismo do presidente Iván Duque, de Colômbia, desesperado por jogar terra aos constantes assassinatos de lutadores sociais e ex-guerrilheiros em seu país após a assinatura dos acordos de paz, que não se foram a pique graças à defesa por milhões de colombianos que não desejam a guerra. Duque também tenta ocultar o incremento da atividade dos paramilitares e narcotraficantes e o crescimento como nunca da plantação e  produção de coca. Tudo isso em contraste com os sucessos da Venezuela em contrarrestar o flagelo.
Paralelamente, o secretário estadunidense do Tesouro, Steven Mnuchin, anunciou novas medidas persecutórias das empresas navegadoras e navios que levam petróleo a Cuba, onde Washington tem prometido que não chegará mais cru. Tenta justificar este acosso à ilha culpando-a do fracasso dos planos contra Maduro à nunca provada presença de militares e oficiais cubanos de segurança na Venezuela.
Os delegados à AGONU tiveram que suportar a estupidez de Bolsonaro, mas muitos nos deleitamos com esta flecha certeira de Evo Morales:

Digamo-lo com muita clareza: a raiz do problema está no capitalismo, o problema de fundo está no modelo de produção e no consumismo, na propriedade dos recursos naturais e na distribuição desigual da riqueza.”




https://www.facebook.com/capotefernandez/videos/2470416383051745/


Tradução: Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba.
Tomado da Jornada



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