Autor: Raúl Antonio Capote | internacionales@granma.cu
17 de agosto de 2019 07:08:36
Finalizada a I Guerra Mundial o American Way of Life começou a seduzir o mundo, fundamentado no consumo individual de bens, impulsionado pela publicidade e sustentado por um crédito fácil e vendas a prazo. Os espetáculos de massas (cinema, desportos, cabarés, teatro), o interesse pela alta costura e a moda, as novas correntes musicais (jazz, charleston, blues) converteram-se em objetos de consumo e alimentaram toda uma indústria que até então não tinha sido significativa.
A América opulenta vendeu-se ao mundo como o paradigma das liberdades, das possibilidades de enriquecimento e bem-estar, a meca sonhada para os que iam em busca da fortuna.
17 de agosto de 2019 07:08:36
Finalizada a I Guerra Mundial o American Way of Life começou a seduzir o mundo, fundamentado no consumo individual de bens, impulsionado pela publicidade e sustentado por um crédito fácil e vendas a prazo. Os espetáculos de massas (cinema, desportos, cabarés, teatro), o interesse pela alta costura e a moda, as novas correntes musicais (jazz, charleston, blues) converteram-se em objetos de consumo e alimentaram toda uma indústria que até então não tinha sido significativa.
A América opulenta vendeu-se ao mundo como o paradigma das liberdades, das possibilidades de enriquecimento e bem-estar, a meca sonhada para os que iam em busca da fortuna.
À medida em que os monopólios ampliavam seu
dominação, imensamente enriquecidos pela guerra, o grupo dos poderosos foi
se tornando cada vez menor. Woodrow Wilson escreveu em 1913: "Os donos do
governo de Estados Unidos são os capitalistas e manufatureiros mancomunados".
Os grandes milionários se dedicaram à tarefa de
construir uma imagem favorável aos olhos do público; os grandes lobos
vestiram-se de ovelhas. As grandes corporações criaram seus serviços de
relações públicas e homens como Edward Lois Bernays fizeram sua safra vendendo
a maquiagem necessária aos donos de Estados Unidos. Os Astor, Vanderbilt,
Gould, Carnegie e Rockefeller, impiedosos exploradores, criaram fundações e
institutos com seus ilustres nomes e promoviam seu "generosidade" ao repartir uma
ínfima porcentagem do que arrancavam dos operários.
O cinema de Hollywood converteu-se em uma eficiente
ferramenta para "americanizar", divulgando os estereótipos esboçados pela
psicologia em suas prestigiosas universidades, para as culturas e forma de ser
das pessoas do resto dos países do mundo.
A invenção do cinema sonoro (1927) reforçou ainda
mais o sucesso social da nova indústria. Nos Estados Unidos, a audiência média
semanal de todos os locais cinematográficos era estimada em princípios da década
de 1930 entre 80 e cem milhões de pessoas.
A capacidade criadora e produtora de Hollywood conquistou em todas as partes a imaginação do grande público. Greta Garbo, Marlene Dietrich, Gary Cooper, os irmãos Marx, Fred Astaire e Ginger Rogers formaram uma plêiade de glamorosas estrelas cinematográficas.
A capacidade criadora e produtora de Hollywood conquistou em todas as partes a imaginação do grande público. Greta Garbo, Marlene Dietrich, Gary Cooper, os irmãos Marx, Fred Astaire e Ginger Rogers formaram uma plêiade de glamorosas estrelas cinematográficas.
"A incongruência entre o produto real e o bem
espiritual vivente foi assinalada com picante ironia por Bernard Shaw, que
contemplando em Nova York a Estátua da Liberdade, exclamou: Pelo visto esta
gente rende culto a um ilustre antepassado já desconhecido!".[1]
A imagem real de uma nação governada por uma
plutocracia retrógrada, cada vez mais longínqua do povo explodia
covardemente:racista, egoísta como poucas, onde o emigrante e os negros
e índios eram submetidos a um tratamento terrível, era enfatizada ou transformada
totalmente pela rádio, a imprensa e fundamentalmente o cinema.
"A cada armadilha encerrava o majestoso nome de
Liberty : a exploração do operário e do camponês chamava-se liberdade de
empresa; ao privilégio de comprar matérias, corroer jornalistas e através deles a
opinião pública, se denominava liberdade de imprensa; tudo o que impedia ao
proletariado organizar a ação concentrada contra os patronos, se intitulava
liberdade de trabalho; monopólio, protecionismo e privilégios especiais,
significavam liberdade de comércio; o voto por algum dos dois agrupamentos
cívicos exatamente esculpidas, representava a liberdade política; que uma raça
caminhasse impunemente em cima de outra era a liberdade civil". [2]
Os meios, a engenharia da manipulação das massas e a cultura reacionária edificaram e blindaram o mito da "Liberty" estadunidense, paradigmático, deslumbrante e falso como ouro falso, mas fixado na mente das massas em todo mundo: uma Liberty que só existe na realidade no âmbito fechado da plutocracia.
No lucro deste consenso o cinema de Hollywood tem
desempenhado um papel fundamental.
FONTES: 1- RAFAEL SAN MARTÍN. BIOGRAFIA DO TIO SAM.
EDITORIAL CIÊNCIAS SOCIAIS, HAVANA, 2006, TOMO II, P. 48.
2- RAFAEL SAN MARTÍN.
BIOGRAFIA DO TIO SAM. EDITORIAL CIÊNCIAS SOCIAIS, HAVANA, 2006, TOMO II, P. 49.
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