O Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba vem tornar
pública sua indignação por recentes declarações relativas à República de Cuba.
Em primeiro lugar gostaríamos de ressaltar o momento que
vivemos na América Latina, com uma hostilidade crescente por parte do governo
dos EUA em relação aos países da região que tenham políticas progressistas e de
apoio às liberdades democráticas e do bem estar de suas respectivas populações.
Esses países têm por semelhanças
episódios de golpes, de lawfare ou
outros formas de usurpação de poderes e direitos. Seus governantes ou golpistas
agem de modo subserviente ao império, com as mesmas características e os mesmos
absurdos.
Neste sentido deixamos aqui nossa indignação com os
atuais ‘mentores’ do governo brasileiro em relação ao programa de assistência
médica (denominado Mais Médicos) que desmontou sua estrutura. Após ofender o grupo
de médicos cubanos que aqui atuava, o governo rescindiu um contrato legal e
legítimo entre o Brasil e a OPAS (Organização Panamericana de Saúde – setor da
OMS) que chegou a contar com mais de 14.000 médicos cubanos no território
nacional.
A inadmissível grosseria praticada pelo atual ocupante do
Palácio do Planalto de ofensas à formação daqueles médicos em Cuba, não possui
paralelo na história das relações exteriores brasileiras que sempre se pautou
pelo respeito e boa convivência entre os países com os quais mantém relações
diplomáticas.
Além disso, e talvez mais deprimente, foi a situação em
que ficou exposta grande parte da população humilde do Brasil, uma vez que os
médicos cubanos atendiam principalmente locais distantes, sem estrutura básica,
de alta periculosidade, enfim, territórios onde a maioria dos doutores brasileiros
não atuava. Essa população hipossuficiente voltou a se ver abandonada de qualquer assistência médica. São espaços
brasileiros de difícil acesso, onde se morre sem conseguir chegar a um posto de
saúde.
É fato que o mundo admira a medicina cubana, a formação
de alto nível, a taxa de mortalidade infantil mais baixa das Américas, o
atendimento gratuito e universal aos seus cidadãos, as inovações em
medicamentos, em técnicas médicas e, acima de tudo a formação humanista que
lhes é ensinada na graduação desde sempre. Não há como esconder ou caluniar
estas verdades que todos conhecem. Os números demonstram, os brasileiros
perceberam. Os médicos cubanos que daqui tiveram que sair deixaram não somente
um vazio em suas funções; também aqui fizeram amigos, irmãos que sentem a falta
de sua presença não só profissional mas também como amigos. Isso nenhum governo
vai conseguir apagar.
É inconcebível que um governo não se preocupe com seus
governados. Qualquer cidadão brasileiro sabia que se esses médicos fossem
embora, ninguém os substituiria.
A explicação para tal maliciosa medida está no fato da
submissão do governo ao governo norte-americano e sua obsessão por destruir
Cuba. As campanhas feitas pelo império – a começar pelo bloqueio genocida – são
para isolar Cuba, asfixiar o povo cubano, proibir as relações normais com
outros países, difamar tudo que se relaciona a Cuba mesmo que à custa do sofrimento
dos povos de nossa região (cubano, brasileiro,
boliviano, venezuelano, etc).
O Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba, inconformado
com as atitudes dos (des) governos em especial do Brasil e o de fato da Bolívia (com a recente
decisão idêntica com relação aos médicos cubanos e agora com o “rompimento de
relações diplomáticas com Cuba”) vem registrar sua indignação com tais medidas que ofendem um governo que não
distribui armas nem mortes, mas solidariedade acima de tudo. É inaceitável e
inadmissível que se submetam a esse ponto ao império dos EUA que leva armas,
destruição, mortes e desgraças ao mundo em detrimento de um outro país que só
leva ajuda e contribuição a outros países. Cuba compartilha o que tem, não o
que lhe sobra. E faz tudo isso apesar de sofrer o maior bloqueio já feito por
qualquer país do mundo – e sem nunca ter
ameaçado ou invadido qualquer país do mundo.
Sabemos que o que move o império e seus vassalos é o
medo. Medo dos demais países perceberem que OUTRO MUNDO É POSSÍVEL. E NECESSÁRIO. Sabemos que o medo é de que a
consciência política dos povos se eleve e perceba como ser cubano é ser
diferente. E o porquê disso. Por isso esses (des) governos quando atacam Cuba
falam exatamente o que fazem: que os cubanos estão nestes países para “se
intrometer nos governos” “para insuflarem o povo” (quando na verdade, não há
‘infiltrados’ e sim uma indignação nas ruas contra as medidas....neoliberais).
Não aceitamos como brasileiros e brasileiras as medidas
tomadas em relação a Cuba, as ofensas, a ingratidão, a desumanidade para com
nossos concidadãos nem tampouco as agressões de que foram vítimas os médicos e
o próprio povo cubano.
Respeito é o mínimo que se espera de um país para com
outro. O resto é demagogia, mentira e uma vergonhosa subserviência que nos
constrange como civilização.
Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba
Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 2020
"Milhões de crianças vão dormir nas ruas esta noite. Nenhuma delas é cubana". Fidel Castro.
ResponderExcluirViva Cuba!
Excelente e verdadeiro comentário, Parabéns
ResponderExcluirViva CUBA!!!
ResponderExcluirTengo ganas de viajar a Cuba y hablar con la gente. Siempre he defendido al pueblo cubano y a Fidel. Supo llevar al país a un lugar digno como nunca habia estado.
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