28 de mar. de 2020

Cuba reajusta sua economia para diminuir o impacto da pandemia de Covid-19





O reajuste do plano de investimentos e o redirecionamento de recursos materiais e financeiros para setores priorizados foram algumas das medidas econômicas aprovadas pelo Governo cubano para diminuir o impacto da pandemia de Covid-19.
O vice-premiê e titular de Economia e Planejamento da Ilha, Alejandro Gil, explicou no programa televisivo Mesa Redonda que a economia mundial se afetará severamente pela paralisação da produção e do comércio, e pelo desemprego, e que Cuba, com uma economia aberta, dependente do mercado para suas exportações e importações, igualmente se verá danificada.
Só com uma estratégia organizada e não com improvisação se poderá  fazer frente a este impacto”, enfatizou, e disse que as medidas adotadas pelo gabinete buscam minorar o prejuízo e se recuperar no mais breve tempo possível.
Entre as decisões encontra-se a suspensão dos investimentos que não se  iniciaram, para priorizar aqueles que possam ser terminado e contribuir com a  economia do país. Gil mencionou como exemplo das que vão continuar as relacionadas com as fontes renováveis de energia, o turismo, a produção de alimentos e de materiais da construção, particularmente cimento, e as obras do setor hidráulico.
Outra ação é a reordenação das finanças para respaldar produções vitais, dada a conjuntura sanitária, como os produtos de asseio: sabão, pasta de dentes, assim como o oxigênio medicinal e os medicamentos.
A produção de alimentos será potencializada ainda mais, no propósito de conseguir que a agricultura nacional seja a fonte principal da alimentação do povo, explicou o ministro. Cuba investe hoje mais de dois bilhões de dólares anuais na importação de alimentos, daí a necessidade de produzi-los em casa.
O vice-premiê divulgou ainda outras medidas relacionadas com os serviços, como a suspensão de transportes de cargas às províncias, para evitar os movimentos interestaduais, e a realização de um balanço do combustível disponível para redistribuir de maneira que respalde a atividade produtiva que se priorizou.
Precisou que se realizará a venda controlada e regulada de alguns produtos alimentares e de asseio, e que no caso dos trabalhadores que cessem suas atividades, será priorizada a realocação trabalhista e o trabalho à distância.
Esclareceu que se mantém o subsídio da alimentação no caso dessa  modalidade, para aqueles que hoje o recebem, e se autoriza a aplicar o sistema de pagamento por resultados nas empresas estatais, ainda que não tenha crescimento dos lucros comparados com o ano anterior ou com relação ao plano.

O titular de Economia fez um chamado a buscar mecanismos, alternativas para evitar perdas, produzir para o povo e diminuir as despesas, todo o que contribua a ajudar ao país.

Comentou que o impacto econômico da pandemia na Ilha já começa a ser sentido no turismo, na diminuição da produção e no acesso ao financiamento externo, e que isto afetará o setor estatal, o privado e os investimentos estrangeiros.
A isso se soma o bloqueio econômico, comercial e financeiro de Estados Unidos à nação caribenha por cerca de 60 anos, e o recrudescimento das sanções, que só entre 2019 e esta data foram cerca de 300, com a proibição da chegada de combustível como uma das principais.
Mas apesar desse cenário adverso, Cuba tem forças para atravessar esta crise, destacou Gil. A economia planificada e centralizada é uma delas e permite pôr os recursos em função das prioridades e da população, argumentou.
A soberania no manejo do orçamento, uma política social inclusiva e a experiência na tomada de medidas de ajustes, como resultado de manejar uma economia permanentemente assediada, foram outros elementos a favor mencionados em sua intervenção.
 KMG/RL/Foto de portada: Cubadebate/ Arquivo.
Tradução : Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba 



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