24 de nov. de 2022

FIDEL (+vídeo de Putin)

                           
Iroel Sanchez

      Na memória de muitos russos, Fidel e a Revolução Cubana simbolizam uma época em que o poder soviético desafiou com sucesso os Estados Unidos. A chegada ao poder de Fidel e seus companheiros em 1959 significou uma renovação do ideal socialista emancipatório que havia sido duramente atingido na URSS sob Stalin e deu aos soviéticos, ao contrário da relação que tinham com seus aliados da Europa Oriental, a chance de conhecer um pequeno país que tratava as grandes potências da época, incluindo a própria URSS, como iguais e mantinha sua soberania nacional na mais alta estima.

     Para os russos, o Fidel Castro de bronze, em sua farda militar e com mais de três metros de altura, que agora está orgulhosamente em uma praça de Moscou, tem muito a dizer a eles e ao mundo de hoje: os Estados Unidos, seus bloqueios e suas pretensões hegemônicas podem ser desafiados e derrotados. Se Fidel fez isso de uma pequena ilha caribenha sem grandes recursos naturais, cercada e sancionada pelos Estados Unidos, como uma Rússia que é o maior país do mundo e praticamente auto-suficiente em todos os tipos de recursos e produção não pode fazer isso? Essa é uma das mensagens subjacentes ao novo colosso de bronze.

     No bicentenário do início das lutas pela independência da América, o não-fidelista jornal espanhol El País pediu uma lista impressionante de intelectuais latino-americanos - de Gabriel García Márquez a Mario Vargas Llosa - para selecionar o homem mais influente da história da região: o primeiro da lista foi Simón Bolívar, o segundo Fidel Castro. Ele foi seguido por dois nomes intimamente ligados à Revolução Cubana e que o próprio Fidel foi responsável por dar a conhecer ao mundo: José Martí e Che Guevara.

      "Até onde nós escravos chegamos", disse Fidel quando recebeu Nelson Mandela em visita a Cuba para agradecer sua contribuição à libertação de seu povo do jugo do apartheid. E justamente quando há chamadas em muitos lugares para derrubar monumentos aos colonizadores e escravos, uma estátua gigante para Fidel Castro está fazendo manchetes na imprensa mundial. O homem que pediu aos cubanos que não construíssem nenhuma estátua dele ou nomeassem ruas e praças em seu nome não pôde impedir que seu legado fosse perpetuado em bronze em lugares como Moscou ou a África do Sul, longe de Cuba. Porque, como Bolívar, Fidel é um libertador, mas não só de cubanos ou latino-americanos, mas dos oprimidos do mundo, incluindo os povos africanos. 


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Tradução: Carmen Diniz p/ Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba


3 comentários:

  1. Viva Fidel! Viva Cuba 🇨🇺! Viva a revolução!

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  2. Fidel, el irrepetible líder de pueblo del siglo XX que conmocionó al planeta.!

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