19 de mar. de 2016

CHEGARÁ UM PRESIDENTE, NÃO UM MESSIAS



O país está pronto para receber o Sr. Barack Obama, o quadragésimo quarto presidente dos Estados Unidos da América, com as honras que se dispensa a um chefe de estado e com a hospitalidade e respeito devido a qualquer cidadão do mundo, porém não é a chegada do Messias. 

Esta semana nós acordamos com notícias muito animadoras, como o início oficial do correio postal direto Cuba-EUA e a autorização aos cubanos de utilizarem o dólar como instrumento de pagamento e aos estadunidenses de viajarem para o país sempre que declarem que não virão com finalidade turística. Essa constância de pequenas coisas se mantém desde aquele 17 de dezembro que teve um honroso despertar.

Talvez o presidente faça novos anúncios durante a visita, porque existem dívidas pendentes de questões mais importantes e até agora não implementou todas as prerrogativas a que ele tem direito.

Cuba não faz concessões, não necessita. Na época, a decisão de romper as relações e impor o bloqueio veio deles, sancionado com insultos, agressões, leis rarefeitas e decretos que se repetem de ano para ano.

Em vez disso, o país com toda a dignidade do mundo em uma das mãos e jurisprudência internacional na outra, reclama com ardor o respeito às suas conquistas, á sua soberania e ao direito de construir uma sociedade com o sistema político que melhor lhe convém.

Obama em uma entrevista recente à CNN, declarou que sua viagem a Cuba não é para fazer concessões, e é bom que o faça, porque Cuba também não fará quando se trata de soberania. O que tem que ficar claro é que a "normalização" implica em boas intenções.

O momento não é para continuar remexendo nos problemas da história, mas ela é importante para planejar o futuro, porque o mais conveniente é focar em objetivos verdadeiros.

E um esclarecimento para nós: a visita deste presidente não modifica em nada a situação interna atual. A solução dos nossos problemas dependem da eficiência que alcançamos com as nossas atividades diárias.

A fruto do país vem do esforço diário, e o chamado Produto Interno Bruto torna-se inteligente quando somos capazes de preencher a arca nacional mais com as exportações do que com as importações: os alimentos devemos buscá-los nos campos, não no cais a espera do barco que um dia chegará.

O leite de nossas vacas é tão nutritivo quanto o leite em pó importado, custa menos e está no nosso país; o feijão daqui é melhor porque tem preço mais baixo, e é essa série de questões que iram resolver para os cubanos.

Logicamente, aplaudamos a visita como uma chave mestra que abre todas as portas, porque, depois do presidente dos EUA, muitos irão querer passear em Havana ... antes não!, não querem se arriscar ante o Departamento de Estado.

Estamos felizes com a chegada do cidadão Barack Hussein Obama II, seu nome completo, como no momento em que nos visitaram os mais altos cargos da França, Itália, Bélgica, etc, porém, quanto a mudança do panorama da mesa que nós nos sentamos todos os dias, será dos nossos encontros diários com a produção.

Os anos de confrontos difíceis já cessaram, embora não os do antagonismo, porque a Baía de Guantánamo é um espinho fossilizado que ainda vai demorar, porém em seu lugar podemos afirmar que os ares do norte são bons para a safra atual.

Portanto, não se envergonhe nem fique constrangido de dizer Bem-vindo Presidente!, ou melhor, saiba pronunciar, Welcome Mr. President!, se ele passar próximo a você. Nós cubanos olhamos o lado bom das coisas e parece que na próxima semana haverá um esclarecimento final: chegará a Cuba um presidente. Não um Messias para curar os males da terra.

Fonte: Guerrillero

                                                                       VENCEMOS !!! VENCEREMOS !!!

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