Publicado por ROMPIENDO MUROS em 22 de de 2016
por Carlos Aznárez
Diretor de Resumen Latinoamericano
Em meio aos contínuos atentados e assassinatos contra o povo
palestino, e quando o nosso colega, o jornalista Muhammad Al-Qiq ainda
lutando contra a morte nos 89 dias de sua greve de fome, na Argentina,
podemos transmitir uma boa notícia ligada à luta em defesa da
autodeterminação da Palestina ocupada. Um ano e dois meses depois que a
Delegação de Associações Israelitas Argentinas (DAIA), expressão local
do sionismo com a Embaixada de Israel, abriu um processo criminal contra
os jornalistas Carlos Aznárez (Diretor de Assunto Latino-americano) e
Ruben Saboulard (diretor da revista La Maza), o promotor responsável
pelo caso decidiu arquivar o problema por não encontrar provas
suficientes para iniciar o julgamento e muito menos para enviar para a
prisão os dois jornalistas, como queriam os representantes sionistas.
Como argumentamos em todas as oportunidades o que estava em discussão
era a defesa da liberdade de expressão e de opinião e não um ataque a
crenças religiosas ou raciais da comunidade judaica, como alegado pelo
DAIA.
No meio de toda essa insólita agressão por parte do
sionismo, tentaram neutralizar meu trabalho jornalístico, através da
apreensão de todos os meus e-mails de trabalho e pessoais,
infrutiferamente exigindo ao Google internacional que facilitasse,
vasculharam nosso site em busca de sinais delinquenciais onde só
encontraram informações objetivas do que realmente está acontecendo na
Palestina ocupada e em outras partes do mundo, e não o que o DAIA
gostaria de ser encontrado.
Nós dissemos na época, quando
comunicamos esta manobra repressiva e pedíamos apoio para a batalha: por
trás de todas essas jogadas (comuns no sionismo) existe a ideia de
disciplinar aqueles que trabalham no jornalismo ao lado dos povos e,
neste caso, da muitas vezes ultrajada nação palestina. Quiseram nos
condenar pelo uso da liberdade de expressão e opinião, por falar em um
evento condenando o massacre produzido por soldados israelenses em Gaza,
por relatar a partir de nossa própria sensibilidade sobre o uso de
bombas de fósforo contra a população civil ou execuções sumárias diárias
que estão ocorrendo na Cisjordânia. Tentaram nos silenciar por
protestar através de palavras e atos, pela subjugação através de décadas
de direitos humanos das mulheres, homens, crianças da Palestina, por
nos recusarmos a aceitar como natural que nas prisões-túmulo de Israel
estejam confinados mais de 4.500 palestinos e palestinas, muitos deles
crianças de pouca idade, que sofrem todos os tipos de tortura. Que
mostremos em nossos meios de comunicação tudo isso e muito mais, é o que
desagrada aqueles que fazem uso de ataques e penas criminais contra as
opiniões daqueles que discordam de suas práticas.
Por isso
consideramos, a partir de resenhas Latino-americano, que este arquivo é
uma grande vitória contra os poderes repressivos. E como sempre ocorre,
há protagonistas que vencendo o medo muitas vezes infundem a arrogância
sionista e não hesitaram um só instante para nos defender e repudiar o
ataque que sofremos. Todos eles, têm sido importantes: começando com os
nossos queridos companheiros da União dos Advogados e a Liga Argentina
para os Direitos do Homem, que através dos doutores Eduardo Soares,
Roberto Perdía e Ernesto Trastenberg, que tomaram para si a tarefa de
combater judicialmente o abuso. Por que não dizer do colaboradores e
correspondentes do Resumo da América Latina aqui em Cuba, Brasil, na
Venezuela, nos Estados Unidos e na Europa, ou colegas jornalistas, de
organizações de direitos humanos e movimentos populares, sindicatos,
estudantes e os políticos, que desde o primeiro dia se aproximaram com
suas mensagens de apoio, assinando notas e manifestos ou difundiram
midiaticamente o que acontecia com o nosso caso.
Menção especial
também para o acompanhamento de numerosas entidades e personalidades
judaicas não-sionistas que sabendo de primeira mão, muitas delas por
terem sofrido o que é o sionismo, não hesitaram um momento para aderir à
campanha.
No entanto, há algo que nos tocou especialmente: que é
a rede internacional de solidariedade. Milhares de assinaturas chegadas
de todos os continentes defendendo nosso direito de falar e
expressar-nos. Vozes totalmente distintas e muitas vezes diferentes
politicamente unidas na defesa da Palestina.
Agora que este
processo judicial foi indeferido desejamos não baixar a guarda e seguir
ecoando pelo amor a Resistência Palestina, de tudo o que acontece no
território ocupado, ajudando desta maneira a romper o cerco informativo
imposto pelo sionismo e pelo imperialismo estadunidense. E a nível
local, comprometer-nos a apoiar ao nosso colega Saboulard, que enfrenta
um caso semelhante aberto há tempos pela DAIA.
VENCEMOS !!! VENCEREMOS !!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário