Marcia Choueri
No vídeo desta semana do Conexão América Latina, programa semanaL da COTV às terças-feiras, procurei mostrar como está sendo articulada a tentativa de um golpe brando em Cuba.
A sequência dos fatos segue exatamente as indicações do manual de guerra não convencional, no capítulo “ações para mudança de regime” em países que desagradam aos Estados Unidos.
Foi assim com a Primavera Árabe, na Líbia, Brasil,
Bolívia, tentativas na Venezuela… a lista é extensa.
Na Ilha, essa nova operação começou em novembro do ano
passado, com o Movimento San Isidro, seguido de um “ato de jovens artistas” em
frente ao Ministério da Cultura.
Em fevereiro deste ano, lançaram em Miami a música e clip
“Patria y Vida”, que ataca o governo de Cuba, utilizando o lema revolucionário Patria
o Muerte, Venceremos! lançado por Fidel em 1960 e repetido nos momentos em
que se conclama à defesa da Revolução.
No mesmo mês, foram praticados atos de vandalismo,
quebrando vitrines de lojas e atirando coquetéis molotov inclusive em postos de
gasolina. Felizmente não foram muito eficientes nas ações, mas causaram
prejuízos materiais.
Depois, veio a tentativa de fazer um ato ante a sede da
ONU, em junho, antes da votação do projeto de Resolução contra o bloqueio,
proposto por Cuba todos os anos, e sempre aprovado pela imensa maioria dos
países. O ato gorou, porque foi abafado pela campanha nas redes sociais contra
o bloqueio.
Daí, em 9 de julho veio a campanha #SOSCuba, e o pedido
de “intervenção humanitária”, que na verdade é um eufemismo para uma invasão
militar sem declaração formal de guerra, como fizeram em Kosovo e outros
lugares, que ficaram totalmente destruídos.
Algumas figuras públicas norte-americanas, inclusive, puseram de lado a sutileza e pediram publicamente que os Estados Unidos invadissem Cuba, como o prefeito de Miami e o senador Marco Rubio, acérrimo inimigo da Revolução Cubana.
Convocação para o ato "pacífico" do dia 15 |
Em 11 de julho, já com a opinião pública internacional bem amaciada, realizaram simultaneamente distúrbios em várias localidades da Ilha, com agressões a policiais, destruição de lojas e fachadas de bancos, saqueios. Claro que esses “atos pacíficos”, como foram apelidados pela mídia burguesa e pelos meios “independentes” e influencers financiados pela NED e a USAID (organizações públicas norte-americanas que servem para repassar o dinheiro da CIA a mercenários em vários países), foram imediatamente divulgados amplamente, com o uso indiscriminado de fake news, para dar mais cor às notícias quando aqui se realizam exercícios de preparação das forças de reserva. Coincidência?
Agora, os protagonistas dessa tentativa de golpe chamaram manifestações em todo o país para o dia 15 de novembro – justamente na semana do Dia Nacional da Defesa.
Esta semana o blog Bendito Coraje, do México, acaba de divulgar uma denúncia que vem reforçar o que estamos afirmando: há um golpe em andamento, financiado a partir dos Estados Unidos. Veja a seguir.
Pagaram 1 milhão de dólares para favorecer ‘Patria y Vida’, canção que ataca o governo de Díaz-Canel
Publicado por Bendito Coraje, 18 de outubro de 2021 : https://benditocoraje.mx/pagaron-1-mdd-para-favorecer-a-patria-y-vida-cancion-que-golpeo-al-gobierno-de-diaz-canel/
Tradução: Marcia
Choueri
Investigações revelaram que o ex-diretor dos Latin Grammy recebeu 1 mdd para favorecer a música Patria y Vida, que foi utilizada para atacar a administração de Díaz-Canel.
Gabriel Abaroa, que era o presidente emérito e diretor executivo do grupo que concede os Latin Grammy teria recebido a quantia de um milhão de dólares para outorgar o prêmio de “Música do ano” a Patria y Vida, de Yotuel Romero, Descemer Bueno e Gente de Zona.
A referida música foi utilizada nas manifestações ocorridas na nação caribenha em julho deste ano, com o objetivo de atacar a administração de Miguel Díaz-Canel.
Segundo informação consultada, o pagamento foi feito a Gabriel Abaroa através de várias offshore localizadas nas Ilhas Virgens.
A rede de offshore que aparece na
investigação jornalística conhecida como os Pandora Papers, revela
pagamentos de Atlas Network, empresa por trás do financiamento e promoção em
redes sociais da música Patria y Vida, a qual se converteu no ‘hino’ dos
protestos contra o governo de Díaz-Canel.
Sobre isto, cabe lembrar que o presidente cubano afirmou que tinha sido deflagrada uma “feroz campanha mediática de descrédito como parte da chamada guerra não convencional” que pretende fraturar a relação entre o governo e o povo cubano.
“Somos muitos revolucionários neste país que estamos dispostos a dar a vida, e não por consigna, mas por convicção; estaremos nas ruas combatendo. Não vamos permitir que nenhum contrarrevolucionário provoque desestabilização em nosso povo. Convocamos todos os revolucionários do país a que saiam às ruas, onde farão essas provocações, é preciso enfrentá-las com decisão firmeza e valentia”, expressou Díaz-Canel no princípio de julho.
No baje El moral, ¡Fidel y Che viven!
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