A confederação internacional apresentou em Havana um relatório sobre os prejuízos causados ao povo e às mulheres e conclamou Washington a acabar com essa política
Enrique Milanés León
Se, depois que todos vão embora,
deve restar uma ideia clara de uma entrevista coletiva com jornalistas, a de
ontem, no Centro de Imprensa Internacional, poderia estar muito bem resumida em
três linhas do seu relatório: “Oxfam condena o bloqueio dos Estados Unidos a
Cuba porque contraria o que é mais urgente e necessário hoje: salvar vidas
humanas e proteger os direitos da população”.
Com efeito, a Oxfam – confederação
internacional de 21 organizações, que trabalha em 67 países por um futuro sem
pobreza – acaba de apresentar o seu informe “Direito a viver sem bloqueio.
Impactos das sanções dos Estados Unidos sobre a população cubana e a vida das
mulheres”, e o que denota melhor que, desde 1993, ela tem os pés bem postos em
nossa terra é que chama o assédio pelo que de fato é: bloqueio.
Elena Gentili, diretora da Oxfam em Cuba, destacou a dimensão humana do conflito, o que pode ser muito bem apreciado no saldo dessa denúncia: “Há mais de um ano, essas sanções representam um obstáculo real para adquirir ventiladores pulmonares mecânicos, máscaras, kits de diagnóstico, reagentes, seringas para a vacinação e outros insumos necessários para o manejo da enfermidade da Covid-19”.
O bloqueio – afirmou Gentili –
reforça o sistema patriarcal e ignora as necessidades diferenciadas, as
oportunidades e a autonomia das mulheres, 78 por cento das quais nasceram aqui
com esse cerco em vigor.
Por tudo isso, a Oxfam não faz, em
seu informe, uma simples catarse solidária, mas insta concretamente os
congressistas norte-americanos a acabar com o bloqueio, e o governo dos Estados
Unidos a empreender a normalização de relações com Cuba e garantir
imediatamente a suspensão das medidas que a impedem de adquirir materiais e
insumos para enfrentar a Covid-19.
A recomendação inclui retomar a
diretiva presidencial de outubro de 2016, para a “normalização das relações com
Cuba”, retirá-la da lista de países patrocinadores do terrorismo e suspender o
título III da Lei Helms-Burton, revogar o memorando presidencial de segurança
nacional sobre o fortalecimento da política para Cuba, de 2017; reverter as
limitações a remessas e viagens, e a reabertura dos serviços diplomáticos.
Ademais, faz chamados de apoio a essa causa aos Estados membros da ONU e às
organizações de cooperação internacional.
Presente na coletiva, Joel Suárez, coordenador executivo do Centro Memorial Dr. Martin Luther King Jr., informou que, como parte dessa ação, será realizado um foro virtual para a apresentação do próprio informe à comunidade internacional, o que contará com o respaldo de personalidades e organizações de Cuba, dos Estados Unidos e da ONU.
Publicado em Juventud Rebelde, 26-05-2021
Tradução: Marcia Choueri
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