Por: Carmen Diniz*
Aproxima-se o dia 23 de junho, dia em que mais
uma vez será votada na Assembleia Geral das Nações Unidas a Resolução 74/7 com
o título “Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comcial e
financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba” . Será a 29°
votação sobre o mesmo tema na ONU. Em todas elas a maioria dos estados-membros
daquela instituição votam para eliminar o bloqueio a Cuba. A primeira votação
ocorreu em 1992 e atualmente a quase unanimidade dos países vota a favor da
Resolução apresentada por Cuba, ou seja, contra o bloqueio. (veja aqui: http://www.cubavsbloqueo.cu/es/votaciones) Descontadas
as abstenções e alguns não comparecimentos, 189 países votam a favor de Cuba e
dois a favor de continuar o bloqueio (EUA e Israel). Uma vez q a decisão na ONU
não tem poder coercitivo, o bloqueio continua e os EUA ignoram a vontade de
quase todos os demais países. Ao contrário, durante o governo Trump houve um endurecimento em
grande escala contra a Ilha e tomadas 243 medidas de aumento das sanções. Até agora
nenhuma alteração pelo novo inquilino da Casa Branca.....(https://solidariedadecubarj.blogspot.com/2020/10/relatorio-sobre-os-efeitos-do-bloqueio.html)
O fato é que as justificativas dos EUA vão
de: “o problema é o sistema político
de Cuba” que rotulam como ‘ditadura’. Neste caso, estranhamente o bloqueio não foi
aplicado nos países da América Latina que sofriam, nas décadas de 1960 e 1970 por públicas e sangrentas ditaduras da chamada “Operação
Condor”.
Outra desculpa: seria: “o problema é que são comunistas” mas se for isso, como explicar durante a
‘guerra fria’ as relações com a União Soviética? E atualmente com a China, o
Vietnam ? Nunca os bloquearam.
Na verdade a história do bloqueio se inicia
em 1961 e fica bem clara a intenção do governo estadunidense no documento recentemente
tornado público denominado Memorando Mallory (https://solidariedadecubarj.blogspot.com/2021/04/cuba-denuncia-vigencia-do-memorando-que.html)
É importante ressaltar que o nome que
se dá a essa criminosa medida que castiga o povo cubano não se pode chamar de embargo.
Embargo é uma medida bilateral de um governo em relação a outro que descumpre,
por exemplo, sua parte em um acordo. Bloqueio é uma medida unilateral
que no caso extrapola seus limites e alcança, inclusive terceiros países
ferindo as normas do Direito Internacional que permite que os EUA sancione
outros países que negociem com Cuba. É uma norma genocida e criminosa e sua
única e tenebrosa explicação é fazer com que os governos (independente do
partido, pq são mais do mesmo, democratas e republicanos) sejam eleitos pela
comunidade da Flórida, grande reduto eleitoral, que conta com
cubanos-americanos contrarrevolucionários. Além disso, como dizia o Comandante,
não suportam que um país socialista viva “embaixo de seus narizes”.
Agora, durante a pandemia que o mundo
sofre, o bloqueio se torna ainda mais duro. E Cuba responde com solidariedade
do seu sistema de saúde enviando profissionais a qualquer país que o necessite.
Sem abrir mão do sistema socialista que seu povo escolheu soberanamente.
Por tudo isso seguimos pedindo pelo fim do
bloqueio e não vamos parar, até a vitória. Mais cedo ou mais tarde ele vai ser
eliminado, sem dúvida!
O Bloqueio continua. A
solidariedade também !
*Integrante do Comitê Carioca
de Solidariedade a Cuba
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